domingo, 3 de agosto de 2025

MILAGRE DE SANTA DULCE

 

Chegada da imagem de Santa Dulce dos Pobres, conduzida por milhares de peregrinos, à pequena ermida - à direita - sob a sombra dos paredões rochosos da velha serra de Itabaiana da lenda da prata, do carneiro de ouro, etc., etc..

Hoje, realizou-se a peregrinação local, rumo à ermida serrana da Santa, ereta ao sudoeste da serra, limites do Parque Nacional da Serra de Itabaiana, cuja vizinhança nobre é o franciscano Parque dos Falcões. Sucesso. Mais vez.

Logística impecável; ambiente humano dos melhores, mas o que mais chamou a atenção é que desde a quinta-feira à noite que São Pedro vem carregando na mão, e em todo o Sergipe, nas serras em particular, as chuvas se intensificaram, ao ponto de ameaçar a própria peregrinação, se não influindo pelo seu adiamento, mas pela sensível redução de público. Qual nada! Não apenas se manteve, como sofreu sensível aumento, em relação a do ano passado.


350 anos: Santo Antônio, o acompanhante ilustre.

Neste ano, Santo Antônio se fez presente. Ele, de quem Santa Dulce foi devota; que foi a primeira denominação da cidade; cuja paróquia, deu origem à mesma, há 350 anos.

Neste ano, a imagem da Santa ganhou, como acompanhante, Santo Antônio. Que foi da devoção da Irmã Dulce dos Pobres, desde que a jovem Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes se definiu em sua vocação religiosa.
Mas não é somente isso. Santo Antônio da Itabaiana é o nome original da cidade em que Santa Dulce fez o seu primeiro milagre, o que levou o Vaticano a proceder a sua canonização.
Santo Antônio de Itabaiana, antes mesmo de sua paróquia, foi o primeiro grande fornecedor de gado aos ancestrais da irmã Dulce; e, a cidade de Santo Antônio, está fazendo 350 anos – o Sétimo Jubileu de Ouro – de fundada, com a óbvia fundação da sua paróquia, no próximo dia 30 de outubro.
Nada mais natural que acompanhar Santa Dulce nesse belíssimo cortejo à pequena, humilde e graciosa ermida da serra. Feita, segundo o estilo Santa Dulce: simples, terna, ativa. Funcional.

Matando Saudades

Particularmente, estive tentado a me somar aos desistentes, caso São Pedro mantivesse suas copiosas nuvens a nos regar.
Para o meu bem – e do meu parceiro de aventura, Juarez Ferreira de Góis – o dia, com esparsas garoinhas, se mostrou muito mais que amigável que o esperado: belíssimo.
O sol veio na medida e constância, certas; as estradas, enlameadas, mas transitáveis; apesar do aguaceiro dos dias anteriores. E, voltar a sentir aquele cheiro de mata agreste – a Caa-ndu, que deu origem ao nome do povoado: Gandu – recentemente molhada... não tem preço.
Os pés de alecrim-de-serra, verdinhos, a cada toque ou sobraçada, liberando aquele cheiro inebriante... coisa para Chico de Assis nenhum botar defeito. Com direito a Irmão Vento, em modo brisa, a tudo a me trazer, de graça, os aromas com que vivi na infância.
Mesmo ainda em recuperação motora, por AVC sofrido há seis anos, ainda arrisquei os últimos dos 13 quilômetros, em acentuada subida, feitos a pés. Estimulado, claro, pela vigilante SMTT e Polícia Militar, a interditar trânsito de veículos nos últimos 1.500 metros. Risos. 
Que venha agosto de 2026.
Chegada. Cercada de verde vegetação agreste que me recorda a infância e seus aromas de mato.
De camisa listrada o óculos escuros, na foto, meu ex-chefe, amigo, e excelente fotógrafo, Juarez.


sexta-feira, 25 de julho de 2025

É PRECISO ASSUMIR O PRÓPRIO PASSADO.

 

O boi é sinônimo de bem, de riqueza, há tempos; especialmente no mundo de língua portuguesa, ele é a rês. A coisa. O bem, em bom latim falando.

Em 1534, Martim Afonso de Souza já introduzia alguns animais em São Vicente-SP, mas foi no Nordeste, especialmente no entorno do entreposto marítimo português, hoje denominado de Salvador, que a criação ganhou folego com o protegido de Tomé de Souza, Garcia d’Ávila, a partir de 1650.

A criação, sob risco de confisco estrangeiro, pirata ou corsário, à beira da praia, não muito evoluiu, até 1590.  Mas depois de 1590, os rebanhos encontraram as condições perfeitas para se reproduzirem, mesmo não estando tão distantes do mar: a serrania denominada Itabaiana.

