sexta-feira, 27 de setembro de 2024

DE RITUAIS

 

Bem, às 9h44min, da manhã do último domingo, o sol cruzou a linha do Equador em direção ao sul. Pelos próximos 182 dias e algumas horas, ele estará nos trazendo mais luz a calor, até cruzar o mesmo equador, de volta pro norte, como tem feito, todos os anos, há alguns bilhões deles.

Bem, mas nesse sábado, 28, e neste ano, marca também o início da reta final nas corridas eleitorais municipais em todo o Brasil.

É bem verdade que nalguns, com o instituto do segundo turno, esse período, para o eleitor, e para uns poucos candidatos se prolongará um pouco mais; porém, via de regra, é outro certame; e este termina no primeiro domingo de outubro, dia seis.

Pela experiência acumulada por vinte anos, em viver eleições – e acho que a essência em nada mudou – essa é a semana mais nervosa da corrida eleitoral.

E é quando o eleitor pidão mais explora o seu candidato, ou seus candidatos; é quando as traições começam a se materializarem; quando as promessas saem do nível do ridículo, para o modo estapafúrdio; compras de votos, ou rumores delas, crescem exponencialmente a cada dia; acusações, embasadas ou forjadas, puro aleive... enfim: o civilizado se desnuda, assumindo a fera que jaz dormindo dentro de si na maior parte do tempo.

É quando começa a ficar patente para a grande maioria que não vai dar; a corrida está perdida.

Inicialmente, um calafrio; dado à reação dos eleitores a erros, muitas vezes tolos, e as más notícias; depois a constatação que os demais competidores, cada vez mais abrem vantagem sobre nós.

Em geral, toda campanha política tem aquele momento assenta a poeira; um hiato. Quando as forças postas em ação no início parecem arrefecerem diante do cansaço natural. E, em geral, com maior ou menor intensidade isso ocorre na passagem para a quinzena, e especialmente a semana final.

A política é o funil do comportamento da sociedade. Uma radiografia precisa de como ela é.

E essa semana, a partir desse sábado, é o funil; quando tudo se concentra, com descarte daqueles candidatos que ficarão para trás, em benefícios dos que serão aprovados.

Particularmente, desejo boa sorte a todos.

E aguardemos mais uma festa democrática no dia seis de outubro.