sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Nada mal. Desde que...

O discurso da prefeita Maria Mendonça hoje, 26, na Câmara Municipal, sobre suposta prestação de contas arrancou iras cívicas dos lucianistas. Segundo os comentários gerais a prefeita teria dito que estar a deixar milhões em empenhos para que o prefeito Luciano Bispo execute. Bem, como não assistir ao discurso ou mesmo escutei por outros meios, não tenho autoridade pra tecer maiores comentários sobre possíveis exageros. Se os praticou, portanto indo além da verdade, a prefeita logo será desmentida, já que nos dias atuais é pouco possível que certas mentiras ou falta de verdade se segurem de pé por mais do que trinta dias. Pelo sim, pelo não, fomos dar uma olhadinha nos convênios federais firmados até o último dia 20 de dezembro e encontramos que a prefeita deixa para o prefeito entrante executar em convênios federais a importância de R$ 1.819.972,69. Todos eles de extremíssima necessidade. São eles:
- o convênio 610847, pela CEF, valor total de R$ 1.987.776,75, firmado no dia 26/02/2008 e que já houve repasse parcial de R$ 399.600,00;
- o convênio 633797, com a FUNASA, valor total de R$ 150.000,00, repasse parcial de R$ 30.000,00. Esse convênio, de 19/11/2008 visa extinguir as casa de taipa substituindo-as por alvenaria com vista ao controle do inseto conhecido como barbeiro, causador da Doença de Chagas;
- o convênio 569191, também com a FUNASA, para Melhorias Sanitárias Domiciliares. Repassados já R$ 319.200,00 dos R$ 399.000,00 previstos. O contrato é de 20/06/2006;
- por fim o convênio 539348, também com a FUNASA e mesmo objetivo do anterior, este feito ainda por Luciano Bispo em 30/12/2004 e ainda não fechado. Seu valor total é de R$ 159.979,68, tendo sido já repassados R$ 127.983,74.
No caso destes dois últimos seus términos normais tornam-se impossíveis já que os respectivos Orçamentos da União que os previa já foram fechados. Logo, suas previsões só existem "no papel". Desta forma, a importância real cai dos acima citados R$ 1.819.972,69 para R$ 1.708.176,75. Eis, portanto, o que deixa a prefeita que sai, para ser executado pelo prefeito que entra, em termos de verbas federais.
Resta saber por que, diante de tanta celeridade com as obras relativas aos outros convênios, estes - especialmente o maior - não foram também executados antes de passar a batuta. Seria por motivo dos crônicos problemas de planejamento? Se o for por isso, esse dinheiro será apenas um pepino – talvez uma roça inteira – para que o prefeito Luciano Bispo descasque. Rezemos que não.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Mediocridades.

Nos anos 70 a liderança de Francisco Teles de Mendonça brilhou soberana em Itabaiana, tendo emplacado três prefeitos sucessivamente além de eleito seu filho Zé Teles por duas vezes à Assembléia Legislativa; sem esquecer que era então capaz de transferir voto até para um poste, se assim o quisesse. Chico possuía uma filosofia pra manter o poder: manter a Prefeitura em suas mãos. Mas a cidade voltou a crescer, depois da pancada tomada em 1963. Ruas passaram a ser abertas, literalmente a torto e a direito, ou seguiam o curso traçado por Euclides Paes Mendonça vinte anos antes – com alguns “jeitinhos” - porém, sem infra-estrutura absolutamente nenhuma. Miraculosamente pouca gente reclamava. O segredo?
As décadas de 60 e 70 foram de forte fluxo migratório para as cidades em todo o país. No município de Itabaiana, apenas quatro povoados possuíam o serviço de eletricidade: Cajaíba, Ribeira, Serra e Queimadas. Na Serra a força chegou em 1971. Nos demais povoados ela havia vindo logo a seguir da chegada da luz de Paulo Afonso, nos idos dos 50. Desta forma, a maioria daqueles que, ao chegar à cidade, mesmo numa rua empoeirada e com esgoto a céu aberto, mas desfrutava da energia elétrica, para eles, isso era o máximo. Em 1971 começou a entrar pra valer em Sergipe o sinal da TV Tupi. Isso não existia nos sítios sem energia. Mas existia nas pontas de ruas sem benefício urbano algum.
Chico reinou absoluto por dez anos até que surgiu de uma só vez o telefone, antes restrito a uns poucos usuários; a ampliação e modernização da rede elétrica e... o rádio. A Rádio Princesa da Serra. A falta de lideranças populares e o legado político montado por Euclides e mantido por Chico ainda lhe deu sobrevida na Prefeitura até fins da década de 80. E aí, não teve jeito: caiu. Foi mantido soberano por todo esse tempo, entre outros fatores, pelo fato dos cidadãos de então se contentarem com o morar na cidade tendo acesso razoável à eletricidade, e precário, ao serviço de água, que todo dia faltava.
Vejo no portal itnet(veja aqui), daqui de Itabaiana, que, ao menos no último placar que ali vi, numa enquete sobre a administração da prefeita Maria Mendonça, esta é bem avaliada por ter pago aos funcionários em dia.
Triste a sina de um município onde pagamento em dia dos salários de funcionários é tido como acontecimento fenomenal. Fico a imaginar o dia em que esse município vier a ter uma equipe que crie e execute uma política de desenvolvimento real. Mesmo que inicialmente exitosa, seus envolvidos serão, ou santificados, ou enxotados do poder para nunca mais atentar contra a mediocridade.