O Lugar

A serrania, em redor de Itabaiana, a fez o primeiro grande centro pecuarista brasileiro, e irradiador para o resto do Brasil
 
Itabaiana é um conjunto de serras baixas, resultante de enorme vulcão do período Arqueano, cuja forma gera um curral natural, como sobredito, não tão distante do mar; mas o suficiente para se tornar o primeiro centro pecuarista, e logo a seguir, disseminador da pecuária pelo Brasil.
Qualquer gênero de aboio, nascido nos campos do norte da África e transportado para a velha Ibéria, teve sua reprodução e evolução aqui. Os primeiros curtumes; as iniciais vestes encouradas sertanejas, arreios, as apartações. Apartações que desportivamente deram origem às vaquejadas.

Assim começaram as vaquejadas.

Os criadores raramente eram também donos da terra. Em geral, eram arrendatários, pagando todos os anos, em parte do gado, as suas dívidas. Por isso eram chamados de curraleiros.
Também, todos os anos, fiscais provenientes de Salvador vinham cobrar as fintas, ou seja, impostos do gado. Mesmo que hipotética e legalmente São Cristóvão fosse a responsável por essa tarefa. 
Era hora de juntar o gado. Fazer a apartação. Ver quanto sobrava para quem efetivamente trabalhou. E começava os tropeis dentro do mato para juntar reses dispersas, e depois dividir.

Cultura vaqueira

Ao nascer da década de 1980, a cidade voltou a reviver a cultura vaqueira. Com o então desconhecimento histórico, uma mera festa, quando de fato representou muito mais. À direita, ruínas da Igreja Velha, o mais antigo símbolo do Ciclo do Gado no Brasil.

Mesmo tendo deixado de ser um centro pecuarista há mais de três séculos, a cultura vaqueira sobrevive por aqui, e basta que alguém se proponha a administrar um evento, ele logo toma fôlego, surpreendendo. 
Assim foi, quando em 1979, o saudoso radialista, Djalma Teixeira Lobo promoveu grande vaquejada, estimulando o surgimento de outras pelo estado. E desde então, tem alguém relembrando aquele sucesso.
De fato, já passou da hora de Itabaiana se assumir como terra mãe da pecuária brasileira, com centro permanente de comemorações e memória, da apaixonante arte de criar gado, e toda a mística cultural que isso envolve.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

ACADEMIA ITABAIANENSE DE LETRAS - SEDE EM ANDAMENTO

Logo da 7ª Bienal, à esquerda; e equipe visitante ao histórico prédio, que será reformado e cedido pelo Executivo Municipal por tempo ainda indeterminado, para sede da Academia Itabaianense de Letras. Da esquerda para direita; Marcos Lima; Tamires, da equipe da Comunicação; secretário de Cultura, Antônio Samarone; José Oliveira; José de Almeida Bispo; presidente da Academia, Vladimir Souza Carvalho; secretário de Comunicação, Edilson Carvalho Silva Júnior; jornalista Grazy Freitas; e arquiteto Gabriel Franco.

Hoje, 23 de julho de 2025, mais um capítulo na Cultura itabaianense, com a visita do arquiteto Gabriel Franco, responsável pelo projeto arquitetônico, que norteará a Prefeitura Municipal de Itabaiana na reforma do velho prédio, número 42, da Praça Fausto Cardoso, que já sediou a Filarmônica Nossa Senhora da Conceição; depois o Fórum Maurício Graccho Cardoso; e por fim algumas secretarias municipais. O prédio, reformado, servirá de sede à Academia Itabaianense de Letras.

O prédio verde e azul, já foi sede musical, fórum de justiça e secretaria. Nestes 350 anos de Itabaiana, ser reformado e transformado em sede acadêmica.

O prédio, ainda um sobrado, em 1930 e pertencendo a particulares. Há quase um século.


terça-feira, 8 de julho de 2025

O OITO DE JULHO

 

Quando a corte portuguesa se transferiu de Lisboa para o Rio de Janeiro, em 1808, encontrou um Brasil de vícios arraigados, de violência silenciosa, no exercício da administração, e suas consequentes monumentais injustiças.

O então príncipe regente, D. João, futuro João VI, encontrou uma realidade onde, um terço de todos os impostos cobrados e recebidos por Salvador, era proveniente de Sergipe. Que nada recebia de volta, sob qualquer benefício. Isso continuou.

Quatro células básicas, três delas antagônicas entre si, deram origem ao Brasil: O Maranhão, pouco influente; Pernambuco, Bahia e São Paulo. Tudo o mais, em maior ou menor intensidade foi avassalado por essas. Especialmente Sergipe. Provincianismo na veia.

