segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Sinais desconfortantes em pesquisa do IBOPE.

A julgar por uns poucos detalhes revelados pelo jornalista Marco Aurélio (ex-Assessor de Comunicação da Prefeitura Municipal de Itabaiana) sobre a pesquisa realizada pelo IBOPE relativa ao nível de satisfação com o governo Deda, no que toca a Itabaiana, os números ali apontam certos sinais preocupantes em relação à possível reeleição da prefeita Maria Mendonça. Em estando certos os tais números, mesmo que colhidos num microcosmo, apontam eles para uma realidade pouco questionável, logo, nada boa para a recondução da atual ocupante da Prefeitura Municipal de Itabaiana.
Revela Marco Aurélio que, apesar de 49 por cento da população aprovar o governo Déda, 40 por cento o desaprova. Mas o que importa não são os números cheios; são os detalhes. Revela ainda o colunista que está nos conjuntos da região leste da cidade a maior aprovação ao governador, enquanto está nos povoados Taboca, Barro Preto e Mangabeira o maior nível de desaprovação. Os citados conjuntos fazem parte do foco atual de investimentos federais e é habitado em grande parte por migrantes de outros municípios e até de outros estados, logo, ainda descolados da intricada e secular rede de interesses políticos de Itabaiana. E no caso dos povoados, a Mangabeira, ao sul do município está praticamente abandonada desde o prefeito Euclides Paes Mendonça (1951-54; 1959-62) e viu, ao longo das duas últimas décadas, um brejo que lhe é adjacente se transformar no vigoroso, pulsante e progressista povoado do Junco, de fato, com estrutura de uma pequena cidade. Foi uma briga desgraçada em 1949 contra o então prefeito Jason Correia que, para beneficiar um seu parente queria alocar a escola rural no povoado Serra Comprida com então densidade populacional muito inferior. Graças à tenacidade da liderança local e a providencial intervenção do Dr Airton Teles, o grupo escolar foi instalado na Mangabeira. Sobre a lembrança de João Alves, é preciso lembrar-se que o pouco de progresso que o povoado conseguiu manter deve-se ao projeto de irrigação do Ribeira que, junto com a melhoria das estradas vicinais também trouxe a energia. Desde lá, somente promessas, e patrol nas estradas quando já estão engolindo até trator; algumas obras de interesse maior para as construtoras do que para o povo local e um posto de saúde vaga-lume. Sobre a Taboca, como de resto os povoados em geral, cresce desordenadamente sem estrutura nenhuma enquanto com suor e muitas pancadas em castanhas tostadas seu povo vai melhorando de vida sem absolutamente nenhum benefício do governo e dele se descolando. O caso do Barro Preto, em que pese a diferença na dinâmica econômica é análogo ao da Taboca.
O que deve dar calafrios em partidários realistas da prefeita deve ser a resposta: em quem votaria pra governador: 3 em cada cinco eleitores disseram João Alves.
Isso demonstra que o eleitorado permanece consolidado nos resultados de 2006, onde foi derrotado pela primeira vez na história um candidato a deputado estadual na família de Chico de Miguel.
Também não adianta transferir o problema apenas para Déda. Sabe-se que historicamente o eleitorado de Itabaiana nunca foi massivamente pró-políticos de esquerda, mesmo que oriundos da fina flor da nobreza nacional. Entretanto, há que considerar que o mesmo Déda e o presidente Lula já foram muito bem votados noutros certames anteriores. Logo, diante dos resultados e suas particularidades, principalmente, conclui-se que a satisfação com a atual administração não é das melhores.