Ecos.

Poucos dias depois de sua posse, o prefeito aproximou-se de mim, sentou-se numa cadeira ao lado, na mesma mesa, vindo a contar-me de seu sucesso. Tratava-se de ter conseguido emplacar, mediante negociações com a diretoria estadual, um novo chefe na diretoria local da repartição onde ainda hoje trabalho; em verdade o antigo e mais longevo no cargo, e que agora voltava.
- Conseguir recolocar Dr. Milet na chefia.
- Foi? Perguntei. Mais em tom de afirmação do que propriamente de indagação.
- Foi. Ele deve começar em no máximo 15 dias.
O diálogo seguiu com reconhecimentos de parte a parte da capacidade e condições pessoais gerais do re-nomeado até que uma criatura à parte, num desses momentos dos mais infelizes e degradante da raça humana faz a observação:
- Ah! Eu bem sabia. Esse pessoal não perde a boquinha.
Sem palavras. Eu e o prefeito nos levantamos - ele depois de fazer repetidos meneios de cabeça, naturalmente num misto de desaprovação, e decepção com a criatura. Perdemos qualquer graça de continuar o papo e saímos cada um pro seu lado.
Tem gente que não se enxerga, mesmo. Principalmente porque, ofuscado com o brilho alheio, vive em função de atrapalhar os outros ao invés de buscar crescer a si próprio. Condição somente possível de fato com um mínimo de nobreza de espírito.

De olho no céu.

Uma, dentre as inúmeras outras preocupações que permeiam as mentes envolvidas na montagem do futuro governo municipal a partir de 1º de janeiro é que São Pedro continue dando a sua trégua, retardando um pouco mais as chuvas de trovoadas que têm se preparado ultimamente, porém dissipando-se a seguir. E o motivo de tanta torcida é para que dê tempo de montar a nova equipe, e com ela a estratégia contra um possível surto ainda maior de dengue neste verão, que poderá ser maior do que o do ano passado; que lotou postos de saúde, consultórios, laboratórios e principalmente o Hospital Regional Dr. Pedro Garcia Moreno Filho.
No caso da torcida pela benevolência da natureza e suas forças, deste ano, esta se dá pelos problemas naturais de uma transição no comando municipal, mas principalmente porque há uma característica na dengue que a torna pior do que outras viroses: a cada surto, obviamente por um novo tipo de vírus, as defesas do organismo humano se vão definhando o que em alguns casos podem provocar a tão temida dengue hemorrágica. E no ano passado a quantidade de casos foi visivelmente enorme; mesmo que no momento não disponhamos de números concretos sobre cada um dos tipos e sua incidência na população.
Este escriba aqui já foi acometido duas vezes pelo mal. Obviamente por dois tipos diferentes de vírus; e como eu, há muita gente. Deles que sequer notou que teve a doença, como ocorre com a maioria. Apresenta uma leve moleza; indisposição, e depois fica sem saber o que de fato houve. Pode ter sido dengue.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal de consumo

Em que pese o clima geral na cidade não contribuir, mesmo diante das ameaças de fogo eterno feitas pela mídia grande nacional, o povão, ao menos em Itabaiana parece nem estar aí para a tal crise. Desde meados da semana passada e principalmente do último sábado que o comércio de Itabaiana vem entupido de gente. Hoje pelo início da noite até em frigorífico de aves haviam filas. Num deles, pelo menos, de mais de vinte pessoas.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Trágica vida trágica.

Cena tétrica: um homem, talvez “um homem de bem”, desses que lêem a revista semanal se indignando com “esse governo ladrão”; com esse “monte de vagabundos nas cadeias”... essas coisas de piedosos homens de bem, fascista até a medula. Encaminha-se ele para um casal que dorme sob uma marquise ateando-lhe fogo. A câmera de um circuito interno de TV próximo capta a cena tétrica. A mulher morre no hospital. O homem, menos queimado fica internado com queimaduras graves. O Jornal da Globo (Rede Globo de Televisão)mostra a cena e a polícia capixaba promete abrir inquérito. Talvez a notícia tenha passado despercebida na grande Vitória (Espírito Santo) já que a vítima não foi nenhuma lourinha zona sul .

