segunda-feira, 21 de março de 2022

HOJE, INÍCIO DO OUTONO

 

 

Em tempos de humildade, hoje seria dia de festa: início do outono no hemisfério sul, e da primavera no hemisfério norte.
Lá, a volta do sol total, com a explosão de vida em flores e insetos, e atrás deles outros animais a aproveitar o verdejar de campinas e florestas. Cá, ao contrário, a preparação para o inverno, mais frio que no norte, porém territorialmente muitas vezes de menor abrangência, uma vez que apenas um terço das terras emersas se encontra no hemisfério: quase toda a América do Sul, um terço da África, todas a Oceania e a Antártida, que é a maior parte e inabitada. Além do mais, as divisões clássicas das estações, que não alcançam a zona tropical do planeta se restringem ao sul da América do Sul e algumas ilhas, como a Nova Zelândia.
Antigamente, seria dia de festa: o equinócio. O único momento quando o sol, diretamente sobre a linha do Equador determina um dia e noite igual para todo o planeta, fato que só ocorre duas vezes por ano: 20 ou 21 de março, e 22 ou 23 de setembro.
Era dia de festa por conta dos ciclos de produção de alimento: nas zonas frias do Norte, tempos de semeaduras, para depois vir a maturação e colheita; no Sul, a colheita seguindo do descanso da terra conforme vai esfriando.
Monumentos e mais monumentos foram construídos na antiguidade com a finalidade de calendário, objetivando o preparo da terra à produção de alimentos e até para prever o tempo e suas nuances, como cheias dos rios, como o Nilo dos faraós.
Hoje, a tecnologia é tão vasta que arrogantemente até esquecemos do bem maior, a Terra e suas leis inflexíveis de manutenção da vida. E das suas celebrações.