domingo, 13 de abril de 2008

Ufa! Até que enfim...

Inaugurada ontem, 12, finalmente, a urbanização da Praça General João Pereira que, agora sim, pode ser chamada de praça. Em verdade o logradouro já está pronto há quase um ano, todavia, em duas datas marcadas anteriormente para sua inauguração houve problemas de ordem emocional na cidade, inclusive a que atingiu diretamente a prefeita Maria Vieira Mendonça com a morte do seu pai, Francisco Teles de Mendonça que, além de ser seu pai foi o líder político que mais tempo ficou no poder na história do município.

Tá bonita.
A obra custou os olhos da cara, mas ficou bonita. Caso não venha sofrer do mal crônico que atinge as administrações brasileiras em geral, o descaso a posteriori, certamente ali será um dos pontos mais promissores para o lazer na cidade.
O belo painel pintado na murada dos colégios estaduais contíguos, Airton Teles, Lenita Porto e Nestor Carvalho, apesar de estar “em solo alheio” ficou uma beleza. Ponto para o Eugênio e sua equipe.
Até uma estrutura inexistente em Itabaiana, um ponto de ônibus, foi ali construído. Está bonita, sem dúvida. Se não sofrer solução de continuidade com o descaso, como já dito, poderá ser inclusive tão bela quanto a Praça da Matriz, a Fausto Cardoso, que, mesmo em seus piores momentos nunca deixou de ser uma das mais belas do Estado.

Antes tarde do que...
A praça foi um dos projetos urbanísticos da era Euclides Paes Mendonça que, a exemplo das outras - as praças Honório Mendonça, Dom Jose Thomaz e Sebrão Sobrinho - quase tem o mesmo triste fim e morreu quando foi doado o terreno ao governo do Estado em 1969 para a construção de um ginásio de esportes (Lei Municipal 370/69). Em verdade a obra que agora foi construída o foi sobre um terreno do Estado, uma vez que, pelo menos até 2006, não houve reversão aos próprios municipais da referida área. A não utilização da área pelo Estado preservou a cultura de uma praça, mesmo que tenha atravessado anos e governos municipais como mero viveiro de sapos.
É do governo do prefeito Antonio Teles de Mendonça as primeiras tentativas de efetivar a área que, no entanto se manteve apenas em promessas. O governo posterior de João Germano de Trindade chegou a construir uma tímida calçada e uma fonte central que nunca funcionou. O vandalismo e o descaso a seguir marcaram o local que chegou a ser alvo de mais uma prática em Itabaiana: a de doar-se terrenos públicos com fins nada econômicos ao município.
Nas administrações posteriores de Luciano Bispo de Lima e de João Alves dos Santos houve até projetos de transformá-la na praça dos caminhoneiros. Promessas e nada mais. Aos trancos e barrancos, finalmente a patinha feia ganhou ares de cinderela.

O investimento
Depois de R$ 439.345,17 (contratos 157992-05 17/12/2003 e 161335-23 30/12/2003*) investidos no último governo Luciano Bispo e R$ 813.046,12 (contratos 193614-74 08/06/2006 e 213267-18 29/12/2006*) totalizando R$ 1.252.391,29, a praça está pronta. Esclarecemos que esses valores aqui foram atualizados, logo, nominalmente diferem do exposto aqui e aqui.
(*) Estes convênios não foram específicos, apesar de terem sido feitos para os objetivos em questão.


Ironias.
Ao iniciar-se o ano de 1990 o então prefeito Luciano Bispo de Lima estava desgastadíssimo. Itabaiana sempre viveu entre um coroné e outro. Um na situação outro na oposição. E pouco importa que Chico de Miguel não tenha querido ser coronel, ele o foi. O sistema político o fez e pronto. Mas em relação a Luciano havia uma dúvida sobre quem era o coroné. Na cesta dos “coronelaveis” contra Chico estavam José Carlos Machado, José Queiroz da Costa, Djalma Teixeira Lobo e o próprio Luciano Bispo. Todos - a exceção de Machado - queriam a cabeça de Luciano. Logo a campanha de desgaste foi intensa até que o próprio Luciano vestisse por vários meios a carapuça de “o coroné” contra Chico. Aqui entra a “vingança” dos chiquistas contra Luciano. Dentre outras coisas apelidaram-no de “prefeito das praças”. “Só faz praças”, diziam.
Eis a ironia. A prefeita Maria Mendonça já pode ser considerada mais prefeita das praças do que Luciano Bispo em 1990.
Já começou o mandato reformando a rótula denominada pelos vereadores de Praça Aureliano Pinto Dias no conjunto José Luiz Conceição, supostamente com recursos próprios. De lá pra cá veio também a bela obra na Avenida Nivalda Lima Figueiredo (seqüencia da Airton Teles) e a tantos anos empacada Praça João Pereira que corresponde mais ou menos ao trabalho feito por Luciano na Praça Fausto Cardoso já em 1989. E tem mais, a prefeita ainda tem assinados os convênios para construção no Largo Simão Dias (Posto de Zé de Dona) e uma outra, no Bairro Anízio Amâncio de Oliveira (região limitada pelas avenidas Ivo Carvalho/Luiz Magalhães e que vai desde o lado sul do cemitério de Santo Antonio até a avenida que passa em frente ao Hospital Dr. Pedro Garcia Moreno Filho). Se concluídas tais obras será Maria, e não Luciano, quem ficará como quem mais construiu praças em Itabaiana.