quinta-feira, 10 de novembro de 2022

JOGO DE INTERESSES.

 

Que o clima político anda brabo, isso não é segredo pra ninguém; que o Presidente da República, simbolicamente “o pai em exercício” da Nação, ao invés de reduzir arestas como regimental, moral e eticamente lhe compete mais acentua o ódio e a loucura coletiva, isso mais tem sido claro. Mas, de onde vem o mosto disso? Quem primeiro plantou o veneno?
Uma cena com diálogo tolo, muito longe das discussões científico-acadêmicas da sociologia, psicologia e política me chamou a atenção há aproximadamente 30 anos, e desde então colou na minha cachola. É quando no filme “Dave, Presidente por um dia”, 1993, estrelado por Kevin Kline e Sigourney Weaver, numa discussão para convencer um sósia do presidente a representá-lo momentaneamente, um secretário diz pra ele:

“Às vezes, nossos amigos...  e até os inimigos precisam se sentir salvos... e seguros. Precisam ir para a cama à noite... sabendo que o presidente Mitchell está governando. Precisam sentir que ele está sentado aqui...  nesta cadeira.”

O Presidente da República não deixa de ser um rei, rex, o mais importante, vital, a cabeça da Nação; em que pese por um determinado período, eleito pela maioria e sob o império da Lei que normatiza dele ao pedinte mais humilde da nação; mas ele tem a obrigação de cuidar da Pátria e do seu povo. Pena que quase nunca é assim; e os cabeças em geral se convertem em reles chefes de bandos, às vezes contra a própria pátria, voluntária ou involuntariamente.
Desde 2013 que o país que nunca viveu essas harmonias todas mergulhou num turbilhão lamentável cada vez maior, ameaçando e até ferindo mortalmente conquistas duramente realizadas ao longo de 80 anos de sofrimentos e lutas para sair do vergonhoso quadro de 68º lugar dentre as nações do mundo, mesmo sendo o quinto maior, não ter um metro de gelo, ou deserto, nem íngremes montanhas.
A indústria da construção civil pesada foi pro vinagre; grandes empresas indutoras de desenvolvimento, despedaçadas ou procrastinadas, o que quase pode significar o mesmo; perder tempo. E tempo é dinheiro.
E instalou-se a loucura de as famílias não poderem mais se reunir sem sobrar gritos, palavrões e até agressões físicas... sem nenhuma pendência pessoal familiar, como uma briga por herança, por exemplo.
Mas, nenhum regime, por mais perverso que seja é danoso igualmente para todos.
Os gatos gordos sempre engordam mais. Especialmente se tiverem a sorte de do outro lado do mundo ter alguém com dinheiro e querendo tirar o atraso de um século e meio de queda, permanência e longa ressurgência para se colocar de novo no topo da liderança mundial, como a China.
Coincidentemente, desde a consolidação do Golpe – o mais recente – e eleição do atual mandatário federal mais têm desaparecido as festinhas pessoais regadas a muita cerveja e o churrasquinho. A explicação é simples: enquanto para alguns poucos o céu tem sido o limite; para a maioria assalariada é se reinventar para viver com salários da era Sarney, há 40 anos atrás. No caso do funcionalismo comum, federal e até estadual, tem sido muito pior: sete ou mais anos sem aumento.
E, dos gatos gordos, depois dos banqueiros, os que mais lucraram foram os produtores de carne e leite.
Um quilo de queijo popular comprado para o Natal de 2020, por 34 reais neste agora, está custando 60 e até 70; um peso popular de carne, comprado no Talho de Carne João do Volta (municipal) sofreu a mesma majoração.
Adeus churrasquinhos de fim de semana!
Adeus churrasquinhos na copa.