O grupo acerta a “parada”, nome com que a marginália se refere à apropriação do alheio, seja por assalto, seja por furto. Mas aí, a desgraçada da mãe de um morre na véspera (só pode ser uma desgraçada! Onde já se viu, morrer num dia em que vai atrapalhar uma “parada”?). E ai, o membro da gangue resolve que, pelo menos aqui deve parecer que é gente. Enterrar a mãe; chorar ao lado do caixão, acender velas... essas coisas que gente normal costuma fazer. Só que a “desgraçada” da mãe “aquela canço” esqueceu de combinar o dia: não era pra morrer no dito dia. E o “fi’ do canço” do filho dela esqueceu que, em primeiro, a “parada”. Os “amigos”. E aí, “meu”, só há um jeito: mostrar que o “código da Lei” aqui vale. E então, membros da gangue despacham o desgraçado para junto da mãe. Familiares restantes evadem-se; far-se-á mais uma investigação que não dará em nada; os “homens de bem” murmurarão: “foi só mais um bandido. Tinha mesmo é que morrer!” A cidade ganha mais um presunto na sua tétrica galeria anual. A mídia doutras plagas ecoa mais uma vez: Itabaiana é terra de matador!...

“Calado foi cada um pro seu lado. Pensando numa mulher ou num time; olhei o corpo estendido e fechei, minha janela pro crime”. (*)


E continuamos com “a cidade onde mais se mata bandido”. Graaaande troféu!

(*) De frente pro crime. João Bosco e Aldir Blanc

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Resultado esperado.

Déda leva pau nos municípios do Agreste de Itabaiana e até na Grande Aracaju. O nível dos que avaliam o governo Déda de forma positiva está abaixo da votação por ele auferida há dois anos atrás(mais aqui). A surpresa é que em Aracaju, onde o governador não tem parado de investir, segundo a pesquisa do Instituto Padrão, seu governo não emplaca sequer metade da população como positivo. Apenas 47,2%.
No Agreste de Itabaiana, se considerarmos que apenas em Macambira e Moita Bonita o governador ganhou no segundo turno de 2006 (52,35 e 51,75%, respectivamente) houve melhora. Já que em Areia Branca perdeu com 37,1%; em São Domingos com 37,99, em Malhador com 49,2% e em Itabaiana não passou dos 38,75%. Entretanto, os resultados da pesquisa estão bem distantes de uma situação confortável, haja vista estar em plena metade de governo e associado a um governo federal que literalmente voa em popularidade. E ainda estar como ótimo/bom para menos de metade da população: 49,4%.

Pérolas...
Em que está se transformando uma das maiores lideranças políticas do país, já apontado até como estrela de primeira grandeza numa constelação que vai de Aécio Neves a Eduardo Campos e Ciro Gomes! A política dos coronéis de Sergipe é assim mesmo: um sorvedouro de energias. Um buraco negro de onde nada escapa, salvo suas platitudes, picuinhas palacianas, esquemas de favorecimentos idiotas, coisa pequena, mesmo. Mas que faz um estrago enorme ao progresso do estagnado Estado. É assim desde que o itabaianense Leite Sampaio desgastou-se a não mais poder para dar a independência ao dito Estado onde até hoje muita gente acha que melhor seria estar como um quintal da Bahia. Ser “gipe” apenas, como diria a anedota; nunca uma carreta de mais de três eixos.
Vai que é teu, governador!

Calheiros.

Quem terá sido o felizardo revendedor que vendeu mais uma Hilux a quem, em condições normais teria dificuldade de possuir um 2.0 qualquer? Ou o agente imobiliário que embolsou gorda comissão ao ajeitar a chácara ao mais novo “nobre” do pedaço? Onde fica a cobertura paradisíaca? De quantos gaiolões de bois foi o trânsito?
O pior não é fazer tráfico de influência; e sim a dor que fica em quem ainda acredita que é possível acreditar na Justiça e no Estado como todo, por mais sinais de bandidagem que dêem seus detentores.
Mas como Floro Calheiros é apenas mais um "operador"!...

domingo, 21 de dezembro de 2008

A leitura dos números


É bom quando a gente vê chegar três famílias na invasão. O problema é quando você vê ao mesmo tempo sair uma do "Morumbi"(*); ir embora.
Observação de um amigo empresário há algum tempo atrás, sobre o movimento migratório em Itabaiana.


A queda de natalidade verificada nos números dispostos pelo SUS, ao menos a relativa a Itabaiana tem que ser reanalisada. Importa que os números relativos foram criados a partir de uma estimativa que se não confirmou na contagem de população de 2007. Tinha-se então que para uma população de 84.315 habitantes em 2005 houve um mil e seiscentos e vinte e cinco nascimentos. Ocorre que na dita contagem, dois anos depois, só foram confirmados 83.161 habitantes.
Das duas, uma. Ou IBGE vem fazendo corpo mole na contagem no município (o número geral já deixou muita gente em suspenso em 2000. Ver tabela) ou Itabaiana vem enfrentando um período de estagnação desde então.


(*) Região com esse nome por ser típica de classe média alta na cidade, numa comparação com o famoso bairro da capital paulista.