O grande Patativa do Assaré escreveu e Gonzagão eternizou na poesia A Triste Partida que o dia da “experiência” era o dia 13 de dezembro; mas, meu saudoso pai a usava na noite de 31 de dezembro: a “experiência das pedras de sal”.
Ainda botei reparo: os meses em que mais as pedrinhas derretiam ao sereno eram os meses em que mais viria a chover no ano. Uma pedrinha para cada mês; um a um, devidamente grafados em lousa de tábua rústica e exposto ao sereno noturno desde por volta das dez da noite do referido dia 31.
Ontem, se feita, a experiência teria sido baldada: caiu um fantástico toró – ao menos aqui em Itabaiana – desde a última meia hora do ano e se prolongando até ao menos os primeiros vinte minutos deste novíssimo e recém inaugurado 2023, que teria diluído todos as pedras, arruinando o resultado.
Verão excelente para os padrões do Agreste de Sergipe.
A primeira semana de dezembro começou com um invernico, iniciado ainda no último dia de novembro, e que se estendeu por quase dez dias, deixando as represas e demais reservatórios cheios, além da vegetação verdinha. Mas não parou por aí: o último refresco do ano veio justamente na hora da virada.
Na sexta-feira, 30, pela manhã, num prazeroso retorno ao Parque do Falcões, a mata foi um luxo só. Enquanto saboreávamos a excelente mistura de apresentação com aula muito bem humorada sobre biologia das aves e noções ecológicos pelo treinador e coadministrador Alexandre Correia – só faltou a demonstração da maestria de Percílio interagindo com as aves... ele não estava presente - uma passadinha da vista ao redor deu pra experimentar um clima de inverno com a mata e a relva verdinha. No local, nessa época do ano está tudo pelado, exceto as pequenas e retorcidas árvores, típicas da Caa-ndu – mata rala ou pouca - indígena de priscas eras: o Gandu.
Graças às últimas chuvas está tudo verdinho.