Comida é pasto. Bebida é água. (Antunes, Fromer e Brito... Titãs)
Todo o dia é dia de ser feliz. Mas a vida é constituída de uma fantástica sucessão de pulsos, até o derradeiro, em geral, depois de cumprida a missão de viver.
É necessário bem além de comer, beber, dormir, e os rituais de acasalar.
É preciso alegrar o coração. E isso se faz produzindo ações, a que chamamos de festa, não importa a natureza, ou o tamanho.
Na última quarta-feira, em viagem ao sertão, até Canindé do São Francisco, fui colhendo as impressões que as viagens sem compromisso extremado nos trazem.
Em primeiro, o espetáculo da primavera sertaneja, com centenas de caraibeiras floridas, num rico ostentoso amarelo-ouro, contrastando, ora com o verde que ainda resta; ora com o ocre da vegetação já seca, de qualquer modo, enchendo os olhos de beleza, e transbordando paz e harmonia no coração.
Campos de milho seco, esperando a colheita, a perder de vistas; tratores gradeadores e colheitadeiras nas estradas atualmente substituem a multidão dos outrora catadores nos campos de algodão, que repovoaram os sertões secos.
Mas também os aspectos puramente humanos.
Cidades e povoações, outrora acanhadas e sem futuro, hoje com conexão a centros maiores, com todos os serviços básicos, e sem ainda os incômodos das cidades grandes. Uma vivacidade contagiante.
Ao passar pela dinâmica "Capital do Leite", Nossa Senhora da Glória, dei de cara com um "trenzinho" sob rodas, naturalmente, transportando festivos escolares, numa antecipação ao dia de hoje, 12, Dia das Crianças.
Ontem, e aqui em Itabaiana, a "Capital Nacional do Caminhão", "Capital Sergipana do Futebol", entre outros rótulos, tão comuns e necessários aos povos de todo lugar, de minha casa, ouvi mais trenzinhos, como aquele da quarta-feira, em Nossa Senhora da Glória.
Lá se vão cerca de três décadas que essa modalidade de comemoração apareceu por aqui.
E, pensando sempre num futuro mais auspicioso, mais uma vez eu sonho com o dia que também teremos um roteiro turístico, realmente interessante. E um trenzinho, com visão obviamente panorâmica, a transportar nossos visitantes, a mostrar nossos pontos históricos, pitorescos e outras atratividades.
Mais longe já teve.
Barco pra frente!