sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Nada mal. Desde que...

O discurso da prefeita Maria Mendonça hoje, 26, na Câmara Municipal, sobre suposta prestação de contas arrancou iras cívicas dos lucianistas. Segundo os comentários gerais a prefeita teria dito que estar a deixar milhões em empenhos para que o prefeito Luciano Bispo execute. Bem, como não assistir ao discurso ou mesmo escutei por outros meios, não tenho autoridade pra tecer maiores comentários sobre possíveis exageros. Se os praticou, portanto indo além da verdade, a prefeita logo será desmentida, já que nos dias atuais é pouco possível que certas mentiras ou falta de verdade se segurem de pé por mais do que trinta dias. Pelo sim, pelo não, fomos dar uma olhadinha nos convênios federais firmados até o último dia 20 de dezembro e encontramos que a prefeita deixa para o prefeito entrante executar em convênios federais a importância de R$ 1.819.972,69. Todos eles de extremíssima necessidade. São eles:
- o convênio 610847, pela CEF, valor total de R$ 1.987.776,75, firmado no dia 26/02/2008 e que já houve repasse parcial de R$ 399.600,00;
- o convênio 633797, com a FUNASA, valor total de R$ 150.000,00, repasse parcial de R$ 30.000,00. Esse convênio, de 19/11/2008 visa extinguir as casa de taipa substituindo-as por alvenaria com vista ao controle do inseto conhecido como barbeiro, causador da Doença de Chagas;
- o convênio 569191, também com a FUNASA, para Melhorias Sanitárias Domiciliares. Repassados já R$ 319.200,00 dos R$ 399.000,00 previstos. O contrato é de 20/06/2006;
- por fim o convênio 539348, também com a FUNASA e mesmo objetivo do anterior, este feito ainda por Luciano Bispo em 30/12/2004 e ainda não fechado. Seu valor total é de R$ 159.979,68, tendo sido já repassados R$ 127.983,74.
No caso destes dois últimos seus términos normais tornam-se impossíveis já que os respectivos Orçamentos da União que os previa já foram fechados. Logo, suas previsões só existem "no papel". Desta forma, a importância real cai dos acima citados R$ 1.819.972,69 para R$ 1.708.176,75. Eis, portanto, o que deixa a prefeita que sai, para ser executado pelo prefeito que entra, em termos de verbas federais.
Resta saber por que, diante de tanta celeridade com as obras relativas aos outros convênios, estes - especialmente o maior - não foram também executados antes de passar a batuta. Seria por motivo dos crônicos problemas de planejamento? Se o for por isso, esse dinheiro será apenas um pepino – talvez uma roça inteira – para que o prefeito Luciano Bispo descasque. Rezemos que não.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Mediocridades.

Nos anos 70 a liderança de Francisco Teles de Mendonça brilhou soberana em Itabaiana, tendo emplacado três prefeitos sucessivamente além de eleito seu filho Zé Teles por duas vezes à Assembléia Legislativa; sem esquecer que era então capaz de transferir voto até para um poste, se assim o quisesse. Chico possuía uma filosofia pra manter o poder: manter a Prefeitura em suas mãos. Mas a cidade voltou a crescer, depois da pancada tomada em 1963. Ruas passaram a ser abertas, literalmente a torto e a direito, ou seguiam o curso traçado por Euclides Paes Mendonça vinte anos antes – com alguns “jeitinhos” - porém, sem infra-estrutura absolutamente nenhuma. Miraculosamente pouca gente reclamava. O segredo?
As décadas de 60 e 70 foram de forte fluxo migratório para as cidades em todo o país. No município de Itabaiana, apenas quatro povoados possuíam o serviço de eletricidade: Cajaíba, Ribeira, Serra e Queimadas. Na Serra a força chegou em 1971. Nos demais povoados ela havia vindo logo a seguir da chegada da luz de Paulo Afonso, nos idos dos 50. Desta forma, a maioria daqueles que, ao chegar à cidade, mesmo numa rua empoeirada e com esgoto a céu aberto, mas desfrutava da energia elétrica, para eles, isso era o máximo. Em 1971 começou a entrar pra valer em Sergipe o sinal da TV Tupi. Isso não existia nos sítios sem energia. Mas existia nas pontas de ruas sem benefício urbano algum.
Chico reinou absoluto por dez anos até que surgiu de uma só vez o telefone, antes restrito a uns poucos usuários; a ampliação e modernização da rede elétrica e... o rádio. A Rádio Princesa da Serra. A falta de lideranças populares e o legado político montado por Euclides e mantido por Chico ainda lhe deu sobrevida na Prefeitura até fins da década de 80. E aí, não teve jeito: caiu. Foi mantido soberano por todo esse tempo, entre outros fatores, pelo fato dos cidadãos de então se contentarem com o morar na cidade tendo acesso razoável à eletricidade, e precário, ao serviço de água, que todo dia faltava.
Vejo no portal itnet(veja aqui), daqui de Itabaiana, que, ao menos no último placar que ali vi, numa enquete sobre a administração da prefeita Maria Mendonça, esta é bem avaliada por ter pago aos funcionários em dia.
Triste a sina de um município onde pagamento em dia dos salários de funcionários é tido como acontecimento fenomenal. Fico a imaginar o dia em que esse município vier a ter uma equipe que crie e execute uma política de desenvolvimento real. Mesmo que inicialmente exitosa, seus envolvidos serão, ou santificados, ou enxotados do poder para nunca mais atentar contra a mediocridade.

