quarta-feira, 9 de abril de 2008

Isso não vai dar certo!

Fica parecendo que a República Velha se reinstalou novamente em Itabaiana. Só não cabe o instituto da eleição bico-de-pena da época porque no resto do país em que Itabaiana está contida a Justiça Eleitoral, mesmo com juízes que adoram ser pop stars na mídia, é inquestionavelmente melhor do que nos tempos de Sebrão e Itajaí com o livro eleitoral debaixo do braço - sob as bençãos dos juizes Nobre de Lacerda ou Cupertino Dórea - a manipular a permanência no poder pelo poder. Como ocorre atualmente com a maioria das associações de caráter privado.
Bem, mas voltando ao básico, nas duas últimas semanas foi dado o tom - preocupante porque de baixaria - da campanha por aqui neste 2008.
Da parte do ex-prefeito, candidato ao retorno, resolveu este pegar carona na desgraça que se abateu contra Tonho Cabaré e insinuar ali um crime político onde, claro, seus partidários tendem a apontar na prefeita o foco preferido. Isso não vai dar certo. Em 1976 foi tentado algo assim com fato bem mais concreto do ponto de vista de responsabilidades. Eleitoralmente foi um desastre pra quem tripudiou e achou que comoveria o eleitorado com esse tipo de coisa.
Da parte de considerável parte dos partidários da prefeita, vê-se um esforço tremendo em tachar Luciano de ladrão fazendo-se uso de fatos com certa perspectiva concreta, entretanto, ainda carecendo de julgamento; e até de factóides pela própria natureza, ou por ser de dificílima comprovação. Isso também não vai dar certo. Mesmo que consiga algum sucesso, um único caso de suspeita levantada contra a administração da prefeita jogará tudo por terra. E o que não falta às administrações levadas a cabo por tanta gente diferente é coisa fora de lugar. Até mesmo por imperícia. Logo, é melhor não atirar pedra no telhado alheio.
Crimes, se os há se apura e se pune. Fazer campanha política focando em cima disso, aponta o histórico de várias eleições é chover no molhado. No imaginário popular todo político é ladrão. Mesmo que diante de uma pesquisa de opinião haja a tendência de isolar o seu político do político do outro, porém, em geral, esse é o que corre no imaginário popular. Acusar um político de ladrão, portanto, só tem valor real quando o mesmo já for rolete chupado. Tiver perdido o poder sem possibilidade de reavê-lo. E tiver sido condenado. Mesmo assim ainda corre-se o risco de transformá-lo em vítima.
A exacerbação de tal linguagem somente faz aumentar ou surgir os ódios enquanto que as verdadeiras questões que realmente interessam à sociedade vão pros quintos. É a linguagem de quem nada de realmente bom tem a prometer. De quem quer fugir de compromissos futuros. Ou de cobranças.
No caso em particular, vira uma disputa sobre quem é o menos pior.