sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

MICARANA: 25 ANOS ESTE ANO.

 

01  - Placa da Inauguração da AAI; 02 - Primeira sede da AAI; 03 - saudoso Dr Gileno (camisa branca) fundador da AAI e da Micarana, acompanhado de esposa e o amigo Fefi; 04 - Logomarca do Tchan, por mim criada, em 1997; 05 - Tchan, abadás; 06 - Passistas da Banda Pinguim em ação durante desfile do Tchan; 07 - Clima dos camarotes, entes dos desfiles; 08 - segundo dia de desfile do Tchan

 

Entre março e abril de 1997 foi aquele reboliço: a Micarana, festa criada por Dr. Gileno Almeida e mais o grupo progressista de então, em 1949, e que havia retornado efemeramente em 1994, na administração do prefeito João Alves dos Santos – João de Zé de Dona – estava novamente na ordem do dia da segunda administração Luciano Bispo.
Em 1997, rapidamente se constituiu dois blocos “oficiais” e ressuscitou os dois “alternativos”, de fato pré-existentes: o Terremoto, “politicamente ligado ao pessoal de lá”, da oposição; e o Tchan, “do pessoal de cá”, ou seja, ligado ao grupo político do prefeito Luciano Bispo.
A festa, na sua origem, em 1949 nasceu em comemoração ao primeiro ano da Associação Atlética de Itabaiana, inaugurada um ano antes, em 18 de abril de 1948. Sobreviveu até abril de 1963, entrando para a lista de eventos culturais, afetados pelo péssimo clima que se abateu sobre a cidade após os assassinatos de Euclides Paes Mendonça e seu filho Antônio de Oliveira Mendonça, em 08 de agosto do mesmo ano; e só retornado por empenho pessoal do então secretário municipal, Paulo de Mendonça, na administração de João Aves dos Santos, em 1994. Também ano de pré-campanha pela eleição de José Milton Alves dos Santos, irmão do prefeito, a uma vaga de deputado na Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe. Paulo aproveitou uma ideia surgida, e indiretamente sugerida por inspiração de uma conversa com José Elson da Silva Melo, ex-secretário municipal de outras gestões anteriores, um dos entusiastas dos velhos tempos.
Em 1997 todos os blocos foram afetados pelo clima super positivo; porém o que mais incorporou a animação foi o Tchan. Modéstia à parte, eu dei a minha contribuição, somando-me a estratégia nas negociações para a contratação de material e até das atrações, como uma novidade que me surpreendeu, que foi apresentada pelo saudoso amigo Josenildo Pereira de Souza, e pelo então presidente, Adriano Correia: a Banda Pinguim. Eu não a conhecia, porém de pronto animou-me sair um pouco do circuito baiano, já soberano em festas momescas e até escapando para o Hit Parade, com sucessos estrondos, a começar da Banda Beijo, Luiz Cardas e outros. Foi um sucesso. Mas o meu compromisso com Tchan começou pelo lay-out da indumentária usada pelo bloco. Para coroar a obra faltava o din-din: a Prefeitura deu as garantias.
Foi uma festa magnífica, com os quatro blocos se revezando na programação, ao longo da Avenida Luiz Magalhães, com ida e volta, diga-se de passagem mal localizada: nela ficam as duas principais unidades de atendimento hospitalar, não somente para atendimento de Itabaiana; mas de 20 municípios, três deles na Bahia. Porém, reforço: foi uma bela festa.
Infelizmente, a festa que foi pensada como uma atividade a se autofinanciar, se mostrou aquém disso. Suspeita-se até de corpo mole de alguns participantes, jogando toda a responsabilidade no poder público; de forma que, antes mesmo de arrefecer a onda de micaretas, a Micarana já dava sinais de estagnação, de uma festinha de pobre gastador – aquele que só gasta. A pá de cal foi a megafesta de 2009, que desarrumou as contas públicas levando a derrotas eleitorais e consequentes mudanças no gerir; também em vista da transparência administrativa e consequente vigilância, mormente do Ministério Público.
E nunca mais um festaço daqueles. Mas que foi bom enquanto durou, isso foi.