segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Itabaiana: 10 anos. Um perfil de enriquecimento geral.


O automóvel particular é o maior símbolo de poder e de consumo jamais inventado antes. Mas não é só isso: também conta o tipo do automóvel. Nestes tempos de ostentação dos off-roads, um exame, mesmo que superficial sobre a mudança de perfil da frota de transporte particular de Itabaiana é bastante emblemático: a cidade hoje é muito rica e sua frota de caminhonetes não para de crescer.
Com uma história de crônica falta de transportes urbanos, a cidade adaptou muito bem “o cavalo de duas rodas”, substituindo o de quatro patas de até quatro décadas atrás, e o número de motociclos e de ciclomotores explodiu chegando em 2005 com 10.273 veículos, compreendidos entre 8.288 motocicletas e 1.985 motonetas. Entre 2005 e 2010 esses tipos de veículos sofrem forte crescimento de, respectivamente, 53,4 e 68,5 por cento, todavia, no quinquênio seguinte, 2011 a 2015, cai para 37,1 e 23,3, o que evidencia alta melhoria no poder de compra, ao se comparar  os aumentos nos números de outros veículos.

De volta ao mundo dos ricos

Se outrora só podiam possuir um carro pessoas ricas, por motivos óbvios, estamos gradativamente voltando, ironicamente, à mesma situação na atualidade, ao menos no que toca ao uso do automóvel. Com um estratosférico número de crescimento de sua frota de automóveis de 178,7 por cento em apenas dez anos (no país, 116 por cento), de 2005 a 2015, não há, praticamente lugar onde estacionar um carro no centro comercial de Itabaiana. É jogo duro. Exercício de pura sorte encontrar uma vaga. E onde quer que se vá, em que exista concentração de pessoas das classe "C" pra cima, tipo festas ou reuniões sociais já existe a dificuldade de encontrar estacionamentos, mesmo em horários não comerciais. Isso já provoca o nascimento de outro tipo de serviço, qual seja o de estacionamentos rotativos pagos; todavia, torna-se cada vez mais necessário ter um motorista que nos deixe no ponto onde precisamos ficar, e somente retorne ao ser chamado para nos apanhar de volta. Resumindo: vamos voltar aos tempos do motorista particular, porém de forma ampliada. Ou deixar o carro na garagem e ir a pés.
Quanto diferença para a urbe que em 1950 tinha ao todo 59 veículos motorizados.