quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

O ADEUS A UM ÍDOLO; SEMIDEUS DA BOLA.

 

Em 1963, eu tinha três anos, quase quatro de idade, quando lembro – devo tê-lo feito anteriormente – posicionei uma velha bola, e a chutei.
Repeti o ritual dos demais pirralhos à minha volta naquele momento.
Depois de posicionada, chutei-a com toda força disponível, em sei lá que direção e emendei de imediato o mantra: GOOOOOL DE PELÉ. Essa parte era obrigatória. Todos os anteriores já tinham feito; todos os posteriores o fariam, inclusive se houvesse segunda e terceira rodadas de chute, cada um mais mal-ajambrado que outro.
De fato, esse costume eu levaria comigo até quando nos tempos do Primário, no time da escola comecei a fazer parte da festança, para terror da minha mãe, especialmente no inverno tendo que aturar os choros das contusões e roupas sujas de lama.
Em todos os momentos Pelé esteve presente como inspiração, modelo a ser seguido; e, para os mais hábeis – nunca foi meu forte – até sonhos de evolução até o profissionalismo.
Mesmo que o orgulho mais tenha crescido, ao me saber tão perto de um dos heróis do Tricampeonato em 1970, um “de casa”, Pelé continuou sendo a referência máxima.
O “de casa” é o itabaianense, tricampeão de 1970, Clodoaldo Tavares de Santana. Primo carnal de meus amigos de infância, os irmãos José Augusto Tavares, Agnaldo, Jenivaldo (Jeni), e Maria Augusta, e com uma extensa parentalha, centrada no povoado Gandu, é também primo do craque Gilmar, da Olímpica de Itabaiana dos anos 80 e 90 (Pentacampeão em 1982). Clodoaldo foi companheiro de Pelé no Santos, e na Seleção, obviamente.
Em resumo, de uma forma ou de outra, Edson Arantes do Nascimento está impregnado em nosso imaginário e faz parte de momentos lúdicos nacionais, quando começamos a nos rebelar contra o complexo de vira-latas mediante os gritos de gol. Entre outros meios, através dos dribles infernais e gols do Rei Pelé.
Que o Altíssimo o receba em Sua glória!