quinta-feira, 29 de maio de 2008

De chefes e líderes.

Certo dia, há pouco tempo atrás, ouvi em entrevista de rádio local um político também local praticamente desdenhar de um outro de quem poderia ser aliado. Fiquei preocupado. A minha preocupação é porque alguém tem de por ordem no galinheiro; e vai ter alguém pra isso, bem ou mal, preparado ou uma desgraça; mas, a natureza humana tem horror ao vácuo de poder. Logo, a dita preocupação é porque sempre torço pelo melhor ou, ao menos, pelo menos pior para o lugar onde vivo; em primeiro lugar. E não pode ser bom governante que não sabe agregar, envolver, dominar pelo argumento. Aliás, quem não domina pela força do argumento, fatalmente perderá o poder ou terá que fazer uso do argumento da força para não perdê-lo. Em geral o poder é gerido por sociopatas, daí porque quase sempre, a sociedade, ou estagna, ou regride; na melhor das hipóteses avança muito pouco. Quando aparece uma alma diferenciada é como uma traqueostomia. A diferença entre uns e outros, pela natureza peculiar do exercício do poder é muito tênue, quase imperceptível. Evitar, e antecipar-se aos problemas, é característica de quem sabe governar. Agregar, envolver, convencer, tudo isso é aliar-se. Quem esconde ou queima documento é porque cometeu crime e não quer ser descoberto. Quem queima alianças, é porque é um aloprado que meteu na cabeça que é possível governar sem governados, logo, um maluco que no mínimo causará muito dor a si próprio e a outrem. Eis a diferença entre um líder e um chefe. O líder agrega, seduz. O chefe cria panelas na qual será cozido e, se a sociedade da qual veio tiver muito sorte, sofrerá alguns anos de atraso.