domingo, 25 de junho de 2023

214 ANOS DEPOIS.

 

Decididamente, não era a carne de carneiro. 214 anos depois, e as mulheres de Itabaiana continuam entre as mais fecundas do estado. Apesar da enorme redução no número de filhos, dos 15 em média, de até meio século atrás, para menos de 2 em cada vida reprodutiva ativa atual.
Em 1808, o já bispo de São Luiz do Maranhão, D. Marcos Antônio de Souza publicou uma pequena História de Sergipe, intitulada Memórias da Capitania de Sergipe, onde traça um panorama geral do que era a já pequena capitania, formalmente uma mera comarca da capitania da Bahia, mas que se manteve viva até 1820, ganhando finalmente o status, não mais de capitania; mas de província do novíssimo Império do Brasil; este, recém emancipado de Portugal, em que pese ainda hoje se manter caudatário de império anglo-americano.
Sobre Itabaiana, D. Marcos narrou que suas mulheres eram exímias tecelãs, a fabricar panos rústicos que seus maridos vendiam de feira em feira. E que pariam muito; muito mesmo. Narra o clérigo que se comentava à época que era devido a muito se alimentarem de carne de carneiro; e que essa carne consumida acabava por mexer com a fertilidade das nossas matronas.
Bem, carecemos de estatísticas cm que ao menos tenhamos os indícios que norteiem uma pesquisa dentro do assunto; mas que as mulheres de Itabaiana continuam como em geral as mais férteis no estado, os números do SUS e do IBGE não negam.
Mesmo ainda não dispondo dos números finais do Censo 2022, uma ligeira análise de 1996, 2000 e 2010 já nos cacifa para afirmar que, a produção geral de meninos continua a cair em todo o Brasil, Itabaiana inclusive. Aqui, porém, os números de nascimentos são cerca de uma vez e meia a média nacional e a média estadual, entre as duas.
Logo, D. Marcos Antônio de Souza continua atual, 214 anos depois, mesmo que a carne de carneiro e ovelha, definitivamente não seja responsável.