sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Baepeba vive.

Seus filhos erravam cegos pelo continente, levavam pedras feito penitentes, ERGUENDO ESTRANHAS CATEDRAIS.

(Chico Buarque de Holanda – Vai Passar).



O aparato anunciado pelo Exército brasileiro sobre exercícios a serem realizados entre 1º e 07 de novembro (veja mais aqui) faz lembrar a logística de invasão e ocupação feita por Cristóvão de Barros em 31 de dezembro de 1590, na Serra do Pico, oficialmente a data da Conquista de Sergipe, e de seu início como unidade política. Baepeba – ou o Porquinho, como a ele se referia Frei Vicente do Salvador (História do Brasil escrita na Bahia em 20 de dezembro de 1627), foi o último grande cacique sergipano.
As Forças Armadas usualmente fazem esses exercícios, todavia, na forma como está anunciado na matéria do Portal Itabaiana-SE, mais parece uma repetição, em forma de treinamento, dos exercícios de ocupação feitos nas favelas cariocas há pouco tempo atrás e que foram fortemente influenciados pelo modus operandum aplicado no Haiti, ora ainda em curso já que nosso Exército por lá continua como Força de Paz da ONU. Estariam as autoridades nacionais alarmadas com nosso endêmico alto índice de violência? Haveria coisa muito mais grossa do que a plêiade de crimes que motivam tantos assassinatos por aqui? Teria isso a influência do bafafá recente onde até armas do alto mercado negro e naturalmente alto poder de fogo foram encontradas?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Em busca do endereço perdido.


Postei ontem - aqui e abaixo – um questionamento acerca de matéria sobre a inauguração de um novo e importante campo experimental agrícola em Itabaiana. Ninguém havia colocado o endereço do dito empreendimento, mesmo que no mesmo estejam envolvidos Emdagro, Universidade Federal de Sergipe e até o G. Barbosa (vide matéria abaixo: Pobre jornalismo pobre). Bem eis que no portal itnet o redator da notícia teve o cuidado de relatar o endereço nas proximidades de um motel. Eu que, tabaréu, não conheço de motel tive que ir à internet pesquisar e eis que encontro o endereço do dito motel: Saída para Moita Bonita, quilômetro 01. Ah, bom! Agora caiu a ficha. O importante empreendimento, salvo erro nas informações do Itnet localiza-se no povoado Tijolão, ladeado por um lado (oeste) pela Moita Formosa, hoje já em parte um bairro; deve estar, obviamente à margem direita do riacho Santo Antonio (antes da fazenda do saudoso Chico de Miguel), e possivelmente próximo do povoado Fazenda Grande, pela sua parte sudeste. Acho.
Continuo a achar – também - que o governo municipal de Itabaiana continua a dever a cobrança feita pelo governo de "Sua Magestade que Deos o guarde", D. Pedro II, o pacífico (o de Portugal; não o nosso imperador) em 13 de agosto de 1704, ao desembargador Joam de Sá Sotto mayor e à Câmara Municipal da Vila de Itabaiana: Um mapa. Um mapa do município para que se saiba (qualquer pessoa, e não apenas moradores locais) em que povoado, rua, estrada etc., etc., se está a pisar.
De nossa lavra - portanto não oficial - uma idéia da localidade. No gráfico acima.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Pobre jornalismo pobre.


Uma notícia positiva(aqui, aqui, aqui e aqui): Itabaiana ganha Fazenda Modelo. Não é a primeira vez; já que tivemos aqui por décadas a Fazenda Grande a cumprir tal papel, mas, vamos lá. O que deixa triste é a pobreza jornalística percebida nas entrelinhas da matéria acerca da informação. Diz lá que a Fazenda está localizada em Itabaiana a 56 quilômetros de Aracaju. Sim, mas, em que povoado? Rua? Estrada?

Esta pobreza na qualidade informativa nos leva a duas conclusões: a matéria nos portais Infonet e Itabaiana-SE, além de no blog do Adiberto é um release; dessas matérias de propaganda que as empresas jogam nos meios de comunicação pra ver “se cola”; segundo, quem fez o tal release sequer tem qualquer noção de onde fica Itabaiana e do que se deve fazer com informações desse tipo, já que, em tese, um município é bem maior do que uma cidade e muito mais do que uma fazenda. Não custaria nada colocar a mais ali: na "localidade de", ou na "Rua X”... alguma coisa com que a nós simples mortais, viventes e torcedores pelo sucesso de nossa terra fosse possível localizar exatamente onde se encontra o empreendimento. Até mesmo porque aí tem dinheiro público, no mínimo de renúncia fiscal. E a isso cabe fiscalização pelo povo; pelos que pagam impostos.

domingo, 26 de outubro de 2008

Ganhou!