Ecos.

Poucos dias depois de sua posse, o prefeito aproximou-se de mim, sentou-se numa cadeira ao lado, na mesma mesa, vindo a contar-me de seu sucesso. Tratava-se de ter conseguido emplacar, mediante negociações com a diretoria estadual, um novo chefe na diretoria local da repartição onde ainda hoje trabalho; em verdade o antigo e mais longevo no cargo, e que agora voltava.
- Conseguir recolocar Dr. Milet na chefia.
- Foi? Perguntei. Mais em tom de afirmação do que propriamente de indagação.
- Foi. Ele deve começar em no máximo 15 dias.
O diálogo seguiu com reconhecimentos de parte a parte da capacidade e condições pessoais gerais do re-nomeado até que uma criatura à parte, num desses momentos dos mais infelizes e degradante da raça humana faz a observação:
- Ah! Eu bem sabia. Esse pessoal não perde a boquinha.
Sem palavras. Eu e o prefeito nos levantamos - ele depois de fazer repetidos meneios de cabeça, naturalmente num misto de desaprovação, e decepção com a criatura. Perdemos qualquer graça de continuar o papo e saímos cada um pro seu lado.
Tem gente que não se enxerga, mesmo. Principalmente porque, ofuscado com o brilho alheio, vive em função de atrapalhar os outros ao invés de buscar crescer a si próprio. Condição somente possível de fato com um mínimo de nobreza de espírito.

De olho no céu.

Uma, dentre as inúmeras outras preocupações que permeiam as mentes envolvidas na montagem do futuro governo municipal a partir de 1º de janeiro é que São Pedro continue dando a sua trégua, retardando um pouco mais as chuvas de trovoadas que têm se preparado ultimamente, porém dissipando-se a seguir. E o motivo de tanta torcida é para que dê tempo de montar a nova equipe, e com ela a estratégia contra um possível surto ainda maior de dengue neste verão, que poderá ser maior do que o do ano passado; que lotou postos de saúde, consultórios, laboratórios e principalmente o Hospital Regional Dr. Pedro Garcia Moreno Filho.
No caso da torcida pela benevolência da natureza e suas forças, deste ano, esta se dá pelos problemas naturais de uma transição no comando municipal, mas principalmente porque há uma característica na dengue que a torna pior do que outras viroses: a cada surto, obviamente por um novo tipo de vírus, as defesas do organismo humano se vão definhando o que em alguns casos podem provocar a tão temida dengue hemorrágica. E no ano passado a quantidade de casos foi visivelmente enorme; mesmo que no momento não disponhamos de números concretos sobre cada um dos tipos e sua incidência na população.
Este escriba aqui já foi acometido duas vezes pelo mal. Obviamente por dois tipos diferentes de vírus; e como eu, há muita gente. Deles que sequer notou que teve a doença, como ocorre com a maioria. Apresenta uma leve moleza; indisposição, e depois fica sem saber o que de fato houve. Pode ter sido dengue.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal de consumo

Em que pese o clima geral na cidade não contribuir, mesmo diante das ameaças de fogo eterno feitas pela mídia grande nacional, o povão, ao menos em Itabaiana parece nem estar aí para a tal crise. Desde meados da semana passada e principalmente do último sábado que o comércio de Itabaiana vem entupido de gente. Hoje pelo início da noite até em frigorífico de aves haviam filas. Num deles, pelo menos, de mais de vinte pessoas.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Trágica vida trágica.

