sábado, 5 de janeiro de 2008

Leão sossegado?

Em conversa com um colega de mídia neste fim de semana o mesmo chamou a atenção para a aparente maré mansa da fiscalização estadual no comércio local. Arriscou o mesmo que talvez se deva tal comportamento a uma preparação ao certame eleitoral deste ano. Nunca se sabe, né? É melhor não agitar a galera.
Talvez ele tenha razão quanto a um abrandamento dos fiscais da SEFAZ, entretanto, pelos números e pela história imediatamente pregressa parece que não procede tal cisma.
O histórico de repasses ao município, em geral segue o de arrecadação. Esta, por sua vez, não apresenta grande variação, até mesmo porque quase todo o ICMS arrecadado em Itabaiana provém do consumo de serviços como água, luz e telefone. Impostos altíssimos e "insonegáveis". Para ilustrar, um outro item - quase "insonegável" - na cesta de rendas repassadas ao município, o IPVA, sozinho corresponde historicamente a mais de vinte e dois por cento de toda a arrecadação municipal com repasses do Estado. Como outro exemplo, somente as oito mil linhas telefônicas fixas de Itabaiana rendem por volta de um milhão e duzentos mil reais em ICMS por ano. (que a Prefeitura não saiba, mas a cobrança de uso dos postes para linhas telefônicas feita pela Energipe dá uma dinheirama extra à esta e, salvo engano, a viúva municipal não pega absolutamente nada por isso. Aqui, em Itabaiana, claro. E nós, os manés, pagamos a TIP, CIP ou seja que diacho for.)
Entre 2000 e 2004 o município perdeu posições no ranking do Estado como bem se vê pelos repasses. Em 2001 o município estava em oitavo lugar, recebendo 1,64% de todos os repasses de ICMS feito pelo Tesouro Estadual. Em 2004 caiu para 11º no Estado e, pior, continuou a cair até chegar em 2006 em 13º com participação total no bolo de apenas de 1,004% no total repassado que, repito, guarda proporção direta com o total arrecadado.
Em 2001, com repasses de R$ 2.469.849,20, Itabaiana estava atrás de Aracaju (R$ 35.663.875,08) Canindé do São Francisco (R$ 26.728.355,27), Laranjeiras (9.188.624,78), Estância (7.869.712,17), Nossa Senhora do Socorro (7.169.265, 68), Rosário do Catete (5.001.641,89), Lagarto (3.584.714,26) e Itaporanga d’Ajuda (2.530.261,74).
Em 2006 adicionaram-se à lista de mais aquinhoados: Japaratuba, Carmópolis, Capela, Riachuelo e São Cristóvão.
É uma situação parecida à do fim do século XIX (1896), não totalmente igual apenas pela inexistência na atual lista das então pujantes economias de Frei Paulo, Propriá e Maruim, enquanto que aqui, na atualidade entram outros municípios bem mais novos como Canindé e Carmópolis.
Voltando ao viés político é provável que o meu colega esteja errado porque o último governo João Alves demonstrou que, mesmo esperneando, a maior parte do comércio itabaianense – a força econômica mais importante daqui – nem ta aí para as supostas perseguições do fisco, quando o assunto é política. Mesmo depois da “derrama” alvista João Alves e seus aliados foram mais bem votados que os demais. Tá provado que o problema político não é fiscalização. Também não procede a idéia que o atual governo estadual esteja com medo de investir em fiscalizações mais rigorosas para com isso ganhar aliados. Talvez seja o sistema de arrecadação que melhorou.
Em tempo: os números do ICMS de 2007 melhora um pouco o ranking de Itabaiana que sobe para 11º lugar no Estado. Desceram na lista Carmópolis, Riachuelo e São Cristóvão.

Sobre nobrezas e velhas práticas.