Por outro lado, a ordem de Felipe II, de criar Sergipe em 1590 – por isso o nome de Sergipe D’EL REY - além de nunca ser encontrada – suspeita-se que a Câmara de Salvador a descartou – beira a total falta de lógica. Por que criar mais uma onerosa unidade administrativa, se já existia outra, poderosa e bem próxima?

Como assuntos de riqueza mineral sempre foram tratados com muito cuidado e sigilo, somente os boatos de mina de prata, no território original da futura capitania, justificaria todo esse cuidado do então plenipotenciário monarca espanhol.

Felipe II faleceu em 1598, sem encontrar prata em Sergipe; até mesmo porque, já nadava na prata de Potosi, hoje Bolivia. Deixou o governo sob seu filho, Felipe III, e seu ministro, o Duque de Lerma (Francisco de Sandoval y Rojas), de quem o povo espanhol depois cantou: “Pra não morrer enforcado, o grande ladrão da Espanha se vestiu de encarnado”. Virou bispo do Igreja. Se livrou da forca.

Mas os nascentes baianos nunca engoliram uma capitania, tirada da “sua” capitania, que já consideravam um reino a parte.

Os impostos, religiosamente sempre foram cobrados, em Sergipe, pela Bahia, sem nada de benefícios.

As vilas, municípios interioranos criados por ordem de Portugal, que retomou o controle em 1640, e a própria cidade de São Cristóvão de Sergipe d’El Rei, eram de uma miséria só.

A matriz de Nossa Senhora da Vitória, um puxadinho da homônima, na capital baiana, só veio ser terminada, em “pedra e cal”, mais de um século depois; e a de São Gonçalo, construída antes de 1630, nunca foi aproveitada. Envelheceu e caiu de abandono em fins do século XIX.

Em 1650, a penúria de São Cristóvão e descrita em soneto do “Boca do Inferno”, Gregório de Matos. (Veja ao fim).

Percebe-se uma estratégia, supostamente pensada para Sergipe não dar certo. 

Estrategicamente, seguindo o corrente, à época, a capital deveria ter sido criada onde é hoje Santo Amaro das Brotas. Cristóvão de Barros preferiu Aracaju, que depois migrou duas vezes até parar em São Cristóvão. Pedra que muito se muda, não cria limo.

Estância, depois da expulsão holandesa de Sergipe, e esvaziamento do povoado, com a saída das forças de Henrique Dias, poderia substituir a então miserável São Cristóvão e seus casebres de palha. Não somente foi desencorajada a isso, como até a vila, meio século depois, foi para a matriz de Santa Luzia, essa, por sua vez um puxadinho de Santo Amaro da Ibipitanga, hoje em Lauro de Freitas, na Grande Salvador.

Santa Luzia do Itanhy, por sua vez, foi asfixiada por Salvador com o poderio do município de Abadia se estendendo até onde hoje estão os municípios de Cristinápolis, Indiaroba e Umbaúba.

Lagarto, e especialmente Itabaiana, além de serem interioranas, e sem rios navegáveis, sempre foram mantidas com discreta, mas firme vigilância. 

E São Cristóvão, proibida de cobrar impostos e de administrar, além da mera execução de ordens emanadas da Câmara Municipal de Salvador. E obviamente, das ordens da Corte e do governo colonial

Enfim, de 1590 a 1820, Sergipe alimentou a Bahia, “com que fornecem a esta cidade (Salvador e Recôncavo), que sem elas não pode subsistir”, com farinha de Santa Luzia, cereais de outros municípios e carne de Itabaiana, depois também Lagarto, Simão Dias e Tobias Barreto. E com os suculentos impostos, cobrados, mesmo enquanto Sergipe permaneceu “quase” uma capitania independente, até meados dos setecentos.

A vinda da Corte para o Rio de Janeiro mudou a história. A presença do rei fez com que a elite local tentasse uma aproximação direta, mormente na figura do historicamente injustiçado, José Mateus da Graça Leite Sampaio, que, tornando-se Cavaleiro de Cristo, chegou a antessala real, e mesmo perseguido pelos agentes de Salvador em Sergipe, logrou do rei a decisão de quebrar o poderio baiano, aliado dos inconfidentes do Porto, em Portugal, obviamente. E mesmo sob a pressão inglesa, exercida pelos bocós colonialistas do Porto, obviamente pelos ingleses manipulados; e retornando a Portugal, o seu decreto de 8 de julho de 1820, teria a confirmação por seu filho, feito imperador do Brasil, em 1822.

