quinta-feira, 22 de novembro de 2007

CEMB em Ação! Que politicagem é essa desta vez?

Nos barracos da cidade
Ninguém mais tem ilusão
No poder da autoridade
De tomar a decisão.

Gilberto Gil/Liminha, in
Nos barracos da cidade



Sequer procurei saber dos resultados, mas me chamou atenção uma matéria publicada no portal Itnet, hoje, 22 de novembro, às 06:18 horas.
Não por acaso, um dia depois do aniversário do velho Colégio Estadual Murilo Braga (PL nº 106 de 21 de novembro de 1949).
No país da boquinha só se pavimenta rua quando a pedreira, a caçamba, o cimento e até a firma construtora é de “amigos” o que significa notas fiscais engordadas, empreguismo público camuflado em empresa de prestação de serviços - logo, trocado por voto - e por aí vai. Passam-se anos e anos com um problema e, de repente, quando ninguém mais espera e todos os desesperados já se mudaram, eis que chega a providência Quando se vai passar a lupa aí começam as decepções adicionais (a primeira foi não terem resolvido a tempo). Só se constrói açude com o “laudo técnico” que aponta para a localização do terreno dentro da propriedade de algum privilegiado. Até a escola, inexplicavelmente é construída a hectômetros e até a quilômetros do local onde a maioria das pessoas reside, na maioria das vezes levantando a forte suspeita de que tal decisão deveu-se pelo fato de a indenização do terreno ter sido orientada para um “amigo” (vide fotos: apenas dois dos inúmeros exemplos de localizações inadequadas, somente aqui, de Itabaiana).











Pois bem, na matéria anunciaram uma “Ação Social” no Murilo Braga neste último dia 22 e a pergunta é: qual é realmente a função de um colégio que foi parte importantíssima na transformação da história de Itabaiana, qual seja a de um vilarejo trissecularmente condenado a desaparecer e que despertou para se tornar uma verdadeira cidade depois de 1950?
Em nosso modo de ver as coisas, a função de um colégio é instruir para o conhecimento, para o saber. Da minha parte acho que um colégio cumpre bem sua função quando professores não fazem corpo mole ou simplesmente desaparecem para ganhar num colégio privado (onde ninguém é besta faltar) menos do que ganha nesse mesmo colégio público. Também quando por capacidade gerencial de diretores e mestres assombram um Estado inteiro com a quantidade e qualidade de alunos aprovados nos vestibulares. Quando impõe respeito às demais agremiações de ensino através de seu trabalho esportivo. Como por exemplo, ser um referencial por anos de Handbol em todo o Estado. Quando se faz respeitar pela qualidade de seus trabalhos artísticos e culturais de viés erudito (já que o popular o povo já o faz).
Essa é a função de um colégio: educar para a vida.
Ação Social feita por colégio, por mais bem intencionada que seja vai parecer politicagem ou lavagem de dinheiro, essas práticas nefastas tão entranhadas em nossa sociedade de esperrrrrrrrtos. E por isso tão limitada.
Onde estão os esforços para o desenvolvimento intelectual e científico... a feira de ciências do Murilo Braga, por exemplo? Cadê o vídeo, a monografia, a revistinha (como O Serrano, que lá começou mimeografado), cadê?
Quais são de fato os interesses por trás desses apelos populistas de ação social? Quem está bancando?
Mesmo que todos os profissionais envolvidos prestem seus serviços de graça, algum custo existe. E quem banca?
Cadê o sítio eletrônico, perdão, (tabaréu só sabe chamar se for americanizado), cadê o sáite do Colégio anunciado e não aparecido? (O caminho para registro é na http://www.registro.br/) Ao menos aqui é mais barato expor as idéias da garotada.
Sem entrar no mérito sobre quem teve essa idéia, porém, ela é no mínimo tola e inconseqüente. Misturar educação com atividade de viés extremamente politiqueiro.