Cena tétrica: um homem, talvez “um homem de bem”, desses que lêem a revista semanal se indignando com “esse governo ladrão”; com esse “monte de vagabundos nas cadeias”... essas coisas de piedosos homens de bem, fascista até a medula. Encaminha-se ele para um casal que dorme sob uma marquise ateando-lhe fogo. A câmera de um circuito interno de TV próximo capta a cena tétrica. A mulher morre no hospital. O homem, menos queimado fica internado com queimaduras graves. O Jornal da Globo (Rede Globo de Televisão)mostra a cena e a polícia capixaba promete abrir inquérito. Talvez a notícia tenha passado despercebida na grande Vitória (Espírito Santo) já que a vítima não foi nenhuma lourinha zona sul .

O grupo acerta a “parada”, nome com que a marginália se refere à apropriação do alheio, seja por assalto, seja por furto. Mas aí, a desgraçada da mãe de um morre na véspera (só pode ser uma desgraçada! Onde já se viu, morrer num dia em que vai atrapalhar uma “parada”?). E ai, o membro da gangue resolve que, pelo menos aqui deve parecer que é gente. Enterrar a mãe; chorar ao lado do caixão, acender velas... essas coisas que gente normal costuma fazer. Só que a “desgraçada” da mãe “aquela canço” esqueceu de combinar o dia: não era pra morrer no dito dia. E o “fi’ do canço” do filho dela esqueceu que, em primeiro, a “parada”. Os “amigos”. E aí, “meu”, só há um jeito: mostrar que o “código da Lei” aqui vale. E então, membros da gangue despacham o desgraçado para junto da mãe. Familiares restantes evadem-se; far-se-á mais uma investigação que não dará em nada; os “homens de bem” murmurarão: “foi só mais um bandido. Tinha mesmo é que morrer!” A cidade ganha mais um presunto na sua tétrica galeria anual. A mídia doutras plagas ecoa mais uma vez: Itabaiana é terra de matador!...

“Calado foi cada um pro seu lado. Pensando numa mulher ou num time; olhei o corpo estendido e fechei, minha janela pro crime”. (*)


E continuamos com “a cidade onde mais se mata bandido”. Graaaande troféu!

(*) De frente pro crime. João Bosco e Aldir Blanc

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Resultado esperado.

Déda leva pau nos municípios do Agreste de Itabaiana e até na Grande Aracaju. O nível dos que avaliam o governo Déda de forma positiva está abaixo da votação por ele auferida há dois anos atrás(mais aqui). A surpresa é que em Aracaju, onde o governador não tem parado de investir, segundo a pesquisa do Instituto Padrão, seu governo não emplaca sequer metade da população como positivo. Apenas 47,2%.
No Agreste de Itabaiana, se considerarmos que apenas em Macambira e Moita Bonita o governador ganhou no segundo turno de 2006 (52,35 e 51,75%, respectivamente) houve melhora. Já que em Areia Branca perdeu com 37,1%; em São Domingos com 37,99, em Malhador com 49,2% e em Itabaiana não passou dos 38,75%. Entretanto, os resultados da pesquisa estão bem distantes de uma situação confortável, haja vista estar em plena metade de governo e associado a um governo federal que literalmente voa em popularidade. E ainda estar como ótimo/bom para menos de metade da população: 49,4%.

Pérolas...
Em que está se transformando uma das maiores lideranças políticas do país, já apontado até como estrela de primeira grandeza numa constelação que vai de Aécio Neves a Eduardo Campos e Ciro Gomes! A política dos coronéis de Sergipe é assim mesmo: um sorvedouro de energias. Um buraco negro de onde nada escapa, salvo suas platitudes, picuinhas palacianas, esquemas de favorecimentos idiotas, coisa pequena, mesmo. Mas que faz um estrago enorme ao progresso do estagnado Estado. É assim desde que o itabaianense Leite Sampaio desgastou-se a não mais poder para dar a independência ao dito Estado onde até hoje muita gente acha que melhor seria estar como um quintal da Bahia. Ser “gipe” apenas, como diria a anedota; nunca uma carreta de mais de três eixos.
Vai que é teu, governador!

Calheiros.

Quem terá sido o felizardo revendedor que vendeu mais uma Hilux a quem, em condições normais teria dificuldade de possuir um 2.0 qualquer? Ou o agente imobiliário que embolsou gorda comissão ao ajeitar a chácara ao mais novo “nobre” do pedaço? Onde fica a cobertura paradisíaca? De quantos gaiolões de bois foi o trânsito?
O pior não é fazer tráfico de influência; e sim a dor que fica em quem ainda acredita que é possível acreditar na Justiça e no Estado como todo, por mais sinais de bandidagem que dêem seus detentores.
Mas como Floro Calheiros é apenas mais um "operador"!...

domingo, 21 de dezembro de 2008

A leitura dos números


É bom quando a gente vê chegar três famílias na invasão. O problema é quando você vê ao mesmo tempo sair uma do "Morumbi"(*); ir embora.
Observação de um amigo empresário há algum tempo atrás, sobre o movimento migratório em Itabaiana.


