quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Falsificando a falsidade.

Rolou à solta a compra de votos na eleição de domingo, 05, é o que se comenta. Porém, um fato novo demonstra que a criatividade do povão não tem limites.
Em tempos de tecnologia barata é preciso ter muito cuidado já que os meios de produção não são mais tão restritivos como doutros tempos.
Está rolando uma história por aqui que muita gente que buscou comprar votos, comprou, mas não levou. O assunto se refere principalmente aos compradores de títulos de eleitor e outros documentos, principalmente de carteiras de identidade. É que teria surgido no meio do povão um movimento automático e razoavelmente grande de imprimir cédulas falsas, tanto da Identidade como do Título e com isso, o pseudo corrompido vendeu o voto, mas entregou mesmo foi uma cópia fajuta do documento. E ainda por cima votou antes com o original, em muitos casos.
O feitiço, quando demais, vira bicho e come o próprio dono.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Zeca Mesquita.

Rasgamentos de seda à parte (e como houve!) foi excelente a entrevista hoje pela manhã conduzida pelo radialista Eduardo Abril na Itabaiana FM com o prefeito tetra-eleito Luciano Bispo de Lima. Luciano manteve a linha de político “consciente dos erros passados e voltado para os acertos do futuro”. Se de 1º de janeiro em diante tal atitude se confirmará, isso o tempo nos dirá; a sua trajetória de desenvolvimentista com a qual se notabilizou desde sua entrada na política, de forma meio infantil e às pressas em 1982, contudo, permanece no discurso. A grande chave para entender tal norte foi sua lembrança à uma figura que tantos já quiseram esquecer ou vê-la esquecida, ou sequer tem noção de sua importância, que é a de Jose Mesquita da Silveira, o qual, mesmo sem que tenha sido uma liderança política pesou em muito nas decisões do primeiro governo Zé Leite, outro grande esquecido pelos poderosos de Itabaiana, para que o mesmo alavancasse o desenvolvimento do município a partir das transformações de base aqui implementadas a partir de 1947. Como um pequeno exemplo, o Colégio Estadual Murilo Braga, de 1949. Aliás, em se falando em Zé Leite, asfaltamentos como o da “Rodagem das Candeias”, da Rua Percílio Andrade e Avenida Luiz Magalhães, foram executados no seu segundo governo, entre 1975 e 1978(*). Quer mais? A sanha desenvolvimentista do primeiro governo João Alves (e Valadares) tem a “reima” de Zé Leite e seu cunhado Zeca Mesquita na origem, lá mesmo no longínquo quadriênio 1947/1950. O “Negão” foi cria política de Leite.
A lembrança do prefeito eleito, ao menos alimenta a esperança de que a consciência desenvolvimentista permanece. Que venham, portanto, os fatos.

(*) Nos dois últimos casos a conclusão já se deu no início do governo Augusto Franco.
P.S. Por não ouvir toda a entrevista, acabei por também não ouvir o prefeito eleito anunciar a sua vice, Maria de Lourdes Machado Bispo como futura Secretária de Saúde (aqui). Até pode decepcionar, mas tem know-how pra coisa ela tem. Isso, como funcionário público federal da Saúde há 25 anos eu atesto.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

É comemoração ou marginalidade?

Desde ontem, 05, que ninguém tem um minuto de sossego em Itabaiana. A barulheira vem aumentando cada vez mais desde que os tímidos controles foram afrouxados há mais de duas semanas. Já era esperado, portanto, um aumento na canalhice sonora fosse quem fosse o ganhador das eleições. Ocorre que supostos desejos de surdez reprimidos vieram à tona com toda a força ontem e até o momento não há limite pra nada. Virou uma selva. Nada de polícia. Nada. Provocações idiotas, completamente desnecessárias, coisa de marginais escondidos sob o disfarce de torcedores políticos. Triste passagem de expectativa. Cada dia mais a minha cidade parece mais uma favela tomada de marginais.

domingo, 5 de outubro de 2008

Maria perde.

Ao cometer os mesmos erros de Luciano no quadriênio 2001/2004, a prefeita acaba de perder a reeleição por um placar, senão elástico, porém nada módico. Luciano 26.371 (52,92%) e Maria Mendonça com 23.465 (47,08%). 2.906 votos de diferença.
Itabaiana tem quase sessenta mil eleitores. Não dá mais pra brincar de PSD versus UDN. Não há mais lugar pra administrar com e para o “meu grupo”. Foi essa tentativa feita de leve por Luciano no quadriênio descrito que o levou à primeira derrota real (a primeira não contamos) na Prefeitura. Maria já assumiu cometendo o mesmo erro. O resto, são meros detalhes.

Ecos de 1986.

Em 1986, mais uma vez havia uma contenda muito forte entre os dois grandes grupos de coronéis da política sergipana. O grupo do antigo PSD, de fôlego renovado com a entrada em cena do então governador João Alves apresentou o hoje senador Valadares, enquanto que o grupo mais afinado com a também antiga UDN apresentou o peemedebista José Carlos Teixeira. Valadares pelo PFL (ex-ARENA que pulou fora do barco derivante) e José Carlos, fundador do PMDB, porém que representava a sua ala e a família Franco, donos do Estado.
Uma amiga minha, pessoa simples e analfabeta foi orientado pelo esposo, também amigo meu (in memoriam) para votar em Antonio Carlos Valadares, com o número 25, candidato de João Alves, e de Luciano Bispo, Djalma Lobo e José Queiroz, como lideranças locais. Depois de todos terem saído da sessão estabeleceu-se a contenda: o marido indagou suspeito sobre o cumprir do acerto em relação à mulher:
- Eu votei certo! Votei em Valadares. Mas essa broca... sei não, se ela não errou.
Num rasgo de raiva pela suspeição da competência ferida a minha amiga tacou:
- Eu votei certo sim! Eu votei foi no 15. (carregando no 15)
No grupo de valadaristas, portanto do 25, uns puseram as mãos à cabeça e outros deram de rir já que não havia mais nada a fazer.