sábado, 20 de dezembro de 2008

"Melequeira."

Meleca é um nome um tanto quanto inapropriado para o fato aqui narrado; mas muito apropriado pela figura de linguagem que encerra.
O asfaltamento do centro realizado recentemente e em complemento à sua primeira etapa feita há cinco anos vem, mais uma vez revelar contrastes entre uma cidade que cresce e se moderniza, e costumes que parecem parados no tempo.
Na semana passada, em conversa com um amigo este me chamava à atenção para a “melequeira” que deixam nas ruas de Itabaiana os cavalos e burros que puxam carroças. Enquanto em superfície de paralelepípedos e sua natural rugosidade, tal aspecto passava despercebido, todavia, é deprimente o estado do leito das ruas asfaltadas quando os ditos animais “descarregam” seus intestinos deixando o visual das mesmas num aspecto lamentável. Hoje observando a Rua Campo do Brito... ta uma desgraça só, com tanto cocô de cavalo salpicando o leito liso e uniforme de asfalto. Um “chão de estrelas” nada enobrecedor. Além do mal estar dos locais (o cheiro na hora da "descarga" é terrível), visitantes devem torcer o nariz pra tal espetáculo.
Há cinco anos atrás as maiores vítimas desse visual surrealista foram as ruas Barão do Rio Branco e General Siqueira, que ainda continuam com seus "salpicos de cocô" de cavalo. Com essa nova etapa, a dita Rua Campo do Brito e a Antonio Dultra passam a "gozar" do dito visual surrealista.

Ondas II

Excelente a análise de Gilson Caroni Filho no Carta Maior, sobre o momento brasileiro compreendido entre fim do primeiro e segundo governo FHC. Se bem observarmos houve copiosos respingos aqui na Vila de Santo Antonio da Itabaiana, sentidos nas eleições de 2000 e principalmente de 2004.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Diferenças.

A campanha de promoção da imagem de um político somente termina quando este entrega o mandato. Seja ele de qualquer natureza. O que muda com a posse do eleito no cargo é a forma de se dirigir aos seus governados. Uma realidade muito mais ampla e complexa já que nela está embutida a cobrança dos partidários na campanha eleitoral propriamente dita; todas as suas expectativas... até mesmo dos adversários. Todos a cobrar. Os que desse detalhe esquecem, quando conseguem terminar o mandato o faz sobre apupos cada vez mais crescentes. O palanque, pois, é o lugar do político, de onde nunca deve descer sob pena de perder a comunicação com seu povo. Administração é coisa pros burocratas contratados pelo político.

“Todo artista tem de ir aonde o povo está!”
(Milton Nascimento e Fernando Brandt).

A impressora.

Era 31 de dezembro, uma quarta-feira, e cá estava eu com um problemão danado: minha impressora havia apresentado um piri-paf e o revendedor que me repassara a mesma estava com a incumbência de substituí-la. Mas era quarta-feira, último dia do ano, ponto facultativo nas repartições e nada dele que desde a sexta-feira que me “enrolava”. De repente, por volta das nove e meia chega ele à minha casa com duas mil desculpas pelo atraso. Instalou a nova impressora e, à minha insistência em conversar foi logo se despedindo se desculpando com a pressa sob a alegação: “fulano (o prefeito que assumiria) me intimou a desaparecer da cidade porque cicrano (o que saía) tá doido pra me trancar na Prefeitura até que lhe entregue os controles das contas nos bancos”.
Se o cicrano que saiu teve acesso às ditas contas, não o sei. O que sei é que seu conceito, que havia melhorado em muito depois de não ter se intrometido na campanha foi à lona quando saiu e só não o foi pior porque alguns maus elementos ligados a nova administração fizeram uma canalhice, quase nivelando as coisas. Até onde me consta foram punidos, mas os maus exemplos, de uns e outros ficaram.
Quão difícil é ser nobre. Mas eu continuo acreditando que a nobreza eleva o conceito. Eis as diferenças entre os que deixam de ganhar e os que perdem.

Ondas.

