sábado, 30 de agosto de 2008

Vixe que atraso!

Governador Marcelo Déda em gravação, quase dez da noite, quase duas semanas depois de seu discurso inócuo (se é pra fazer, porque já não o fez?) rua acima rua abaixo. Chamada de Luciano “arroche o 15 irmão”, "magnânima", durante quase meia hora num carro particular, na maior altura, estacionado num lugar qualquer (perto da minha residência) caracterizando a genuína poluição sonora. Eis a grande discussão política de Itabaiana no momento. Aparenta estarmos nas selvas africanas vendo bandos de chipanzés se desafiando das copas das árvores.
Entre “arrochos” e promessas vamos nos esfarelando; sendo reduzidos a pó pelo excesso de esperteza que costuma tropeçar em si própria, e em seguida se espatifar no chão.
Enquanto isso, grande parte do país cresce, inclusive alguns vizinhos e nós sergipanos patinamos.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Constatações.

Soube por terceiros que o Juiz Eleitoral de Ribeirópolis, recentemente tomou medidas duras pra coibir abusos na atual campanha, monitorando até a propaganda previamente – antes de sair – dos carros de som, além de limitá-los apenas aos carros oficiais de publicidade, portanto registrados na Justiça Eleitoral para tal fim.
Em nossa modesta observação achamos que localmente, aqui em Itabaiana, a Justiça Eleitoral vai ter que também tomar algumas medidas para evitar abuso ou a sensação dele. Vários partidários políticos plotaram seus carros que mais estão parecendo out-doors ambulantes. Até aí tudo bem. O problema é que esses carros são estacionados por seus donos em frente às repartições municipais e estaduais o que supõe abuso de poder, tal qual a distribuição de propaganda gráfica convencional nesses mesmos locais. E pior, carros que transportam eleitores, supostamente das assistências sociais dos candidatos converteram-se em visíveis out-doors e cruzam o Estado, especialmente nas suas cidades de origem e na capital ou cidades de apoio, como é caso de Itabaiana. Já presenciamos esse tipo acintoso de propaganda num mesmo centro de saúde daqui com pelo menos seis candidatos locais diversos e uns três de cidades circunvizinhas, juntos; simultaneamente. No momento pareceu-nos um encontro de candidatos, tal a soma de propagandas. Alguém tem que alertar esse pessoal politiqueiro que a Lei não liberou a troca de favores por votos e a caracterização dos carros configura isso: troca de favores. O assistencialismo em troca do voto. E não há santo nessa história.
Talvez a Justiça Eleitoral local tenha que se antecipar a decisões mais altas e venha aplicar aos assistencialistas o mesmo tipo de correção que foi feita no transporte público eleitoral. Antes dessa inovação pós-64, era uma baderna já que cada um transportava quem queria no dia da eleição. Poucos não foram os que ficaram sem votar por não pertencer a algum dos times. Quanto ao pessoal apenas partidário também é necessário um controle. Esse tipo de vantagem explícita na dita propaganda no mínimo acaba em confusão, depois.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A vingança do Negão.

Vença quem vencer neste próximo pleito eleitoral aqui em Itabaiana, o grande vencedor será João Alves Filho.
O candidato oposicionista, Luciano Bispo, nasceu, criou-se, rebelou-se, depois ajustou-se com José Carlos Machado, o grande arquiteto da derrocada chiquista (Francisco Teles de Mendonça - Chico de Miguel) em 1988. Machado que iniciou sua vida laboral de engenheiro civil ao lado de João Alves Filho quando este ainda fazia ponta na máquina do Estado. Foi casamento ad aeternum. João foi para a Prefeitura de Aracaju e lá estava Machado. Foi pro governo do Estado e lá estava Machado. E de lá, mais ou menos, nunca mais saiu. Foi Machado quem armou a separação entre Chico e João que deu na eleição de Luciano Bispo em 1988. Foi Machado que – independentemente de interesse politiqueiro – entre outras coisas, criou e executou o programa de irrigação que até hoje ainda dá renda e bem-estar ao povo de Itabaiana e região. Isso deu uma paulada enorme na politiquinha de favores, extremamente fechada, então praticada pelos detentores do poder na Prefeitura - o grupo da atual prefeita - desde que se consolidou no poder.
A candidata situacionista, Maria Mendonça tem uma relação um pouco diferente com as hostes do “Negão”. Seu pai foi quem primeiro declarou apoio a João Alves Filho em entrevista ao jornal local Tribuna do Povo de 12 de maio de 1982 (partes replicada no Jornal de Sergipe, extinto, edição seguinte). Entretanto, durante quase todo o tempo em que João esteve no comando ela esteve na oposição. Nisso, todavia, há um porém chamado Edvan Amorim. Umbilicalmente ligado à política do grupo da prefeita na sua origem, desde sua infância, o genro de João Alves, obviamente ganhou status de ser da família do ex-governador no momento em que casou com uma de suas filhas num dos eventos mais badalados e comentados em Sergipe no início dos anos 90. Paixão tórrida que o fez esquecer um noivado de anos com moça de certa forma prendada e de reconhecida boa família. Um festão. Até ex-presidente da República (José Sarney) de padrinho houve (Guerra das festas, IstoÉ/Senhor, 1.123 de 03/04/1991, PP. 38/39). Muito bem. E o que isso tem a ver com Maria? Edvan, e principalmente seu irmão, ex-secretário de Estado da Saúde e ora deputado federal, Eduardo Amorim, nunca perderam o fio da meada. Ao contrário, intervieram fortemente na campanha de 2004 e já estão mais ou menos com a mesma intensidade nessa atual.
Resumindo: para o governador Marcelo Déda Chagas e seu PT sobra... as sobras.
Isso é mais ou menos como aquela história do professor da rede pública que ganha oitocentos Reais pra dar duzentas horas, mas só completa cento e vinte. Das ditas cento e vinte ele passa metade corrigindo testes e fazendo planos de aula para o colégio da rede privada onde também trabalha. Pergunta pra ele quem é melhor? Na lata: o colégio X, particular, naturalmente; que lhe paga metade do que recebe no Estado pelo dobro de trabalho.
Obviamente que a prefeita deve pensar e agir diferente, todavia, não é Marcelo Déda que é tido como o “redentor” dentro de seu grupo. E sim, Amorim. Não importa nem mesmo o prenome. Se o deputado, ou o empresário.
Desta forma João Alves pode apostar: em Itabaiana, os “vermelhinhos” não “armam”. Serão sempre os segundos; isso porque o segundo, só esteve em perigo de extinção por aqui em 1982, justo com o João “esperança” daquele ano. Mas, se servir de consolo, atualmente sempre sobre uma fatia razoável para o dito segundo.