Hoje, 23 de setembro, início da primavera no hemisfério sul terrestre, assume, em solenidade logo mais à noite, com missa e presença do bispo arquidiocesano, D. Josafá Menezes da Silva, o novo pároco de Santo Antônio e Almas de Itabaiana, Paulo Tadeu Lima.
A Paróquia
Santo Antônio e Almas de Itabaiana foi criada em 30 de outubro de 1675, sob indícios de ser uma ponte para a instalação de uma cidade típica de até então, com muros, torres, etc., visando proteger uma possível mina de prata, que não se confirmou.
A prata não houve; mas a paróquia, inicialmente em sua igreja de taipa, por noventa anos, aguentou.
Uma igreja de pedra e cal.
Em 1745, com já setenta anos de fundada, e funcionando na velha igrejinha de taipa, foi nomeado seu quarto pároco, o Padre Francisco da Silva Lobo, ancestral indireto de imensa família espalhada por Itabaiana, por Sergipe e até pelo Brasil. Segundo a tradição coligida pro Sebrão Sobrinho, é o Padre Lobo que, no mesmo 1745, vai fincar, de vez, e de fato, as bases da civilidade nesta terra, ao criar o coro sacro, que evoluiria para a magnífica Orquestra Sinfônica de Itabaiana, da Sociedade Filarmônica Nossa Senhora da Conceição.
Mas o Padre chegou num momento auspicioso para o Império Português, qual seja o das mudanças marcantes, que culminaria com o profícuo reinado de D. José e seu braço direito, o Marquês de Pombal. Iluminista, Pombal cuidou de podar vícios, nem que para isso tivesse que praticamente eliminar até ordens religiosas, como a poderosíssima dos jesuítas. Por outro lado, cuidou do clero secular, com moderníssimas igrejas, tudo construindo seguindo o racionalismo iluminista.
Padre Lobo pediu, e ganhou. Uma igreja matriz belíssima; que ainda hoje é referência geográfica no altiplano do Domo de Itabaiana, onde está assentada, quase ao meio do círculo de serras, outrora conhecido como a Itabaiana: “serras moradas dos homens de onde os rios vêm”.
A missão do Padre Paulo Lima.
O novo pároco assume num momento especial. Não somente pela redução de paroquianos, há três décadas, em debandada do Centro, especialmente nas duas últimas, como a crítica redução territorial, que restringe a paróquia a apenas o Centro da cidade. Também recai às mãos do Padre Lima, o fecho das celebrações do Sétimo Jubileu de Ouro da paróquia, a ser celebrado no próximo dia 30 de outubro, quando completará 350 anos de fundada.
Ao completar 300 anos, coincidentemente, o ano de nascimento do Padre Marcos Rogério, antecessor, e promotor deste ano jubilar, a paróquia também passou por uma sucessão: estava de saída o Monsenhor José Curvelo Sores, e assumindo o também Monsenhor Mário de Oliveira Reis, que realizou belíssimo Congresso Eucarístico, em dezembro de 1975, sem contudo, nenhuma menção à data magna, da paróquia, e da cidade, nascida com ela.
Nesse 2025, não passou em branco. Em que pese a pouca efusividade do Município e quase nenhum engajamento de sua intelectualidade, especialmente a indispensável da escola, os 350 anos, agora nas mãos do novo pároco promete uma contida, mas marcante festa, que só teremos nova chance de uma data cheia nos 400 anos, em 2075. Certamente eu não mais estarei por aqui; bem como 8 em cada 10 itabaianenses atuais.
Que venha o 30 de outubro.


