terça-feira, 25 de junho de 2024

O SÍTIO ENCOLHIDO DE D. CAÇULA TEIXEIRA.

 

Em 1970, quando o Estádio Mendonção foi iniciado, era terra a perder de vista. E olha que, com a passagem da BR-235, hoje avenida Manoel Francisco Teles, tinha repartido a nesga de terra na qual hoje se assenta a capela de São Luiz.

Quando o Estádio foi inaugurado, sobrou um vazio imenso, justo a parte onde um dia ficou a vivenda de João Teixeira e família.

No início dos anos 1980 ainda cabiam na futura praça, dois campos oficiais de futebol de pelada, e mais uns três ou quatro que depois, mais sofisticados, vieram a ser conhecidos como de futebol-society.

Enfim, em 1994, o espaço foi urbanizado; ganhou um charmosíssimo palco, no estilo Parque do Ibirapuera, de São Paulo, capital; e cabia muita gente.

Por outro lado, em 2002, Itabaiana tinha 3.036 de veículos de quatro ou mais rodas, 11,5% dos atuais 26.411. Obviamente sem contar motos, motonetas, quadriciclos, etc., que geram uma cifra astronômica de 73.038 veículos, em números de 31 de dezembro do ano findo de 2023; menos de dois habitantes por veículo.

Ou seja, multiplicou-se por dez o número de veículos, ocupantes de grande espaço; e a cidade, mesmo com a colossal expansão urbana, apenas duplicou. E o Centro, obviamente, permaneceu do mesmo tamanho.

Acima, vista aérea da Praça João Pessoa, em 1986, em dia feira, vendo-se de seis veículos estacionados e um em movimento. e embaixo, a realidade em 12 de abril de 2006. Hoje simplesmente é mais fácil ganhar na mega-sena que encontrar uma vaga.

Também aumentou, exponencialmente, a massa humana que acorre aos espaços festivos.

É bem verdade que a Praça de Eventos Etelvino Mendonça não foi criada para enormes e barulhentos eventos; mas nisso se tornou, logo perdendo suas quadras, e volvendo unicamente para o show-business. Que estancou. O advento dos tapumes, que, desde 2009, restringiu-os apenas ao entorno de quadra principal da Praça, neste ano ultrapassou parte da pista de rolamento e engolfou até a área onde se situam, a Estação Rodoviária e estacionamento do Estádio, adjacente. 

Neste 2024, a mudança da Feira do Caminhão para o estacionamento do Shopping Peixoto, é de certa forma, um grito de alerta de quem não tem mais espaço para nada. 

Vai ter que ser repensado outro local para mega eventos.

Os tempos da “superagitação” de Rolopeu e seus vinte, no máximo trinta caminhões, acabaram. Lembrando que, até 1992, nenhum show, ou exposição, existia na cidade.

E o velho sítio Santa Cruz de D. Caçula Teixeira não aguenta mais festas desse porte.

Mas, não só a Praça de Eventos Etelvino Mendonça – área do citado sítio - está saturada. Todo o Centro da cidade hoje é território saturado, que nem o criativo recurso das motocicletas (quase 40 mil unidades em duas rodas) está resolvendo o problema de espaço para estacionar. A cidade hoje tem um veículo de quatro ou mais rodas (desde automóveis a tri-trens) para quatro habitantes. Haja espaço.

Estacionamento do Rua Barão do Rio Branco: já começa a faltar espaço até para as motocicletas.
O sítio de D. Caçula até que comportaria. Desde que só fossem os 10 a 30 mil pessoas presentes nos shows. Sem seus carros a entupir as vias circunvizinhas, a até um quilômetro de distância, como na última Festa do Caminhoneiro. Que, repetindo, já foi repartida em duas, com a Feira ocorrendo no Shopping Peixoto.
A inevitável invasão dos espertos: 12 de junho e os flanelinhas assegurando estacionamento para futuros clientes do show logo mais