terça-feira, 11 de setembro de 2007

PT de Itabaiana: em números.

A história eleitoral do PT, até onde pudemos recuperar-lhe começa com uma modesta votação para vereadores (não dispomos dos números) e de prefeito em 1982 alcançando 92 votos, ou seja, 0,65% do eleitorado(*). Em 1986 cravou 287 votos para deputado estadual; 660 para federal; 1946 para senador e 593 para governador. Não havia eleições para presidente da República na época.
Em 1989 o PT teve em Itabaiana para presidente da República – na primeira candidatura de Lula – respectivamente 3.207 votos ou 10,93% no primeiro turno; e 10.825 ou 37,35% no segundo turno contra Fernando Collor de Melo.
Para 1990 não conseguimos os dados, porém lembramos de passagem que não foram animadores e, em 1992, novamente manteve-se a tradição de pouca votação. Em 1994, mesmo no calor do acordo com a ala de Luciano Bispo de Lima, os candidatos do PT não foram lá grande coisa. Explica-se, porém, porque naquela ocasião houve uma somação de forças que tinham como focos para deputado estadual o próprio Luciano e para federal José Queiroz da Costa. Os candidatos do PT somaram: estadual, 311 votos; federal, 593 votos e senador onde José Eduardo Dutra 11.992 votos, quase 35% do total.
Em 1996 os resultados de 1994 fizeram efeitos e o partido elegeu pela primeira vez um seu representante à Câmara Municipal com 1.044 votos, a maior votação individual até hoje obtida por um candidato do PT em eleição municipal.
Em 2000, o partido pareceu crescer. Tudo se encaminhava para uma consolidação do tão famoso terceiro lugar. Todavia, mudança de ventos, levou o potencial candidato e liderança Olivier Chagas a desistir de concorrer ao cargo de prefeito quebrando a reeleição de João Cândido e talvez a eleição do terceiro colocado da fila Erotildes de Jesus. Possivelmente Olivier teria amargado a derrota, e era quase certa a vitória de Maria Mendonça ao invés de Luciano Bispo, porém, o PT sairia fortalecido e o próprio Olivier teria uma cadeira garantida na Assembléia Legislativa já em 2002 e, se não em 2004, mas agora em 2008 seria com certeza páreo duro na disputa municipal. Resultado de 2000: a maior votação que o partido teve no plano municipal, mas não elegeu ninguém. Sou de opinião de que tal mudança de foco ofuscou até os dias atuais o brilho de uma liderança petista de peso maior e em 2004 veio a resposta: mesmo coligado com a candidata vencedora para a Prefeitura, o único candidato do partido sequer chegou ao nível do segundo lugar de 2000, obtendo apenas 738 votos. Um detalhe importante é que agora a bancada na Câmara havia murchado e até campeões de votos de outros partidos ficaram de fora.
De certa forma o PT sequer chegou ainda ao nível do velho MDB antes que lhe acrescentassem um “P” inicial.



(*) DANTAS, Ibarê. – Coronelismo e Dominação, Diplomata, Aracaju, 1987.