quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

DE VOLTA AO FUTURO

 

Aparelho de TV sem sinal, no dia 1º de junho de 2018, quando o sinal passou a ser digital.
À direita, minha velha e já enferrujada espinha de peixe, há 20 anos servindo de poleiro à passarinhada que, especialmente nas manhãs vêm me alegrar.


Nos últimos seis meses já fiquei privado de assistir à programação da TV Sergipe/Rede Globo de Televisão umas dez vezes. De repente a antena retransmissora de sinal digital local sai do ar e só volta em um, ou até quatro dias depois.
Pior é que ainda é o canal aberto que dá para assistir. Aliás, a equipe de jornalismo da TV Sergipe é de alto padrão. Tanto a cinegrafia, como a ancoragem e a reportagem, a edição melhorou bastante nas últimas décadas e, mesmo que trate eventualmente de temática não tão interessante, a comunicação, a formatação final faz qualquer noticiazinha se transformar em palatável.
E aí, eu voltei a ver TV local, mormente pela TV Sergipe que, como a Globo em geral consegue sustentar uma programação diária sem queda de qualidade e de valor informativo; sem os altos e baixos que caracteriza as outras redes, e por tabela as afiliadas locais.
Mas, depois da digitalização do sinal é uma maravilha; exceto como hoje, por exemplo, que desde a manhã está sem funcionar.
Como alternativa? No caso da Rede Globo, via cabo ou satélite. Com prejuízo de conteúdo local.
Quando o sinal era analógico, mesmo com a sensível queda de potência verificada na radiodifusão depois da privatização da Energipe, hoje o braço estadual do monopólio Energisa, a gente se valia da “bruxaria” em várias modalidades, especialmente a mais comum: tentar adivinhar de onde viria menos ruim o sinal. Era um tal de subir no telhado com dois auxiliares – um de frente ao aparelho, e outro ao pé da antena espinha de peixe. “Pra esquerda... melhorou! Passou e piorou...” e assim uma hora chegava. Porém hoje, com o sinal digital, desde 1º de junho de 2018, fica-se com a última palavra em tecnologia, certo de que assistiremos ininterruptamente o que quisermos. Mas isso só até a retransmissora automática desarmar e esperar quem lhe venha consertar.
De fato, a cada dia fica mais visível um futuro sombrio, porque de extrema dependência da interrede ou internet, onda aparentemente termos tudo, mas também sob o risco de a um simples cabo partido não termos nada.
Pior que as peripécias de Marty McFly (Michael J. Fox) e do professor Emmet Brown (Christopher Lloyd) de retorno ao passado para correção do presente e do futuro... não tem muito futuro não.
Em verdade não se sabe até quando o velho sistema vai aguentar, com a enorme proliferação de canais, fazendo a mesma coisa; e descontrole de conteúdo, o que desestimula a sua produção; e o meio, como já dito, cada vez mais se concentrando na internet.
E, enquanto isso eu vou remoendo as risadas não dadas de hoje com os enrolados Vespertino, Sababodó e Timbó e seu shopping center.
Em tempo: há tempos que deixei o satélite, não assinei o monte de canais que somados dão menos de um quarto (e de streaming já bastam o canal de música e os três de filmes a que tenho acesso, quase sempre uma b.) nem via cabo.