Apesar do feitiço virar contra o feiticeiro percebe-se claramente que a invenção do neoliberalismo a partir da era Reagan-Thatcher foi um ardil dos países ricos pra segurar o enriquecimento dos emergentes. Essa onda de quebradeira dos ricos, mais uma vez tem que ser vista com cuidado. A milionário de cem milhões perder vinte deles, pouca diferença faz. Principalmente quando esses são valores pra lá de fictícios, pura engenharia financeira. Já no caso de um assalariado perder seu sofrido salário mínimo é perda total e sujeição a um mês de fome.
Ouvindo hoje a entrevista do prefeito eleito Luciano Bispo no Programa de Eduardo Abril na rádio Itabaiana FM, alguém tocou no assunto “crise”, tão maximizado pela mídia grande brasileira, como algo catastrófico e que afetará sobremaneira a administração pública. Ora, é impossível numa economia globalizada os efeitos de uma crise num único país, desde que esteja entre os vinte mais ricos não contaminar todo o planeta. Mas daí a pregar o fim do mundo existe uma diferença enorme.
“Crise se vence com trabalho”, já foi dito. E nisso eu acredito.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Falsas grandezas.

Nada há de mais fascinante do que a fantasia. As lendas se colocam como a essência dessa fantasia, todavia, quando algum fato vem determinar o desmentido de tal história é uma perda danada.
Aprendi no meu livro de Geografia de Sergipe do professor Acrisio Torres Araújo(1) que a Serra de Itabaiana era o ponto culminante do Estado de Sergipe com 860 metros. Vivíamos em Itabaiana o tempo do crescimento, inclusive dos egos, com um time de futebol “descendo a serra com alma e paixão”(2), e nos enchendo de alegria e orgulho. Caminhões cruzavam o Brasil levando o produto de nosso suor que gerava riquezas, dentre eles, a farinha de mandioca de cuja produção fomos o maior produtor nacional em 1966, quatro anos antes. E eu era um garoto, uma mente pra lá de receptiva a tudo que pareça fantástico. Quão grande não foi a minha decepção ao descobrir que a medida real era bem mais modesta. Depois viria a descobrir que a real importância da serra não está na sua altura, mas no simbolismo que representa para os itabaianenses e até no contexto da história brasileira com a lenda da prata.

O Ponto geodésico.
Desde há muito que ouço o murmurinho de que um pequeno marco que existe na Praça Fausto Cardoso, entre a Matriz de Santo Antonio e o coreto que fica no centro da dita praça seria o ponto geodésico de Sergipe. Nunca avalizei tal história por não encontrar documento algum, nem mesmo referências escritas a esmo que tal ponto ali se localizasse. O dito dado grafado num impresso(3) estilo guia turístico, todavia me levou a usar o GoogleEarth(4) e eis a conclusão:

A Praça Fausto Cardoso. Está localizada a 114 quilômetros de uma restinga próxima ao Cabeço, no município de Brejo Grande, foz do Rio São Francisco, direção leste; e a 90, 1 quilômetros de uma curva no rio Real, município de Poço Verde, coordenadas 10’49”16 Sul e 38’14”28 Oeste; a 144 quilômetros do encontro do rio Xingó com o São Francisco, na direção Norte; e a 101 quilômetros de uma curva do rio Real, no município de Cristinápolis, direção sul.

Para que o dito ponto fosse o centro geodésico do Estado de Sergipe, todas as medidas, seja na direção norte-sul, seja nas direções leste-oeste teriam que serem iguais respectivamente.
O ponto geodésico de Sergipe está nas proximidades da Caienda, no município de Ribeirópolis, ao norte do mesmo.

(1) ARAÚJO, Acrisio Torres. Geografia de Sergipe. 3º ano primário. p.21. Ed.06, nº 1742. Aracaju, 1970.
(2) Hino da Associação Olímpica de Itabaiana. Letra de Alberto Carvalho.
(3) Ponto Geodésico. In Guia do Comércio de Itabaiana. Atrativos turísticos. Pág.35. InfoGraphic’s Grafica e Editora. Aracaju, 2008.
(4) Programa gratuito de rastreamento por satélite em:
googleearth.com. É preciso instalar o plugin e só funciona quando se está plugado na internet.

Obs. Ponto geodésico é o ponto central de uma unidade político-administrativa levando em conta o ponto onde se encontram as duas linhas que a mede nos sentidos norte e sul; leste e oeste, pouco importa se deslocando uma delas ou ambas de suas respectivas trajetórias de retas.

Concorridíssimo.