Parece ser um desabafo o escrito pelo articulista Cláudio Nunes em seu último post do dia 04/01/2008, às 06:04 hs no Portal Infonet, todavia, já que o assunto me instigou fui a “consultar meus alfarrábios” como costuma dizer o colega radialista Rosalvo Soares e acabei por chegar à conclusão seguinte.
Dos sobrenomes poderosos ainda na lembrança sergipana o mais antigo deles que conseguimos localizar é Maciel. Em 22 de abril de 1614 Miguel Maciel foi nomeado Escrivão da Câmara da Capitania de Sergipe (ANAIS, Bibl. Nacional do Rio de Janeiro, Inv. dos doc. Rel. ao Brasil, existentes na B.N. de Lisboa, Chanc. de D. Felipe II, Vol. 75, p.71). Mas o sobrenome mais poderoso de todos e ainda hoje no poder é sem dúvida o Rabelo Leite. O primeiro Rabelo apareceu na “Carta para o Capitam mor da Capitania de Seregippe Del Rej Balthazar dos Reis Barrenho sobre a Gente que vaj cõ o Dez.dor Bento Rebello. De 12 de dezembro (1656). Foi o desembargador plenipotenciário e executor da cobrança de impostos do gado da Itabaiana que, entre outras coisas, deu origem à rebelião dos curraleiros do lendário Simão Dias de que falam Sebrão Sobrinho, Maria Thétis Nunes e a farta documentação existente nas bibliotecas nacionais do Rio de Janeiro e de Lisboa (Torre do Tombo). O segundo é Jose Rabello Leite, Capitão-Mor de Sergipe em 1670. Durante os três séculos que se seguiram o sobrenome reaparece com freqüência, geralmente ligado ao Poder Judiciário.
Alguns sobrenomes famosos que por aqui andaram nos seiscentos, tais como Castelo Branco e Porto Carreiro desapareceram daqui reaparecendo em outras localidades. Castelo Branco ainda sobreviveu até o Capitão Pedro Gomes Castelo Branco, o dono de Porto da Folha até a canetada pombalina que quebrou meio mundo de hereditariedades, ou no nome do Capitão das Ordenanças da Itabaiana em 1799, João Nepomuceno Regalado Castelo Branco. De todos, o mais famoso foi D. Rodrigo que veio procurar prata na Itabaiana em 1674 e foi morto por Borba Gato seis anos depois em São Paulo..
São bem antigos, porém da segunda grande leva migratória, os francos e os pimentéis dos quais descende o ex-governador Albano Franco. Jose de Barros Pimentel veio de Pernambuco em meados dos setecentos e casou-se com uma filha do chefão de Santo Amaro. Já João Gonçalves Franco aparece ao fim dos setecentos nos registros de terra constantes dos Anais de Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.Por não perceber continuidade ou freqüência cronológica não dá para se ter certeza de que os mesmos Falcão de hoje descendam do Coronel Matheus Marinho Falcão, em São Cristóvão em 1668.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Sobre factóides

Porque damos Sergipe d’El-Rei aos holandeses. Nem nunca foi nada e nem é lá grande cousa.
Padre Antonio Vieira, negociador português ao descrever o motivo que o levou a incluir Sergipe no território dado aos holandeses nas negociações pelo apoio destes à guerra contra a Espanha que libertou Portugal em 1640. Claro, os holandeses nem quiserem reaver seu presente. Haviam sido expulsos pelos pernambucanos e já estavam a ganhar rios de dinheiro com o açúcar das Antilhas.


Noticia o ex-deputado José Milton Alves dos Santos através do radialista e blogueiro Edivanildo Santana que está no comando do PSDC. Tudo pra Zé Milton é motivo de propaganda. O Cab’a é bom nisso! De concreto mesmo... nada. Sobre siglas partidárias comandadas pelas principais forças de Itabaiana, nem mesmo o partido dos ricos paulistas – o PSDB - consegue invocar grandes emoções por aqui. Continua a valer os velhos partidos "do Chico" e "do contra Chico". Aliás, num processo que começou há uns dez anos e se consolidou com a morte de Francisco Teles de Mendonça no último dia 23: agora é "do Luciano" e "do contra Luciano".

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Coincidências

Sobre a coincidência do horário nas duas últimas postagens... Reafirmo: foi mera coincidência!