Extrato do mapa Carte du Bresil et d'une partie des pays adjacents, BRUE, Adrien Hubert (1826)

E Sergipe cresceria velozmente até 1900, quando novamente caiu sob outro provincianismo, desta feita o paulista e sua República, de onde até hoje é dependente. E, apesar dos laivos do pós-Estado Novo, nunca mais voltou a ter a grandeza que teve no Segundo Império.

Vida que segue.

Por enquanto, comemoremos nossa segunda maior data, já que a maior, o nascimento, nesta fase histórica, é o 1º de janeiro de 1590.

Foi fácil tomar quase todo o Sergipe: os senhores de engenho, em sua esmagadora maioria, só se interessavam pelo próprio umbigo.


São Cristóvão de Sergipe d'El-rei, por Gregório de Matos, 

meados do século XVII


Três dúzias de casebres remendados, 

Seis becos, de mentrastos entupidos, 

Quinze soldados, rotos e despidos, 

Doze porcos na praça bem criados. 

  

Dois conventos, seis frades, três letrados, 

Um juiz, com bigodes, sem ouvidos, 

Três presos de piolhos carcomidos, 

Por comer dois meirinhos esfaimados. 

  

As damas com sapatos de baeta, 

Palmilha de tamanca como frade, 

Saia de chita, cinta de raqueta. 

  

O feijão, que só faz ventosidade 

Farinha de pipoca, pão que greta, 

De Sergipe d'El-Rei esta é a cidade. 


quinta-feira, 26 de junho de 2025

DANDO A VOLTA POR CIMA


Nessa sexta-feira, 27, às 19 horas e 30 minutos, em solenidade no Plenário Olímpio Arcanjo de Santana, na tricentenária Câmara de Vereadores de Itabaiana, a Academia Itabaianense de Letras empossa sua sétima diretoria, na qual traz de volta o acadêmico, juiz de Direito e desembargador aposentado, Vladimir Souza Carvalho, para a respectiva presidência.

É, de fato, uma espécie de renascimento pleno da instituição; uma retomada, mais de dois anos depois de uma pandemia, que também deixou a Academia Itabaianense de Letras de luto, qual seja, com a perda de um dos seus membros, pelo mal abatido (Luiz Eduardo Magalhães); assim como do apoio, arrimo máximo de um outro (o confrade José Marcondes) , a sua saudosa esposa. Sem esquecer do sufoco de outros, que uma, ou mais vezes estiveram sob perigo, real e imediato.

No período, foi a Academia segurada tenazmente, de todas as formas, pela presidente que sai, a valorosíssima acadêmica, historiadora e professora, Josevanda Franco e sua equipe, que, a despeito das vicissitudes do momento em que assumiu, e seu natural impacto, tirou leite de pedra para manter a integridade da instituição de pé. Passados os dois anos de sufoco e todo o seu rescaldo, Josevanda, ativíssima nas várias entidades a que serve, ausenta-se da diretoria - mas não da instituição - deixando seu legado de resistência, digno do sangue matapoan, que tem, honrando o mais famoso ancestral daquela tribo de tão pouca história grafada, mas, de existência marcante: o cacique Mbaepeba.

O retorno de Vladimir Souza Carvalho vem acompanhado de duas novas participações na diretoria, até agora ausentes, quais sejam os escritores e ativistas culturais, Walter Pinheiro Noronha, que carrega nos sobrenomes o peso de duas gigantescas e importantes famílias Itabaianenses; e José Augusto Machado, Baldok, também membro de outra importantíssima família, cronista, memorialista, no popular, um nato contador de histórias. Completando, permanece a escritora, professora Inês Rezende de Jesus na secretaria, e modestamente, esse escriba, dessa vez, também honrosamente como vice-presidente.


A Academia no ano 350 de Itabaiana.

A ideia é um retorno pleno das atividades acadêmicas, intra e extra institucional, com os concursos literários; interação com outras instituições afins; e, acima de tudo, a realização da 7ª Bienal, em toda a sua plenitude e grandeza, desta vez apoiado pelo Executivo Municipal, já agendada para os dias 23, 24, 25 e 26 de outubro. Será um “esquenta”, a grande comemoração do nascimento simultâneo da Paróquia de Santo Antônio e Almas, e consequentemente da cidade de Itabaiana, de fato iniciada pela Secretaria Municipal de Educação, e Sete de Setembro. Que fechará com chave de ouro pela citada paróquia, no exato dia 30 de outubro, a Data Magna.

Vamos lá. Botar pra rodar.