Serra acaba de confirmar a reeleição de Gilberto Kassab à Prefeitura de São Paulo. Ele, os maiores jornais, revistas e redes de televisão do país, todos ali sediados; além da FIESP, OAB/SP, ASCOM/SP e outros menos influentes. E, suspeito, também acaba de dar adeus ao sonho de ser Presidente da República daqui a dois anos. O tempo dirá se a velha fórmula ainda terá validade.

Eppur si muove!

Com esta expressão Galileu Galilei, o grande cientista italiano do século XVI vingou-se dos “doutores da Lei” da Igreja que o acusavam de heresia, naturalmente querendo com isso assar-lhe numa fogueira (para limpar-lhe a alma ímpia antes de “ir pro céu”). “Entretanto, se move!” Foi a tréplica do grande cientista ao sujeitar-se a praticamente desmentir aquilo que então ensinava. No fundo, a expressão reconfirmava o que antes afirmava e, temporariamente teve que mentir. Os brucutus que o acusavam, apesar de cheios de tantas leituras eram incapazes de pensar por si só e não entenderam de imediato a afirmação. Quando vieram a entender era tarde. No mínimo soaria ridículo se quisessem retomar o processo. Galileu morreu de velhice e a ciência foi salva de sofrer duro golpe pela ignorância e suas companheiras inseparáveis: malandragem, desídia e arrogância.

Venâncio, Heleno e sanguessugas. E Serginho.

Eppur si muove! Digo eu. Não no tempo e espaço desejado, mas a Justiça, como condição fatal, não falha. De alguma forma ela chegará. Não discuto os méritos de... ou o porquê de tanta gente achar que é possível roubar o dinheiro público e safar-se livremente, sem se questionar, porém, que de alguma forma vai cair.
Sobre os porquês, a corrupção eleitoral é a mãe de todos os roubos. Inicia-se pagando dívidas de campanha até não mais ter controle algum. Em geral, salvo algum muito malandro que intermédia o sistema, todos acabarão como os salteadores, senão atrás das grades físicas, atrás das terríveis grades da insociabilidade, aquela onde o sujeito vive sempre sobressaltado com medo de alguém lembrar “eu sei do que você fez o ano passado!”
Sobre os méritos, só os tolos acham que é possível ficar rico de roubo e não pagar alto preço. Isso quando fica realmente rico. Em geral trata-se de um espírito paupérrimo que acredita “na força do dinheiro” e o máximo que consegue é servir de boi de piranha pro reais malandros; os que nunca aparecem. É aqui que entram os politiqueiros.
Não quero discutir o mérito de, ou o porquê de Venâncio e Heleno estarem encalacrados com as ambulâncias de Vedoin e de Zé Serra (que a Folha de São Paulo e toda a mídia grande de São Paulo – especialmente - esquece completamente nas matérias pertinentes), mas o fato é que o status quo até pode livrar Serra de alguns constrangimentos, mas Vedoin e os venâncios e helenos da vida vão dançar. Aliás, por falar em Serra, ambulâncias... isso nos remete à corrupção na Saúde - o queijo suíço por onde tudo é possível (desde prefeituras a estados e até União) – e aí cabe a pergunta: como andam aqueles processos movidos contra a administração da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe há alguns anos atrás? (mais aqui, aqui e aqui).
Da mesma forma Jose Sergio de Oliveira, o Serginho de Glória, recém-eleito prefeito de Nossa Senhora da Glória não poderá tomar posse e, se o fizer, terá que deixar a Prefeitura assim que o Pleno do TSE julgar a decisão do ministro Joaquim Barbosa. Crime? Trapalhadas com o dinheiro público. Repito, na maioria das vezes a matriz de tais trapalhadas é a corrupção eleitoral que vai desde a compra do título ou voto diretamente à troca por sacos de cimento, dentadura, etc., e etc. O vale tudo. Mas chega o momento em que isso há de bastar. Na última eleição para a Câmara Federal mais de vinte por cento dos deputados sequer se candidataram à reeleição ou candidataram alguém. É caro o voto corrupto. E a conta chega, mais cedo ou mais tarde. Nesse roldão de maluquices e irresponsabilidades nem mesmo os financistas - que esperam quais lobos de dentes afiados a visita de um desesperado candidato - levam tranqüilidade. A qualquer momento poderão receber a visita da PF. Afora a quantidade de dinheiro gasto em propina pra defender-se de outros tipos de urubu: os que militam nas comunicações e na Justiça, principalmente. É coisa de maluco. O preço pago por Venâncio, Heleno e Serginho é o resultante por atos impensados ou mal pensados do tipo: se quero, posso; se posso, faço.