Subvenções

A Câmara Municipal de Itabaiana aprovou na sua última sessão de 2007, dia 27, vários projetos de Lei dentre os quais dois deles referentes a subvenções a clubes esportivos da cidade. Em princípio seria um desperdício, diriam alguns; da nossa modesta parte, todavia, acho uma obrigatoriedade do Poder Público Municipal a cobertura financeira de eventos dessa natureza, mesmo que realizados por pessoas jurídicas de direito privado, como é o caso do Itabaiana Futsal Clube e da gloriosa Associação Olímpica de Itabaiana. Porque? Ora, que outro motivo levaria a Rede Globo de Televisão a nos dar dez minutos de cobertura nacional, totalmente gratuita, em pleno domingo (dois) senão o sucesso de nosso time maior, como o fez na época em que o Itabaiana estava batalhando com o São Raimundo pela Segunda Divisão? Sabem quanto custam trinta segundos de publicidade nacional na dita Rede?
Mas o que me traz aqui é a discórdia com o defendido pela vereadora Edilene Barros para quem, segundo se noticia, o mesmo benefício deveria ser estendido ao Curitiba de Futsal. Ora, independente das declarações de afeto e de descendência sergipana do atual governador do Paraná, o Sr Roberto Requião – rama legítima dos campos do velho São Gonçalo do Pé do Banco, atual Siriri – e da grandeza do povo do Paraná, onde além dos parentes do atual governador existem muitos outros sergipanos e itabaianenses, acho que Curitiba e o Paraná devem promover o nome do Curitiba. Itabaiana promove o nome de Itabaiana.
A vereadora não está errada em defender apoio ao time do ex-deputado Wilson Gia da Cunha. Todavia, não dá pra investir os parcos recursos do Município de Itabaiana para promover o nome da já grandiosa, rica e inúmeras vezes mais importante e famosa Curitiba.
Quando da profissionalização do antigo time de futsal para futebol de campo, cujo futsal, diga-se de passagem foi de uma contribuição inestimável ao futsal sergipano, com a proximidade que tinha com o então deputado estadual, impliquei por muito tempo com a denominação de “Curitiba” para seu time. Houve até a sugestão de um outro nome que incluísse Itabaiana. Acabou por prevalecer a esdrúxula fórmula Itabaiana-Curitiba.
O que o Município deverá investir nos dois clubes para os quais foram aprovadas as subvenções é propaganda do nome do município. Logo, se bem feito se trata de investimento na imagem de Itabaiana. Já sobre investir no time do meu amigo Gia, sinceramente, seria jogar dinheiro, literalmente fora.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

E onde é mesmo esse Bairro Santo Antonio (II)?



