quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Chocante! De volta à Rua da Tenda.

Nada contra o proprietário, por sinal meu amigo e no seu direito de pleitear e conseguir, mas essa da Administração Municipal ter autorizado o primeiro supermercado de revistas numa praça pública do mundo na Praça João Pessoa... sem palavras.
Pois bem. E não é que a Prefeitura resolveu radicalizar? Permitir a “monstrulização final” do já “monstrumento” que ali existe desde fins dos anos 80? Onde foi o antigo bar Tia Joana? (sem fotos aqui pra não servir de galhofa por aí).
Je-sus!
Uma das bandeiras do candidato Luciano Bispo de Lima apoiado por uma enormidade de partidários seus em 1988 era acabar com a visão armagedônica de um monte de barracas que deprimiam a Praça Fausto Cardoso, ainda hoje nosso maior ponto de referência. E acabou.
De uns tempos pra cá, as barraquinhas da Praça Fausto Cardoso até podem ser consideradas charmosas pelo ar “de antigamente” que passam ao se olhar as fotos daqueles tempos; diante de tanta coisa que vem acontecendo.
O terreno do “monstrumento” foi doado aos Correios quando a instituição ainda era departamento, por Euclides Paes Mendonça através da Lei 89 de 1° de julho de 1953. Os Correios não construíram o prédio e o terreno voltou a ser doado em 08 de novembro de 1968 através da Lei Municipal 350 ao cidadão João Marcelo. Tamanho: cinco por três metros. Magicamente, futuros donos, ao instalarem ali um bar em fins dos anos 70 foram empurrando o espaço até se achar quinze por doze metros. E o prefeito da época deixou.
Vai ver que, como aquele lado da praça foi durante séculos a saída pra São Cristóvão e conhecida como Rua da Tenda, a Administração Municipal tem projeto de retornar a Rua da Tenda ao seu leito normal, acabando com a Praça João Pessoa, enquanto faz as vontades de privilegiadíssimos eleitores – que ninguém sabe até quando o serão.
Em tempo I: não faz muito tempo ouvi de um candidato à Prefeitura de Itabaiana, em comentário sobre a administração da ex-prefeita: “Tá tudo à toa!”
Em tempo II: Não há Lei, absolutamente nenhuma Lei, que seja válida e permitida pelas constituições da União e do Estado, e pela Lei Orgânica do município, que pregue a supressão do interesse coletivo pelo interesse privado. E não tem essa “de ele é dono pode fazer o que quiser” Numa civilização existem regras.
Numa civilização.