sexta-feira, 30 de maio de 2008

A última chamada

Pois o trem está chegando, está chegando na estação. É o trem das sete horas; é o último do sertão.
Raul Seixas e Paulo Coelho – Trem das sete.



No próximo 05 de outubro realiza-se mais uma eleição municipal para a Prefeitura Municipal de Itabaiana. À frente do pleito, seus dois maiores concorrentes, Maria Vieira Mendonça, Maria de Chico, atual prefeita; e Luciano Bispo de Lima, o “fio” de Zezé de Benvenuto. Parece um pleito normal, porém, guarda certa especialidade. Na política desde 1966 quando seu pai foi candidato e eleito deputado pela ARENA, o então partido do governo, a prefeita Maria Mendonça terá pela frente, ante o desgaste de agora 45 anos de poder, ou mais quatro anos de prefeitura, ou, se perder a reeleição mais um mandato de deputada estadual, no máximo dois. É quase impossível que Maria venha realizar vôo mais alto o que lhe daria maior sobrevida política. Isso é como cargo de vereador. Uma vez acomodado nele, dele nunca passará, mesmo que chegue a seis ou sete legislaturas como já tivemos vereadores em Itabaiana que chegou a isso. Os resultados de 2006 apontam para declínio político da família Teles de Mendonça, e não o contrário. Logo, o rejuvenescimento poderia vir com um cargo maior que prefeito ou deputado estadual, coisa que não parece estar nos planos dos Teles de Mendonça. Luciano tem uma situação parecida e, dependendo de sua vida política imediata e doravante, as coisas também não são muito promissoras. Se ganhar a Prefeitura no próximo cinco de outubro contra Maria tem no máximo quatro anos pra trabalhar por um cargo maior. Serão quatro mandatos de prefeito. Nem mesmo ele agüentará a si próprio, tanto tempo no mesmo cargo, mesmo com interrupções. Logo, tem que pensar em alçar vôos mais altos ou se candidatar a ser despejado após a reeleição de prefeito. Já se perder, terá que tomar a posição de deputado estadual do irmão, Arnaldo Bispo, para não cair na senda do perdedor. Pra um cargo maior, neste caso fica complicado. Sua vantagem em relação à Maria é que dispõe de mais “créditos” pra arriscar, já que tem menos anos de desgaste, só 26 anos, contra quase o dobro de Maria que não pode, não deve, nem jamais conseguirá se liberar da sombra do pai, ou seja, tudo somado, 45 anos de poder. O surgimento de uma liderança real como são os dois sepultará fatalmente suas trajetórias políticas. Aliás, é a falta dessa liderança nova e, portanto, renovadora que está atrasando a aposentadoria política dos Teles de Mendonça, em primeiro lugar; e do próprio Luciano Bispo.
De qualquer forma, cinco de outubro será o começo do fim para Maria – seu irmão já está fora – e possivelmente para Luciano.