domingo, 3 de fevereiro de 2013

Cidadania em ação: uma ótima idéia!



Excelente a iniciativa - de quem eu não sei - essa de se manifestar cobrando do Poder Público municipal mais atenção com o perigosíssimo cruzamento das avenidas Olímpio Grande, Felisbelo Machado, Walter Franco e Praça que ora esqueço o nome, ali no acesso aos campi universitários e ao Colégio Estadual César Leite. Aliás, não é somente ali que o trânsito está bagunçado. A frouxidão começou na época da campanha eleitoral, com algum ajuste aqui ou ali, e só. E ultimamente tem dado a sensação de que está piorando. Na última sexta feira tive que refazer o trajeto de minha casa até a sede do Rotary Club quatro vezes. Duas porque a Prefeitura fazendo o louvável dever de consertar a buraqueira no calçamento esqueceu de colocar sinalização devida alertando para bloqueio da via logo adiante; mas duas foram simplesmente porque engraçadinhos estacionaram erroneamente e quem quiser que se vire. E, óbvio, não aparece ninguém da SMTT pra por ordem na casa. Estacionamentos em fila dupla virou rotina; em local proibido, passagem por cima de canteiros, calçadas... não tá bom! Infelizmente, a administração do atual grupo está só começando, mas tem setores como a Saúde e a Segurança, no caso a Segurança no Trânsito que não dá pra esperar os naturais ´-e até necessários - conchavos políticos: tem que entrar com tudo pronto, arregaçar as mangas e por-se com força no serviço. Se não, depois, ou não consegue impor a ordem ou o fará mui dolorosamente em prejuízo de todos, inclusive dos políticos da administração.
No caso em particular, no cruzamento de duas avenidas você tem naturalmente quatro fluxos conflitantes, geralmente resolvidos com sinalização ou guardas. Ocorre que ali a coisa é bem pior. Desce-se pela Walter Franco e choca-se de frente com a subida da Engenheiro Carlos Reis, ou seja, duas vias com sentido duplo. De fato são seis sentidos. De imediato é preciso modificar o fluxo na Walter Franco ou lado oeste da Carlos Reis/Praça: alguém tem que deixar de existir. Em função de uma situação mais natural, eu sacrificaria a descida pela Walter Franco, levando o fluxo a contornar o posto ali existente pela Florival Oliveira e fazendo o trajeto pelo Engenheiro Carlos Reis. Ai vem o problema da Felisbelo Machado (Zefinha de Capitulino mais adiante) e da Rua Antônio Cornélio da Fonseca. Essa ainda dá pra administrar porque pouquíssima movimentada, mas a Felisbelo, é muito complicado. Por fim a Percílio Andrade/Olímpio Grande, por sinal ligação interrodoviária entre a Rodovia Francisco Teles de Mendonça (das Candeias) e a Papa João Paulo II, do Campo do Brito, através da BR-235... bota complicação nisso.
Mas tem que tomar uma atitude antes que grande desgraça aconteça.

Será praga do Sebrão-tio?




Causa certo desconforto na classe intelectual itabaianense um fato mais que notório: a falta de uma homenagem a Sebrão Sobrinho num dos inúmeros logradouros e prédios do Município. É que, indiscutivelmente o grande pesquisador e historiador itabaianense é um dos grandes historiadores de Sergipe, e o primeiro de Itabaiana, superando até mesmo seu predecessor Lima Júnior.
Mas, de fato, parece uma perseguição ao Sebrão Sobrinho. No início da década de 60, ao assumir a Prefeitura Municipal de Itabaiana durante a ausência de seu titular, então candidato à Câmara de Deputados, em Brasília, Francisco Antônio de Jesus, popularmente Chico Risada, planeou a área em torno das nascentes do córrego de Santa Cruz, que partia do tanque de mesmo nome, para dar uma feição menos caótica às proximidades do Colégio Estadual Murilo Braga e ao mesmo tempo reduzir a insalubridade vizinha ao então Hospital Regional e de Caridade, Dr. Rodrigues Dória, hoje garagem da Associação dos Estudantes Universitários. Como de praxe, no início dos 70, não se cuidou de definir em Lei como necessário; mas, de qualquer forma foi ali afixado a denominação de Praça Sebrão Sobrinho. A data de tal evento é incerta, mas, possivelmente veio depois do falecimento do grande historiador itabaianense em 1973. De fato, a instalação da Praça ficou nas expectativas. O Município nunca indenizou a área e os donos a retalharam depois em lotes. Acabou, portanto, a Praça Sebrão Sobrinho. Aquela que teria sido a Praça da Juventude itabaianense, já que vizinha ao então maior templo da juventude serrana: o Colégio Estadual Murilo Braga.

Em 1986 foi construído o grupo escolar do povoado Mundo Novo. Como sempre, sem uma Lei que o definisse como mandam as leis maiores, alguém foi lá e batizou o prédio com o nome do grande historiador. A denominação somente se tornou oficial quando a Câmara Municipal aprovou a Lei 1.033, de 20 de março de 2003, que organizou a bagunça nas denominações das escolas, por exigência do MEC (se não o fizessem, o dinheiro não vinha). Ocorre que no processo de encolhimento da população rural, o Mundo Novo ficou entre os casos mais graves de perda de população. Se em 1975 o povoado tinha 78 habitações com uma população presumida de em torno de 300 habitantes, em 2010 havia 12 pessoas residindo em duas casas habitadas das quatro ainda existentes. O Município fechou a escola no mesmo 2010 por questões operacionais. Apesar de atender a dois povoados, Dunga e Mundo Novo, a frequência foi de apenas 10 crianças naquele ano. Mais um logradouro com o nome de Sebrão Sobrinho se foi.
Por fim, em 26 de agosto de 2003, alguém resolveu trocar a tradicionalíssima denominação de São Luiz na pracinha da capela de mesmo nome, na localidade outrora Campo Grande e hoje, oficialmente, Bairro Rotary Club, e lá colocar o nome do historiador. A Lei continua valendo, mas jamais pegará por dois motivos: Itabaiana toda conhece, não somente a Praça, mas a região como “o São Luiz”; e a própria Praça, cujo terreno nunca pertenceu ao Município foi usada pelo verdadeiro dono, a Igreja Católica, para quase quintuplicar o tamanho da capela já ali existente acabando completamente com ela. Na prática, mais um logradouro com o nome de Sebrão Sobrinho que acabou.

Resta, pois, ao Sebrão Sobrinho, uma honraria criada pelo Município, que infelizmente já se mostra de aplicação duvidosa dado à politicagem que dela já fazem uso, qual seja, a Comenda Sebrão Sobrinho. E principalmente, algo que, falta de bom senso e excesso de esperteza nenhuma conseguirá apagar: a obra de Sebrão, que sobreviverá a todos os energúmenos que o tentarem depreciar.

Parece até praga do Sebrão-tio, o Coronel Sebrão, cujo denomina uma que foi a mais importante rua de Itabaiana por mais de um século, desde o fim do período colonial até a República Velha, e que ainda hoje conflita com o termo popular de Beco Novo, quase um século depois de denominada, Rua Coronel Sebrão.