Durante
exatamente dois séculos e meio ela foi o mais importante acesso da cidade.
Observando
na última segunda-feira o frenético movimento do popular “desvio do Bairro da
Torre”, hoje oficialmente Rua Alemar Batista de Andrade, e outrora estrada real
de São Cristóvão, uma constatação: jamais substituirá a relativamente imponente
BR-235 de hoje; mas voltou a ter uma grande vitalidade. A construção do
Shopping Peixoto e sua consequente melhoria, fê-la também importante via de
acesso a urbanização que toma a área por 43 anos, desde que o lixão da Lata
Velha deixou de ser o ex-futuro aeroporto, sonhado por Euclides Paes Mendonça e
deu lugar ao Bairro Miguel Teles, ainda hoje também conhecido como Bairro da
Torre.
Estrada
de entradistas.
A estrada
teve lugar assim que por volta de 1612, São Cristóvão se estabeleceu definitivamente
onde é hoje, e apareceram os “capitães-do-mato”, oficialmente capitão de campo,
a exterminarem os Kiriris da região de Jeremoabo – a freguesia, depois
município original – escravizados aos borbotões, máxime para abastecer o moinho
de carne humana que era o pesadíssimo trabalho na imensa frota de caravelas
comerciais portuguesas, é até na Real Marinha.
Houve
vários entradistas, mormente no século XVII; contudo foi Fernão Carrilho, de quem
talvez venha o nome do povoado - notório exportador de castanhas de caju - e com
esse nome, também responsável pelo fim do Quilombo dos Palmares, o maior deles.
A quem inclusive D. Rodrigo de Castelo Branco recorreu quando veio procurar
prata em Itabaiana. Como informação adicional, o paulista Domingos Jorge Velho
apenas ficou com a glória, dada pelo governador de Pernambuco; mas quando
chegou o Quilombo já havia sido exterminado.
Fim de um
ciclo
Em 1855 a
capital de Sergipe foi mudada para Aracaju. A estrada passou a somente ser
utilizada pelos tropeiros, que descobriram na nascente feira de Itaporanga d’Ajuda,
uma compensação pela que eles haviam fundado, a pedido do presidente da
Província, Manoel Ribeiro Lisboa, em 5 de julho de 1835, na antiga capital. Nem
mais os aldeões do município, a não ser nos raros casos de justiça ou impostos,
já que em 1845 passaram para dependência da Paróquia de Nossa Senhora da Boa
Hora, em Campo do Brito, vinham. Até para votar era na nova sede paroquial. Aí,
virou Estrada de Itaporanga.
No início
da década de 1860 nasceu a feira livre de uma feira de algodão, e os munícipes do
sul do município voltaram a frequentá-la. E assim se mantiveram até
praticamente o advento da BR-235, desde então, quase que desapareceu, só restando
pedaços conhecidos como esse “O DESVIO DO BAIRRO DA TORRE”. Que agora voltou a
reviver como importante via.
O nome de
rua atualmente é uma homenagem à minha amiga que tão cedo partiu, filha do
também grande amigo, o risonho e diplomático, gente fina, cabeleireiro Dernival
Andrade.