terça-feira, 18 de junho de 2024

ITABAIANA RUMO AOS 350 DE FUNDAÇÃO - ECOS DO PASSADO.

 

As perdas de São Miguel.

1ª parte. As presepadas de São Pedro.

Quando Jesus andou na terra, logo escolheu 12 apóstolos que o seguiram, um, porém, Simão, a quem ele apelidou com uma palavra latina, não judaica, Pedro, passou a ser seu predileto. O nome “Pedra”, era justo porque Petrus seria a pedra, a rocha fundamental na sua obra.

Certo dia Jesus teria perguntado a Pedro o que gostaria que lhe desse quando fosse ao Céu. Ao que Pedro, na sua simplicidade e sinceridade teria respondido: “quando eu lá chegar, Senhor, eu quero que o senhor me deixe onde eu me sentar primeiro.”

Promessa feita, tempos depois, Pedro, crucificado de caça para baixo em Roma, sobe ao Céu.

Desde o princípio dos tempos que o porteiro do Céu era o todo-poderoso e à toda confiança do Eterno, o arcanjo São Miguel. Ao bater à porta, São Miguel que já antevira a sua chegada, ritualisticamente abriu uma fresta, e perguntou quem aí estaria, mesmo sabendo de quem se tratava. Até aí, tudo bem; só que Pedro, desconfiado com os novos ares, pôs a mão na portada, impedindo o fechamento da porta, ato necessário à completude do ritual de recepção de uma nova alma: a conferência, por fresta; fechamento da porta, enquanto ia conferir a documentação; e por fim, a completa abertura e ingresso do recém chegado ao Paraíso.

Ao tentar fechar a porta para a segunda parte do ritual de recepção, São Miguel colheu o protesto de Pedro, ao sentir a porta a lhe imprensar os dedos: “Ai, Miguel, meus dedos!”

São Miguel afrouxou a pressão e tentou de novo, ao que Pedro, mais uma vez protestou: “Ai, Miguel, minha mão!”

Doravante cada vez que São Miguel afrouxava para Pedro tirar a parte pressionada, mais ele se ia enfiando até estar todo dentro do Céu.

Resignado com a situação, porém ciente dos deveres, inclusive o de receber o ilustre recém chegado com tudo o que tinha direito, São Miguel desculpou-se por deixar-lhe momentaneamente sozinho e foi lá dentro, à presença do Pai e dAquele à sua direita, avisar-lhe da chegada.

Pela primeira vez Jesus desceu do trono. Para ir recepcionar Pedro. Escudado por São Miguel encaminhou-se à portaria, saudando Pedro que, sentado estava; sentado permaneceu.

Conversa vai, conversa vem, e São Miguel impacientou-se: “Pedro, meu lugar, por favor”. São Pedro com a cadeira grudada na bunda mudou de lugar. Mais uma, e outra, e outra vez e São Pedro sempre repetindo a operação. Aí, Jesus lembrou-se da promessa.

E São Miguel foi pesar alma, para quantificar-lhe os pecados; e São Pedro virou o porteiro do Céu em seu lugar. Isso foi pelos anos 70 da nossa era.

A segunda perda de São Miguel foi aqui em Itabaiana, em 1675, hum mil e seiscentos anos depois. Porém, essa história, real, fica para a próxima.

Até lá.