O tempo não para, como disse o Cazuza, usado como bordão pelo saudoso José Francisco de Andrade, o radialista Francis de Andrade, ou Zé de Brió.


domingo, 1 de junho de 2025

350 ANOS: A ESCOLA ENTRA EM CAMPO NA COMEMORAÇÃO.

 

Na última sexta-feira, 30 de maio, uma reunião deixou a mim, e deve ter deixado os historiadores itabaianenses e demais cultuadores da itabaianidade satisfeitos, mesmo a maioria, dela não tendo participado. É que a batalha de um guerreiro só, travada desde 30 de outubro, próximo passado, de 2024, pelo pároco Marcos Rogério Vieira, da paróquia-mãe, a de Santo Antônio e Almas, finalmente repercute na municipalidade que vai entrar com tudo na comemoração. A reunião, da qual honrosamente participei foi para traçar diretrizes com vistas à Educação do município, que tematizará o sempre grandioso Sete de Setembro.


O pároco, Padre Marcos Rogério Vieira, timoneiro no zelo pela história da segunda mais antiga paróquia de Sergipe, desde outubro passado, ao abrir o ano do sétimo Jubileu de Ouro da Paróquia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana. (Em colagem com a antológica foto da matriz, de Miguel Teixeira, de mais um século, colorizada por Robério Santos).

Os temas expostos no Sete de Setembro têm poder transformador, por ser este a vitrine do que repercute, repercutiu ou repercutirá no meio educacional da cidade, além da rotina curricular. O tempero. A cereja do bolo. O que de fato acaba se irradiando à toda a sociedade, presente e vindoura, com suas lembranças e seu patrimônio cultural.

A Educação, ao menos a do município, passa agora a tratar da data magna, o nascimento da cidade de Itabaiana, com a fundação da Paróquia de Santo Antônio e Almas, como tema escolar; e exporá isso em pleno desfile do Sete de Setembro, que dessa vez não passará batido como em 1975, onde só ficou a memória do Terceiro Congresso Eucarístico.

Os preparativos vão continuar. Agora é só esperar a magnanimidade do desfile por seus envolvidos diretos – mestres, administradores, e alunos – e indireto: o público e sua reação.

Vou estar na arquibancada.

Fazendo História
Da esquerda para direita: Tati, Carlos; Leila; o Secretário Éder; José de Almeida Bispo; Diego Procópio; Wanderlei Menezes, buscando enriquecer a História de Itabaiana, usando a vitrine educacional do Sete de Setembro como desde 1938; e carregando a bandeira valentemente içada pelo Padre Marcos Rogério Vieira, já em fase despedida para a Paróquia de Nossa Senhora das Dores dos Enforcados.


quinta-feira, 29 de maio de 2025

NOS 350 ANOS, SANTO ANTÔNIO DE VOLTA

 

Domingo, 1° de junho, será realizada mais uma Caminhada de Santo Antônio, o fujão, uma forma de manter viva essa lenda, qual origem se perde nos tempos, sobre os dramas que envolvem a fundação da cidade de Itabaiana.

A caminhada, que tem sido das ruínas da Igreja Velha para a matriz de Santo Antônio e Almas, dessa vez terá o percurso invertido: vamos pegar o Santo na quixabeira simbólica e devolvê-lo à capela original. Claro que ele voltará. Coisa de santos poderosos.

A logística de transporte e demais apoio já está acertada; tudo pronto. Tudo preparado. 

E os fiéis, os curiosos e os andarilhos contumazes de canelas afiadas.

Neste ano, no dia 30 de outubro, faz 350 anos de fundada a Paróquia de Santo Antônio e Almas, que marca a fundação da cidade.

Diz a lenda, para os que ainda não a conhecem, que o santo, entronizado na capela da Igreja Velha, antes de invasão holandesa, em 1637, fugiu constantemente de lá, vindo parar no galho de uma quixabeira, onde foi construída e hoje está, a Matriz de Santo Antônio e Almas de Itabaiana.

Que, com a transferência definitiva, em 30 de outubro de 1675, há 350 anos, nasceu a cidade de Itabaiana.

Comemorada este ano.

Extrato de mapa holandês, publicado em 1646.
A equipe de topógrafos de Georg Marcgraf e Conrad Golliat, do governo holandês de Maurício de Nassau, depois da conquista, encontrou a igreja de Santo Antônio, perto do Jacaracica. Poximo, a fazenda de Simão Dias, o Francês.



Ancelmo Rocha, timoneiro e organizador, desde a primeira. 

A Prefeitura Municipal vem fornecendo apoio logístico, através das secretarias de Cultura e do Turismo, também concorrendo a firme participação da Igreja, mediante as duas paróquias envolvidas; e a imprensa local, indistintamente.