quinta-feira, 2 de novembro de 2023

E VAMOS DE BIENAL

 


Pulando dois anos, devido a horrenda pandemia, que evidenciou despreparo total da humanidade se acaso se defrontar com uma muito maior e descontrolável, cá estamos nós de volta à estrada com uma festa, intrinsecamente cultural magnânima que é a Bienal do Livro.

Serão três dias, 15, 16 e 17 de dezembro, da 6ª bBienal; e que, façamos votos que nessa nova fase, depois do pioneirismo heroico que conduziu as cinco edições anteriores, agora se estabeleça um calendário fixo para a cada dois anos.

De uma coisa, tenhamos certeza: ficou grudada na cultura popular e é indispensável, não somente para Itabaiana, mas como para todo o Sergipe e até além.

A demora deste ano deve-se a dois fatores, especialmente: a desarrumação gerada pela pandemia da covid, e a demora, mais que compreensível dos gigantes que a tocaram, repito, heroicamente, em se decidirem em não mais poder fazê-lo.

Mas, tem coisas quem se nem entende por que, porém parecem ser providenciais. Como estar à frente da Academia Itabaianense de Letras, a atual presidenta, Josevanda Mendonça Franco. Intrépida, centrada, dinâmica e decisiva, com uma invejável bagagem de mais de três décadas na administração pública, sempre voltada para a Educação e Cultura, desde uma simples assessoria parlamentar à responsabilidades, como hora ocorre, à frente da Secretaria Municipal de Educação de Nossa Senhora do Socorro, de onde já pilota duas entidades em nível federal, pertinentes à área.

Exatamente quando tudo se desenha para dar certo.

Não haveria outro caminho, que não a migração da administrsação da Bienal para uma entidade da Educação e/ou Cultura, depois do esplêndido lançamento das cinco edições anteriores.

Reconheça-se, o heroísmo apresentado pelo designer, empresário gráfico e entusiasta cultural, Honorino Jr; com as honoráveis companhias dos empresários da comunicação, Carlos Eloy e Jamisson Machado, e com nossos D. Quixote e seu Sancho Pança da atual explosão literária sergipana, Domingos Pascoal e Antônio Saracura... não teria como continuar. Haveria que mudar; e somente uma instituição - uma organização não governamental - para fazê-lo.

E eis que sucede a feliz conjuntura da Academia Itabaianense de Letras assumir a árdua tarefa, num momento crucial, com uma diretoria operosa, dentro da qual Antônio Saracura; com uma presidente com todas as ferramentas de uma grande administração; com o entusiasmo eternamente jovem de professores, alunos, autores, colaboradores, sem esquecer os colaboradores especiais, porque passantes do bastão; mas não abandonando a corrida.

Desenha-se a permanência do aspecto sempre crescente do evento, desde 2011.

Vamos trabalhar!

Receber Sergipe e além, de cancelas, porteiras, colchetes, passadiços, portas, portões, janelas e... braços e corações abertos.


Bem-vinda 6ª Bienal do Livro, 15, 16 e 17 de dezembro de 2023!

Bem vindo Sergipe!


segunda-feira, 30 de outubro de 2023

CAVALGADA ADIANTADA?

Domingo, 29, ontem, havia certa agitação no ar pela manhã, quando saí da cidade em direção ao aeroporto, de Aracaju, obviamente. Na onda dos cavalgadores do asfalto, encontrei várias parelhas, algumas com montadoras, trilhando a Avenida Manoel Francisco Teles e algumas artérias adjacentes, ao menos ate onde a vista alcançou, rapidamente, já que eu volante.

É comum essas manifestações na cidade, mas as de ontem confesso me acendeu o desejo de ver algo mais massivo, organizado, um ritual. Não de exibicionismo apenas dentro da cidade; mas de algo muito mais sério, porque uma celebração da memória, a nossa memória vaqueira, perdida nos escaninhos do tempo.

No próximo domingo será emblematicamente 5 de novembro. E 5 de novembro é a real data de nascimento da sergipanidade. Quando a massa de vaqueiros, quase todos de Itabaiana, então Distrito do município de São Cristóvão, que também era a capital, invadiu aquela cidade, protestando contra o Padre Sebastião Pedroso de Góis – que acabou preso; e soltaram alguns presos, que o foram justo por não aceitar pagar os impostos extorsivos que Salvador vinha aqui cobrar. Impostos mais que injustos. A primeira Derrama foi aqui, e sobre o gado; e não em Minas Gerais, cem anos depois, sobre ouro.

Os resultados foram terríveis. Parece até que os curraleiros e a massa de vaqueiros queriam chamar a atenção das autoridades em Lisboa, já que era o quinto ano de enrolações, com promessa de reconstruir São Cristóvão e outras mais. Não deu. Lisboa era muito longe. Quando a rainha-regente veio saber, já o foi por terceiros interessados em esconder os terríveis excessos. 

Acabou com a nascente economia e sociedade sergipana. Uma economia, até ali quase sem escravidão. E deixou um trauma, que mesmo não sabido pela maioria, ele está entranhado na alma sergipana; dada ao estoicismo relativo; ao mergulho visceral em querelas domésticas, paroquiais, e um quase desistir de ser grande. Ao mesmo tempo solidificou uma identidade sergipana, que tem resistido a todas as tentativas de submeter o pequeno território.

Pode ser que a movimentação de ontem seja a preparação para o próximo dia 5. Não se perde nada em sonhar. O amanhã pode ser distante; mas é sempre tentador devanear.