Tem algum problema de falta de entendimento das leis por parte do setor de Obras e Planejamento da Prefeitura Municipal; ou da sua informação aos agentes de mídia.
Recentemente acusamos aqui (post do dia 19/12) uma inconsistência entre uma verba creditada nas contas do Município (Convênio: 593913) para construção de uma Praça no “Bairro Santo Antonio” em Itabaiana, pela simples inexistência de tal Bairro, ao menos no que toca à indispensável existência legal, ou seja de ser o mesmo aprovado em Lei.
Cá entre nós sou de opinião de que a única arma contra roubos ou tentativa deles é a organização. Tudo em panos limpos. Trata-se de 219 mil reais que serão aplicados num lugar que oficialmente não existe e que pode, numa futura administração ser usado como ponto para novo pedido de mesma natureza e conseqüente desvio. Ou roubo mesmo, como costuma afirmar um dos meus filósofos de pé de calçada, o Sr. Jose Alberto Carvalho, popular Derréia, que sabiamente sempre reafirma que desvio é coisa de estrada.
Não custa nada, pois, deixar as coisas como devem.
Bem, mas eis que em parte, a colega radialista e blogueira Aninha Mendonça dá a dica onde é a dita praça. Trata-se do Largo Simão Dias, denominação aprovada pela Lei Municipal de número 462, de 27 de novembro de 1975, durante a administração de Antonio José da Cruz, popularmente Totó, e com modificação pela Lei Municipal número 473 de 06 de abril de 1976, sete meses antes da eleição de Antonio Teles de Mendonça para a Prefeitura.
A denominação já nasceu tumultuada porque alguém resolveu que uma praça poderia ser considerada uma rua. Refeito do lapso, foi corrigido pela segunda Lei para Largo Simão Dias.
Simão Dias francês, segundo o historiador Sebrão, o Sobrinho foi o primeiro itabaianense nato e descendente de europeus, e ganhou sua sesmaria, ou pedaço de terra no Povoado Cova da Onça por carta concedida em 27 de fevereiro de 1607 (segundo Felisbelo Freire, História Territorial de Sergipe, cf. Emmanuel Franco, A colonização da Capitania de Sergipe d’El-Rei, J. Andrade, Aracaju, 1999; ou 1602 segundo outras fonte). Ainda segundo Sebrão foi o grande herói da sergipanidade como sustentáculo armado dos insurgentes da Itabaiana e de São Cristóvão contra o domínio da Bahia. Sobre sua vida o que temos é o que foi deixado por Sebrão. Já sobre a rebelião e seus personagens nobres confirmamo-la ponto a ponto nos arquivos documentais dos Anais de Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Voltando à localização do dito logradouro, está claro o desconhecimento de sua denominação legal e de seu status nos próprios do Município. Como não há nada – segundo as informações do Tombo da Câmara Municipal – sobre alterações denominativas legais no local, o status da região é o seguinte: Confluem na esquina das ruas Antonio Cornélio da Fonseca, Avenida Felisbelo Machado Meneses e Vereador Olimpio Arcanjo de Santana (da UFS, da Delegacia e da Regional de Saúde), os bairros Porto, de nome tradicional e reconhecido em Lei Municipal de número 661 de 23 de março de 1990; e Mamede Paes Mendonça, pela Lei Municipal de número 844, de 30 de setembro de 1997. O dito Bairro Porto se prolonga pelo lado oeste da dita praça através da Avenida Valter Franco até o armazém da União, antiga CIBRAZEM. Já pelo norte, a praça se limita com o Bairro Mamede Paes Mendonça que compreende toda a região a partir do lado de numeração ímpar da Rua Percílio Andrade até o cruzamento com a Rua Monsenhor Constantino.
A praça em questão, oficialmente o Largo Simão Dias Francês, está, portanto, na área urbana reconhecida como Centro da Cidade pela Lei 513, de 10 de Maio de 1979, que redefiniu a área urbana previamente reconhecida pela Lei 236 de 16 de Novembro de 1962 (Código de Postura do Município), e Lei 191 de 30 de Junho de 1959, que por sua vez alterou a Lei 88, de 5 de Novembro de 1952. O Largo é, pois, o ponto extremo noroeste da região compreendida como Centro, no zoneamento municipal. Logo, tem nome – que muito deveria ser motivo de orgulho para as autoridades de Itabaiana – identidade, CPF e endereço.


(Infelizmente a Câmara Municipal parece ter incorporado aquele aspecto triste da cultura nacional de que existem “leis velhas”, e retirou de seu portal todo o conteúdo de leis mais antigas, mesmo que em pleno vigor. Se algumas das listadas aqui for do interesse de algum dos meus dois únicos leitores que tenho, eis o e-mail: dealbispo@hotmail.com).

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Os bregueiros de Jesus.

Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino
dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
Mt., 7, 21



