quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Fantasmas que assustam. Porque sempre voltam.

Numa noite quente, não lembro se de setembro ou outubro, residindo pelo primeiro ano na Casa do Estudante, em 1975, por volta da meia noite e trinta acordei sobressaltado. Um tiro, dois, três... acho que houve um quarto. Incontinenti, a putada e freqüentadores do Sambão saíram em polvorosa pela Rua Quintino Bocaiúva em direção ao centro. Não demorou e um carro também passou, em velocidade média, com o motorista em atitude típica de quem de nada sabia. Só que dentro dele vinha um cidadão a quem as putas em correria, antes dele, já havia denunciado de ter o mesmo matado um cicrano. O Sambão era um inferninho, um brega que funcionava na saída para Aracaju e Campo do Brito, ao fim da Rua Quintino Bocaiúva, em frente à rótula desta rua com a Avenida Manoel Francisco Teles. Soube que se tratava do fulano porque um colega, também conterrâneo seu, lívido, chegou ao meu lado e disse: Fulano é aquele assim, assim, que passou no carro.
Ah, até onde sei, o Fulano nunca foi sequer denunciado. A história morreu aí. Mas a memória de um garoto de 15 anos permaneceu ocupada, lá num cantinho, com tal cenário.
A Casa do Estudante, na sua seção masculina (tinha a casa das moças, também, onde atualmente funciona a Secretaria de Ação Social), ficava de frente ao SENAC atual, a 100 metros do Sambão.