segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Manias de mentirosos. E danosos.


Massudo, completo, o livro A República Velha em Itabaiana, de Vladimir Souza Carvalho (Fundação Oviedo Teixeira, Aracaju, 2001), nos dá uma excelente dimensão de onde adveio a fama de cidade violenta que Itabaiana granjeou em Sergipe, antes que realmente e de fato se tornasse, como recentemente, em 2013, e seus estratosféricos 110 assassinatos. É que com a inauguração do telégrafo em 1896, o coronel Sebrão, chefe peba; e Batista Itajay, chefe cabaú, por 15 anos ininterruptos não saíram da agência postal a postarem telegramas, cada vez mais de conteúdos dramáticos, para os jornais peba ou cabaú, da capital, que sempre maximizava, carregava nas tintas, com tantos tiroteios, mortos e espandongados em Itabaiana, “pelas violências da oposição” (ou situação), e que no estado, quem lia aquilo tinha medo até de olhar pro lado da serra de Itabaiana; quanto mais pôr os pés nesta terra “tão violenta”.
O Cinform de hoje, segunda-feira, 31 de agosto é pródigo em, de certa forma, repetir o padrão de falar mal de Itabaiana fingindo defender interesses da cidade. E isso não é de graça. Alguém acionou o semanário aracajuano e o guiou à tal matéria. Nem a li, por que há tempos que não compro jornais; e, com esse tipo de manchete, sinto-me desencorajado ainda mais em ler o conteúdo: “COM MAIS DE CEM ANOS, ÁRVORES SÃO DECEPADAS”. Ora, a abertura da Avenida Otoniel Dórea, onde se encontravam a ditas árvores é de 1953, na passagem da Rodovia BR-235, em sua primeira versão junto à cidade, hoje completamente dentro dela e conhecida pelos nomes de Avenida Manoel Francisco Teles/Engenheiro Carlos Reis, a depender do setor.  As árvores, como se vê no excelente trabalho em filme feito pro Governo do Estado em 1961, por Valmir Almeida, foram plantadas naquele ano. De 1961. Porém, um detalhe: foram trocadas na gestão de Vicente Machado Meneses, 1967-1970, pelas algarobeiras - que agora foram cortadas - já que havia um modismo em arborização urbana em relação a esta espécie importada, acho que dos desertos andinos. Um lugar muito seco e, obviamente, com pouca água disponível, logo as algarobeiras invadiram as avenidas, praças e até pastagens em Itabaiana. As tais árvores agora cortadas pela Prefeitura, portanto, são de 1968; e não de 1915, como sugere o semanário. Logo, com 47, e não o 100 anos ali alegados. Claro, quem assina a matéria, além de não ser contemporâneo a todo o processo deve ter sido conduzido por informações falsas. Daí a minha pergunta: Ganha-se o quê com esse tipo de sensacionalismo, QUE NÃO CONVENCE A NINGUÉM? Do contrário, o que tenho ouvido de piadas estado afora, por conta do auto engrandecimento, sempre exagerado, de Itabaiana, não é pouco. Na maioria das vezes as críticas são infundadas, já que contra informações concretas, reais, realmente engrandecedoras de nossa gente. Mas aí, vem o politiqueiro e bota tudo a perder com esse tipo de “vantagem”.