segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Uma Exposição Industrial em Terras Vaqueiras

Terminou ontem, domingo, 21, às vinte e uma horas, conjugada ao Shopping Peixoto, mais uma experiência no calendário de eventos, com vistas ao desenvolvimento turístico de Itabaiana e Região Agreste, e porque não dizer, de todo o Sergipe: A ITABAIANA EXPO INDÚSTRIA, que se já pode denominar Expo 2018, uma vez que provavelmente será uma constante, como o outro grande evento do gênero, a BIENAL DO LIVRO.
Um sucesso! Se levarmos em conta a apenas recente explosão, mesmo que moderada, da atividade industrial em Itabaiana, podemos afirmar que foi um retumbante sucesso. De público e de vendas. E mais que isso: a perda da timidez em pensar grande, empreender, nesse nosso grave momento de crise política e econômica, onde há dez anos que se trabalha o contorcionismo como tentativa de escapar ao desastre americano, e por tabela mundial, de 2008. E é justamente nessa “década perdida”, que um lugar sem tradição industrial vem celeremente se transformando em potência industrial.

As Feiras Industriais

Com o avanço da Revolução Industrial, em início do século XIX pipocaram feiras industriais pela Inglaterra, e em menor freqüência e número, em outros centros industriais menores, como a Holanda, França, e na Renânia da proto Alemanha, desaguando na primeira Exposição Universal de Londres, de 1851. Desde o seu início foram momentos ideologicamente indutores. Autoconfiança, progresso, bem estar, inovação. Poder.
A primeira destas feiras a seriamente impactar o Brasil foi a Exposição Universal de 1876, na Filadelfia, estado da Pensilvânia, Estados Unidos. Nela, um Estados Unidos realmente unido pela força das armas e da razão, com o fim da ultrajante escravidão se mostrou ao mundo, refeito completamente de uma terrível guerra cível há pouco mais de dez anos, e que pôs irmão contra irmão, se apresentando como líder mundial, que o tornaria no bicho-papão dos últimos oitenta anos. Uma Roma contemporânea. Nas entrelinhas da documentação imperial, a nítida percepção de um Imperador D Pedro II, enquanto fantasiado com o que lá viu, caindo na realidade de contar apenas com um império gigante muito mais adormecido do que antes imaginara, com excesso de esperteza e zero de iniciativa. Que o perigo não estava no abatido Paraguai ou mesmo na então exuberante Argentina, a nação mais rica do continente; estava bem ao norte. Na terra dos homens de iniciativa. Que trazia todo o aprendizado dos guerreiros vikings e celtas, da diplomacia comercial portuguesa, da agressividade comercial anglo-holandesa, contaminado com o recém-nascido império da razão alemão. Perigo real e imediato. Que se confirma até hoje.

Ousadia

“Quem não arrisca, não petisca”. Foi pensando assim que surgiu a Expo Indústria de Itabaiana. Fruto do pensar, quase em devaneio de uma turma de jovens e confiantes empresários, que não param de surpreender, pela audácia, arrojo e afinco com que tem perseguido seus sonhos. A frente da Expo esteve, máxime os empresários Honorino Dias Jr (Perfil Empreendimentos) e Givaldo Marcelino (Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Itabaiana, ACEI), mas também uma plêiade de jovens empresários, sempre comungando em momentos como esse. Junto desse grupo mais jovem, gente tão arrojada, como o empresário Manoel Messias Peixoto, proprietário do Shopping Peixoto, e os sonhadores – e realizadores - de sempre, como o empresário e ex-secretário de Indústria do Município, Francisco Altamiro Brasil, enfiado - quase sempre pai - em dez em cada dez “maluquices”, sadias, obviamente, em Itabaiana nas últimas quatro décadas, e Luiz Bispo, ativista e empresário, também ex-ocupante da pasta, e sob os quais se deu toda a arrancada para os dias atuais.
A idéia que permeou o evento é que ganhe periodicidade bienal. A cada dois anos, o que deixa ainda mais forte a necessidade de um centro de convenções, uma infra-estrutura mínima para eventos dessa natureza e porte.
Sucesso! Esperemos pela próxima.
Passou no teste.