quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Voltando à velha escola.



 Ela hoje é relativamente grande, pelo menos muito maior; várias turmas, tem até uma academia, a Academia Serrana de Jovens escritores. Não tem mais a pedra, a palmatória e régua, a primeira de há muito substituída por instalações sanitárias, masculinas e femininas; e as últimas, jogadas na lata do lixo, peças dos tempos do carrancismo. São dezenas de funcionários, entre professores, zeladores, etc., tudo é diferente daquele fevereiro de 1968, quando tendo ela migrado, no fim do ano pretérito, de particular para municipal, passei da alfabetização ao Primeiro Ano do Primário, sentado em carteiras “com gavetas”, apesar de coletivas, para cinco a sete crianças; e não mais escrevendo com o caderno apoiado na própria perna, porque sentado em tamboretes, bancos simples de madeira... e até na namoradeira da casa da professora. Passou-me um filme na cabeça, ao olhar a minha esquerda um pequeno grupo de garotos e garotas de menos de sete anos, justo na faixa etária com que comecei minha caminhada. E a ali estava eu, não o coroa de 59, mas o infante de seis pra sete anos, vivendo cada cantiga de roda, cada lance de bola no recreio, simbolicamente num campo que jaz sob a moderna quadra de esportes onde se deu evento; cada dia de brincadeiras no retorno pra casa, cada nota de vialexo de Dete de Josa, bem mais taludo que eu e que não se apartava do instrumento. E das quatro horas de aula com os 30 minutos intermediários do recreio.
Foi um bonito encerramento da “X Semana Literária”, dentro do Projeto Vivenciando o Saber”, com declamação de poema, apresentação de números artísticos, falas rápidas e variadas – no meu caso, fiz a apresentação formal do conjunto de banners com a história de Itabaiana em imagens, legendadas, naturalmente - entrega de moções, e aí a minha surpresa: recebi uma placa, em agradecimento – não sei se o que fiz vale tanto – e pelo fato de ser aluno fundador da escola.
Em tempo: num aspecto, a escola não mudou. O mesmo denodo com que a minha professora primária fez-me atravessar os cinco anos regulares que ali passei, tem as atuais, a partir da direção, em manter a tropa atual em forma, centrada, com espírito humilde, mas de atitude vencedora. Alegre e confiante.
É bom recordar.