segunda-feira, 28 de novembro de 2022

GERAÇÕES COPA DO MUNDO

 

Eu e Fefi, no sábado, 26, atualizando o papo, em ambiente a caráter, ambos a descumprir ordens médicas (por uma boa causa), com as cinco cervejas, das cinco Copas (em detalhe a de 1958), e ansiando por hoje.

Impressionante o quanto a natureza humana necessita da festa. De fato, não é diferente da maioria dos outros animais, a seguir o ritual: dormir, acordar, caçar, comer a caça e celebrar antes de recomeçar o ciclo. A festa é parte da grandeza da vida. E a Copa do Mundo, especialmente para nós brasileiros, tão sedentos de glória, e sempre entregues aos agentes coloniais a nos derrubar a autoestima é nas pernadas atrás de uma bola o enfiar desta num gol que temos quase sempre um momento de delírio. Somos o maior do mundo; somos Penta.
Um chute certeiro dentro do gol nos causa mais alegria que mesmo atos realmente revolucionários no dia a dia de qualquer nação. É que tanto estamos a acostumados a voos de galinha, a pular para a sexta economia do mundo e de repente desabarmos para além da décima-segunda que, pelo menos no futebol, já de há muito contaminado com a usura, mas de vez em quando ainda com algum lampejo de naturalidade, a sensação de perda tem sido natural. É mitigada pelo ganha hoje; perde amanhã, mas voltará a ganhar com certeza. E continuamos os melhores do mundo.
No último sábado fui alegremente premiado com a cena do velho itabaianense-raiz, Francisco Tavares da Costa, o antológico Fefi, 89 muito bem vividos e produtivos, de volta à sua rotina de torcedor apaixonado, e ao seu QG, a velha Gráfica Tavares, um lugar pelo qual me apaixono toda vez que penetro até se pequeno parque gráfico; suas guilhotinas, prensas impressoras, seus milhares de tipos, o cheiro da tinta, enfim a civilidade em todo o seu esplendor de repartir conhecimentos, eternizá-los.
Posicionado em sua gráfica, apesar de desativada, mas em plantão permanente, Fefi estava como sempre a caráter para mais uma copa do mundo, depois de ter amargado no último ano maus pedaços com a saúde, que o tem tirado daquilo que mais gosta: celebrar.
Junto com ele, além da decoração de mil e uma fotos e recortes de jornais, a emoldurar as paredes, em cima do birô, cinco edições de cervejas, correspondentes às cinco Copas ganhas pelo Brasil.
As fotos são variadas e a maioria se refere às glórias tricolores do Tremendão da Serra, a Associação Olímpica de Itabaiana; mas no meio delas a reprodução da Copa de 1958, com figuras marcantes da história recente de Itabaiana como Euclides Paes Mendonça.
E a cerveja, coisa raríssima em 1958, presente. Intacta. Uma raridade. Um ano mais velha do que eu.
Daqui a pouco – 12h30min deste 28 de novembro - o selecionado canarinho entra em campo pela segunda vez nessa Copa. Que ele faça jus às esperanças minhas, de todos os brasileiros, e em especial do velho coração do Guaxunim que tanto ama com paixão extremada sua terra, Itabaiana; seu país.



Comemorando o título de 1958(Mão aberta, por cima da bandeira), com Euclides Paes Mendonça (canto esquerda dela) e uma montanha de outros amigos.