Nada contra a manifestação religiosa ou dita religiosa de outrem, entretanto, a proliferação dos “bregueiros de Jesus” está se tornando, no mínimo chata. Incomoda mais que uma manada de elefantes.
Supostamente para “gritar o nome do Senhor”, gritadores auto-proclamados cantores e ou pastores se esgoelam em fazerem zoadas cada vez mais freqüentes e cada vez mais plurais; cada vez mais ensurdecedora. É um absurdo. Com aparelhos de reprodução sonora, cada vez mais potentes os “bregueiros de Jesus” conseguem incomodar tanto quanto os bregueiros convencionais que há muito resolveu que ouvidos alheios são penicos. Todos tem o direito à manifestar-se desde que, se atingido alguém com essa manifestação, aconteça de forma consentida. Isso é o que fazem e sempre fizeram boa parte dos pastores das igrejas evangélicas. Entretanto, desde que o bispo Macedo se deu bem com sua Igreja Universal e criou sua imponente indústria da fé que pipocaram outros candidatos na mesma linha numa profusão talvez nunca dantes vista, nem mesmo nos tempos de João, o batista. E até a tradicionalíssima, cheia de não-me-toques, às vezes até ranzinza “Madre” Igreja Católica resolveu entrar no ritmo com sua "poluição de Deus".
Sinceramente, prefiro ainda o velho sino a badalar a chamar os fiéis para missa ou a oração da Ave-Maria. Mesmo que eu não creia. Ou as comportadas manifestações de grupos tradicionais como da Assembléia ou mesmo da sisuda Igreja Batista. Talvez um coral protestante legítimo daqueles que, a exemplo do sul dos Estados Unidos revelou aquelas negonas de vozes divinas.
Os berros ensurdecedores de Aleluia, Aleluia, Aleluia dos “bregueiros de Jesus” – grupos católicos, inclusive - é que são de doer.
Fica a sensação que estão violentando o Terceiro Mandamento.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Mensagens que tocam fundo

"Este ano
Quero paz no meu coração
Quem quiser ter um amigo
Que me dê a mão

O tempo passa
E com ele caminhamos todos juntos
Sem parar
Nossos passos pelo chão
Vão ficar

Marcas do que se foi
Sonhos que vamos ter
Como todo dia nasce
Novo em cada amanhecer"
Por Roberto Pera e Flecha (gravação
Os Incríveis)


Tem textos de publicidade que são eternos.

Também, com uma qualidade dessas!!!

Feliz 2008!

domingo, 30 de dezembro de 2007

Turbinando o usurômetro.

"(...) De qualquer modo, já que a previsão existe, em abstrato, fatalmente ocupará as fantasias dos conspiradores de sempre. Sobretudo se o governo falhar; se não falhar procurar-se-á fazer-lhe com que falhe, até pelo prazer de confirmar a profecia”

Raymundo Faoro in, A Semana Final. IstoÉ, 1212, 23/12/1992, p.21.


Corre solta por aí uma perigosa idéia contra o petismo sergipano e, desta vez, à própria mecânica da civilidade na política, reconhecida como democracia. A idéia é que o governo Déda está com tanto dinheiro; mas tanto dinheiro, que pode reeditar o fenômeno do eletrocheque de Albano e João Alves, e pelo qual Albano cuspiu a João nas eleições de 1998.
Há duas intenções na propagação dessa idéia. A primeira é que qualquer sucesso obtido pelo partido do governador será proveniente de roubo na forma de compra de votos. A segunda e atirar-lhe desde já todos os “güelas”, a urubuzada que milita no umbral da política, e com isso criar para o governador a imagem de ranzinza. De inimigo dos “amigos”. Em miúdos: ou dá ou desce!
Acostumados à velha política da roubalheira convenientemente burilada pela hipocrisia certos setores - bastante influentes - da vida nacional e sergipana não se conformam que haja vida além do roubo. Do saque direto, impiedoso e permanente ao dinheiro público.
Se quero, logo posso! Se posso, eu faço, pouco importa os arrebentados do caminho, inclusive até mesmo seus protagonistas.
O pior para Deda é que a mega-campanha de expulsão de Lula do Palácio do Planalto não funcionou porque houve uma série de medidas imunizatórias convenientemente tomadas bem antes. Já no caso do Governador, até agora não há nada de povo que o segure. E a cacicada é pior que nuvem em meio à tempestade. Fica irreconhecível a cada segundo.
Para o bem da democracia as forças conflitantes devem sempre existir. No caso de Sergipe, todavia e neste momento, a máxima do senado romano tem que ser escutada: Delenda est Cartago.