A solenidade ontem na Câmara Municipal de Itabaiana onde foram diplomados os eleitos em 05 de outubro deu a dimensão do que espera do retorno de Luciano o seu eleitorado. Uma solenidade simples, convocada pela Justiça Eleitoral, prevista para durar apenas alguns minutos, e eis que compareceram por volta de oitocentas pessoas, numa quarta-feira, dia de feira livre em Itabaiana e às quatro da tarde, apinhando as galerias e corredores... e até os acesso externos da Casa. Foi muita gente. Outro aspecto foi a presença discreta, muito pouca do pessoal mais identificado com a prefeita Maria Mendonça que entregará o cargo no próximo dia primeiro. Lamentável, mas de certa forma compreensível foram as vaias ao atual presidente e principalmente ao vereador João Cândido. O primeiro porque vive como pipoca; o segundo porque, além das rusgas com Luciano Bispo quando execerceu seu primeiro mandato de vereador, não parou de abusar da retórica levando para o campo pessoal algo que deveria ater-se apenas às idéias. Nem mesmo o “companheiro” Erotildes, empossado como suplente, e que chegou à Casa recentemente como um furacão foi lembrado pelos apupos dos lucianistas o que demonstra que o problema de Cândido é ter levado a coisa pro lado pessoal.

Absurdo ditatorial resolvido.

Num lampejo ditatorial típico dos que sugam o poder através de manobras o STF do atual “augustulus” Gilmar Mendes – antes dele, obviamente – surripiou movido por intensa campanha da mídia grande os mandatos de milhares de vereadores pelo país inteiro. Na cabeça desse pessoal o mundo é deles, cheios de títulos, muitas vezes de origem duvidosa; e não de representantes do povo, bem ou mal, escolhidos por este. Num lampejo de redenção (já que há anos o Senado Federal anda pautado pela mídia grande), a casa legislativa brasileira aprovou ontem a PEC-20/2008 que recoloca a política como forma de resolver as questões políticas. E não pelas canetadas de quem se julga donos do mundo.

Mentiram.
No afã de defenderem suas posições de arrogantes ditadores disfarçados, e com isso angariar a simpatia dos incautos (ou invejosos) a mídia grande – Globo, Veja, Folha e Estadão à frente – defendeu que haveria corte de despesas na época do “decreto ditatorial” do STF da mesma forma que agora ameaça com o “fogo do inferno” do aumento nos “gastos públicos” com a correção do absurdo praticado. Tudo mentira. Nada do que está na Constituição acerca dos repasses às Câmaras municipais – de onde advêm os salários dos vereadores – foi modificado antes e agora. Mentira. Mentirosos. O ruim mesmo fica pra quem, como candidato a vereador torrou rios de dinheiro pensando em receber cinco, dez mil reais; e agora terá que dividir com mais gente. No caso de Itabaiana, com mais sete. No mais não muda nada. Toda aquela patacoada patrocinada ontem por Aloisio Mercadante é somente para atender à sua “magnânima”, “augusta”, onipotente mídia grande de quem o senador petista por São Paulo acha ser porta-voz (quando precisam de um vira-latas vão a Demóstenes).

Vivas à Democracia.
O povo tem todo o direito de errar. Direito de votar em Sukita, Trovoada, Chana, Peru, Pavão, Macaco, o diabo... o raio que o parta. Mas burocrata cheio de manhas e esquemas é que não tem o menor direito de mandar em mim sem o meu consentimento.
A Câmara Municipal bem como as assembléias e o Congresso Nacional é a cara do povo. Do povo brasileiro que está a anos-luz em vergonha, bondade e moral de malandros da elite, a pior elite do mundo. É só lembrar a diferença que fez no Brasil a universalização do voto ocorrido a partir da Revolução de 30. Bastou sair do restrito controle das mãos dos "eleitos", dos "divinos por natureza" e o país começou a andar.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sem palavras

Praça João Pessoa, frente do Banco do Estado de Sergipe. Itabaiana (SE), 17/12/2008. 11h37m.


Estacionar sobre o passeio público:
Multa leve - 50 Ufirs. 3 pontos na carteira.
(Art 182, Capítulo XV - Das infrações.
Lei 9.503 de 23/09/97. Institui o Código de Trânsito Brasileiro)