Estrada Real de São Cristóvão, depois Itaporanga: Rua Itaporanga |
Peço licença ao grande Alceu Valença pelo uso desse título, também de uma bela homenagem sua, que faz à capital pernambucana; mas, cá entre nós era uma vez as ruas do Cacete Armado, do Fato e da Brasília, em nossa urbe de Santo Antônio da Itabaiana.
O asfaltamento, por parte da Prefeitura, ocorrido nesta semana que se estendeu às supracitadas artérias se reveste de certo simbolismo: todo o Centro da cidade de Itabaiana está asfaltado.
O asfaltamento, por parte da Prefeitura, ocorrido nesta semana que se estendeu às supracitadas artérias se reveste de certo simbolismo: todo o Centro da cidade de Itabaiana está asfaltado.
Itabaiana tradicional
Rua Manoel Antônio de Oliveira (Rua da Brasília) |
Consoante as fotografias do início do século, por volta de 1920 só havia uma rua pavimentada a pedra rústica na cidade: a Rua 13 de Maio, então ainda mais conhecida como Beco do Cisco, e uma das travessas de acesso desta à Praça Fausto Cardoso, a Travessa Manoel Andrade. Só.
Nos anos 30 do século passado, o advento da primeira estrada de rodagem (rodovia) para Laranjeiras, não só acabou de matar a então tricentenária Estrada Real de São Cristóvão, como começou a rápida perda de importância da estrada dos tropeiros para Laranjeiras, de fato, até aí a mais importante para a cidade. Em 1969, o recém fundado Rotary Club de Itabaiana preferiu ficar alojado num edifício precário as suas margens, hoje sua sede, que usar um terreno espaçoso para esta, onde está funcionando a Secretaria Municipal de Obras. Ainda hoje continua no mesmo endereço que é a Rua Coronel Sebrão. A rodovia também forçou o crescimento da cidade para o sul.
A Rua da Tenda foi alargada e virou Praça Pinheiro Machado, ainda em meados dos anos 20 do século passado, e que, com a queda da República Velha trocou de nome para João Pessoa, nome com que está denominada até hoje, e obrigando ao seu prolongamento, com a chegada da rodovia, denominado Rua General Calazans; ao fim desta surgiu o Hospital Dr. Rodrigues Dória, que fez nascer a Praça da Bandeira, hoje a rótula da Avenida Airton Teles; e, finalmente a construção de Colégio Estadual Murilo Braga, em 1949, fez surgir as ruas da Brasília e do Fato, pelo aumento da povoação às margens da Estrada Real de São Cristóvão, já então conhecida como apenas estrada de Itaporanga, nome com o qual esta parte do trecho urbano ficou oficializado.
Uma terceira saída, outrora para Salvador, Bahia, o beco que deu origem Rua Campo do Brito ganhou pejorativo nome de Rua do Ovo - em contraposição à Rua do Fato – e, devido à quantidade de prostíbulos existentes em seu prolongamento, em verdade um acesso para chegar à nova rodovia para Campo do Brito, veio o nome de Rua do Pinto. Com a evolução urbana e o moralismo dos anos 30, os cabarés foram obrigados a um deslocamento no mesmo acesso, e, 500 metros adiante surgiu a Rua do Cacete Armado, que chegou ao auge no início dos 50.
Nos anos 30 do século passado, o advento da primeira estrada de rodagem (rodovia) para Laranjeiras, não só acabou de matar a então tricentenária Estrada Real de São Cristóvão, como começou a rápida perda de importância da estrada dos tropeiros para Laranjeiras, de fato, até aí a mais importante para a cidade. Em 1969, o recém fundado Rotary Club de Itabaiana preferiu ficar alojado num edifício precário as suas margens, hoje sua sede, que usar um terreno espaçoso para esta, onde está funcionando a Secretaria Municipal de Obras. Ainda hoje continua no mesmo endereço que é a Rua Coronel Sebrão. A rodovia também forçou o crescimento da cidade para o sul.
A Rua da Tenda foi alargada e virou Praça Pinheiro Machado, ainda em meados dos anos 20 do século passado, e que, com a queda da República Velha trocou de nome para João Pessoa, nome com que está denominada até hoje, e obrigando ao seu prolongamento, com a chegada da rodovia, denominado Rua General Calazans; ao fim desta surgiu o Hospital Dr. Rodrigues Dória, que fez nascer a Praça da Bandeira, hoje a rótula da Avenida Airton Teles; e, finalmente a construção de Colégio Estadual Murilo Braga, em 1949, fez surgir as ruas da Brasília e do Fato, pelo aumento da povoação às margens da Estrada Real de São Cristóvão, já então conhecida como apenas estrada de Itaporanga, nome com o qual esta parte do trecho urbano ficou oficializado.
Uma terceira saída, outrora para Salvador, Bahia, o beco que deu origem Rua Campo do Brito ganhou pejorativo nome de Rua do Ovo - em contraposição à Rua do Fato – e, devido à quantidade de prostíbulos existentes em seu prolongamento, em verdade um acesso para chegar à nova rodovia para Campo do Brito, veio o nome de Rua do Pinto. Com a evolução urbana e o moralismo dos anos 30, os cabarés foram obrigados a um deslocamento no mesmo acesso, e, 500 metros adiante surgiu a Rua do Cacete Armado, que chegou ao auge no início dos 50.
Rua Santa Cruz, início com muro à esquerda que sinaliza o local do ex-Cacete Armado |
Ruas da Brasília, do Fato e do Cacete Armado.
A Rua do Cacete Armado foi denominada oficialmente em 1955 de Santa Cruz, uma contraposição ao nome chulo, de origem popular. Foi pavimentada a paralelepípedo no início dos anos 90.A Rua de Brasília e a Rua do Fato são reconhecidas como respectivamente Rua Antônio Manoel de Oliveira e Travessa Itaporanga pela Código Municipal de Posturas, ou Lei 236, de 1962. Já quando à pavimentação, ocorre na década de 90, início e fim, respectivamente.
As denominações populares aqui usadas tem significado óbvio: Rua do ovo: onde só se comia ovo; rua do Fato, onde o cardápio era fato, miúdos, vísceras, mormente de boi; Beco do Cisco, onde em priscas eras se jogava o lixo, a “back street” dos ingleses; Rua do pinto e do Cacete Armado remetem maliciosamente ao objeto fálico; quase sempre explicado contraposição à Rua do Ovo e a local de brigas e confusões, respectivamente.
Todas três foram asfaltadas, no todo ou no que faltava, neste fim de semana. Completando o conjunto, a Prefeitura também cobriu de asfalto a ultra irregular pavimentação a paralelepípedo da sequência da Rua de Brasília, a Rua José Ferreira de Araújo.
Mais conforto e modernidade, mais um passo da marcha inexorável do progresso no aniquilamento das tradições.
Rua José Ferreira de Araújo, esq. com Av. Manoel Francisco Teles |