segunda-feira, 22 de julho de 2019

Festa de Santa Ana em Mangabeira: 73 anos.

Quando meu saudoso e religioso pai, Alexandre Frutuoso Bispo pensou naquela noite de rezas o foi tão somente para cumprir uma promessa feira à sua mãe e minha avó em seu leito de morte, ocorrida há mais de um ano antes, que foi a de pagar uma promessa por ela feita à Santa Ana, perdão, Senhora Sant’Ana, de fazer uma noite de rezas por uma graça recebida.
Segundo o testemunho de minha mãe, então com nove anos de idade, corria o inverno do ano de 1946, e, ao anunciar que cumpriria o que prometera à sua mãe, à vizinhança de pequenos, pobres e honrados trabalhadores do campo, Seu Alexandre professor, um dos nomes pelo qual era conhecido nas redondezas colheu os comentários estimulantes de sua comadre Zefinha de Gerino, logo reforçado por outros vizinhos para realizar um novenário que evoluiria até o projeto de uma capelinha, que “Subiu a cumeeira da capela de Mangabeira no dia 12 de julho de 1950”, como anotado de próprio punho na parte superios de páginas de um número da revista Seleções do Reader’s Digest do ano anterior. Estava, pois, pronta, não somente a capela; mas também o embrião de um núcleo urbano rural, que, se mais não evoluiu, contudo preservou um bom número de habitantes, hoje na casa do meio milhar de almas. E salvo engano, apenas no ano de transição das atividades religiosas da antiga capelinha para a nova, também pequena, porém bem maior e que ainda satisfaz as necessidades da comunidade é que teve suas atividades suspensas; não celebrando o tradicionalíssimo novenário, ou nove, e não apenas uma noite de rezas. Este ano, portanto, está a completar 73 anos.

À esquerda, a minúscula capelinha inaugurada em 1950; à direita, capela atual, desde a primeira metade da década de 1970.
O novenário deste ano foi iniciado na quarta-feira, 17, como presente em cartaz a mim enviado pelo amigo de infância Clóvis, residente e militante católico no povoado, devoto de Santa Ana, portanto, e terminará com uma procissão à moda antiga, ou seja, no Dia Santo consagrado à Santa, 26 de julho, a próxima sexta-feira, contrário ao uso corrente que é o de celebrar o dia do padroeiro ou da padroeira num domingo próximo.
Na anotação de próprio punho a comprovação de datas.