quarta-feira, 17 de julho de 2013

Simplicidade dos pequenos gestos.

Chego na lanchonete para pedir o cafezinho. Antes mesmo que faça o pedido, o garçon, um garotão de menos de dezoito me traz a mercadoria. O estabelecimento é tocado pelo seu cunhado, que nele emprega pelo menos uns cinco da família. O atendimento é muito bom, por sinal, todos atenciosos. Mas o que me chamou a atenção segunda-feira última, 15, foi a recepção pelo próprio dono. Ele sempre me recebeu bem, mas segunda-feira foi especial. Havia um brilho diferente em seus olhos. Que logo descobri o porquê. Ao me aproximar do balcão de atendimento, enquanto o rapaz me servia o cafezinho ele, o dono, primeiro acenou, em seguida se aproximou e emendou:
- Oh, pensei que tivesse ficado de mal da casa!
Aí me caiu a ficha: há quase dois anos que aboli o cafezinho por conta de certa elevação na taxa de glicose sanguínea que, claro, ele não ficou sabendo. Ao me sentir afastar de seu estabelecimento onde era habitual, apesar de sempre me ver passando, logo começou a matutar que eu tivesse tido algum tipo de contrariedade. Que nunca teve oportunidade de me perguntar, nem eu, obviamente de explicar. Desfeito os seus temores com a minha explicação, ele abriu um sorrisão e lá se foi cuidar de seus afazeres, enquanto eu, me sentindo feliz pela segurança que tais atitudes de acolhimento nos produzem, tomei meu caminho e fui embora de goela e estômago reconfortados pelo saboroso cafezinho.
Coisas tão simples e que tanto valem.