quinta-feira, 20 de junho de 2024

UMA RÁPIDA VISITA À ESCOLA.

 

“Rádio Princesa da Serra fala, e Djalma Lobo abala a cidade de Itabaiana, êêê.”  (Vavá Machado e Marcolino, com Tarde Nordestina da cantora Marinalva, tema do programa do saudoso radialista e deputado, e símbolo da era áurea da emissora)

Hoje, pelo meio-dia, ao retornar das sensacionais explanações do colega radialista Paulo Correia num simpósio sobre o A Origem do Forró, etc., promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, e que tiveram lugar no auditório do Shopping Peixoto - durante todo o dia – resolvi ver de perto a terceira sede da antológica Rádio Princesa da Serra, no mesmo Shopping instalada, curiosamente defronte de outra estrutura incomum a um Shopping, a capela onde todos as semanas, religiosa e literalmente se celebra Missa.

Confesso que a nova sede não me impressionou como aquela inaugurada no dia 13 de junho de 1978, há 46 anos, no primeiro andar do Cine Santo Antônio, cheia de seus funcionários e todo aquele frenesi, de gente entrando e saindo.

Nem mesmo tem o clima nostálgico da segunda sede, no antigo Cine Popular, do Beco do Cisco, rebatizado de Rua 13 de Maio, ainda com sua imensa discoteca de vinil, cheirando a mofo e nunca usada, depois que as trilhas digitais tomaram todo o espaço.

Aliás: nem o alcance que já teve um dia em Amplitude Modulada-AM, agora que foi convertida numa reles FM, tem.

Em lugar de redatores, apresentadores, porteiros, recepcionistas, discotecário (a minha cachaça)... hoje lá, num singelo estúdio (ainda com aquário, pouquíssimo usado), com antessala, só uma mesa, visualmente simples: jogo de microfones, o indefectível e indispensável computador e sua tela, a ser operado pelo companheiro, o veterano Sergio Santana.

A música – na rádio em geral - não mais vem em sulcos do vinil, ou trilhas magnéticas das fitas; sequer por disquetes, CD ou mesmo pendrives. Agora vem por streaming.

A locução, ou feita por algum abnegado, no 0800; por algum funcionário retardatário, saudoso dos tempos áureos do rádio; ou algum apostador na uberização do rádio. Jornalismo? Há muito que não se faz jornalismo; só releasismo, em geral, político partidário, peso pesado, na maioria.

Sobre a mãe de quase todos os radialistas agresteiros, na faixa dos 50 ou mais de idade, temi pelo seu ocaso definitivo. Nem comentei com ninguém “pra não dar azar”. E não deu. De alguma forma a clássica teimosia do “Grande Guerreiro”, José Queiroz da Costa, apesar de ter que mais uma vez a encolher, como manda esses tempos bicudos para mídias fora da internet, mesmo que ela associadas, mas a manteve viva.

A perda de alcance autônomo da Amplitude Modulada-AM, trocada pela limitada Frequência Modulada-FM, seria perdida de qualquer forma; velozmente, a partir do domínio absoluto do hiper oceano da internet, fazendo tremer até um Sistema Globo, hoje completamente híbrido e integrado.

Ao menos, a marca inspirada pela professora, D. Lourdes Oliveira, esposa de Mozart Fonseca Oliveira, um dos sócios originais, qual seja “Rádio Princesa da Serra”, permanece.

Curiosamente o pequeno estúdio foi parar justo no local da primeira antena de transmissão, e dentro do empreendimento, que, como a Princesa em 1978, é também um marco da ousadia Itabaianense.

Que a parceria perdure e dure a união desses dois símbolos.

Minha escola de comunicação está salva.