A queda de natalidade verificada nos números dispostos pelo SUS, ao menos a relativa a Itabaiana tem que ser reanalisada. Importa que os números relativos foram criados a partir de uma estimativa que se não confirmou na contagem de população de 2007. Tinha-se então que para uma população de 84.315 habitantes em 2005 houve um mil e seiscentos e vinte e cinco nascimentos. Ocorre que na dita contagem, dois anos depois, só foram confirmados 83.161 habitantes.
Das duas, uma. Ou IBGE vem fazendo corpo mole na contagem no município (o número geral já deixou muita gente em suspenso em 2000. Ver tabela) ou Itabaiana vem enfrentando um período de estagnação desde então.


(*) Região com esse nome por ser típica de classe média alta na cidade, numa comparação com o famoso bairro da capital paulista.

sábado, 20 de dezembro de 2008

"Melequeira."

Meleca é um nome um tanto quanto inapropriado para o fato aqui narrado; mas muito apropriado pela figura de linguagem que encerra.
O asfaltamento do centro realizado recentemente e em complemento à sua primeira etapa feita há cinco anos vem, mais uma vez revelar contrastes entre uma cidade que cresce e se moderniza, e costumes que parecem parados no tempo.
Na semana passada, em conversa com um amigo este me chamava à atenção para a “melequeira” que deixam nas ruas de Itabaiana os cavalos e burros que puxam carroças. Enquanto em superfície de paralelepípedos e sua natural rugosidade, tal aspecto passava despercebido, todavia, é deprimente o estado do leito das ruas asfaltadas quando os ditos animais “descarregam” seus intestinos deixando o visual das mesmas num aspecto lamentável. Hoje observando a Rua Campo do Brito... ta uma desgraça só, com tanto cocô de cavalo salpicando o leito liso e uniforme de asfalto. Um “chão de estrelas” nada enobrecedor. Além do mal estar dos locais (o cheiro na hora da "descarga" é terrível), visitantes devem torcer o nariz pra tal espetáculo.
Há cinco anos atrás as maiores vítimas desse visual surrealista foram as ruas Barão do Rio Branco e General Siqueira, que ainda continuam com seus "salpicos de cocô" de cavalo. Com essa nova etapa, a dita Rua Campo do Brito e a Antonio Dultra passam a "gozar" do dito visual surrealista.

Ondas II

Excelente a análise de Gilson Caroni Filho no Carta Maior, sobre o momento brasileiro compreendido entre fim do primeiro e segundo governo FHC. Se bem observarmos houve copiosos respingos aqui na Vila de Santo Antonio da Itabaiana, sentidos nas eleições de 2000 e principalmente de 2004.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Diferenças.

A campanha de promoção da imagem de um político somente termina quando este entrega o mandato. Seja ele de qualquer natureza. O que muda com a posse do eleito no cargo é a forma de se dirigir aos seus governados. Uma realidade muito mais ampla e complexa já que nela está embutida a cobrança dos partidários na campanha eleitoral propriamente dita; todas as suas expectativas... até mesmo dos adversários. Todos a cobrar. Os que desse detalhe esquecem, quando conseguem terminar o mandato o faz sobre apupos cada vez mais crescentes. O palanque, pois, é o lugar do político, de onde nunca deve descer sob pena de perder a comunicação com seu povo. Administração é coisa pros burocratas contratados pelo político.

“Todo artista tem de ir aonde o povo está!”
(Milton Nascimento e Fernando Brandt).

A impressora.

Era 31 de dezembro, uma quarta-feira, e cá estava eu com um problemão danado: minha impressora havia apresentado um piri-paf e o revendedor que me repassara a mesma estava com a incumbência de substituí-la. Mas era quarta-feira, último dia do ano, ponto facultativo nas repartições e nada dele que desde a sexta-feira que me “enrolava”. De repente, por volta das nove e meia chega ele à minha casa com duas mil desculpas pelo atraso. Instalou a nova impressora e, à minha insistência em conversar foi logo se despedindo se desculpando com a pressa sob a alegação: “fulano (o prefeito que assumiria) me intimou a desaparecer da cidade porque cicrano (o que saía) tá doido pra me trancar na Prefeitura até que lhe entregue os controles das contas nos bancos”.
Se o cicrano que saiu teve acesso às ditas contas, não o sei. O que sei é que seu conceito, que havia melhorado em muito depois de não ter se intrometido na campanha foi à lona quando saiu e só não o foi pior porque alguns maus elementos ligados a nova administração fizeram uma canalhice, quase nivelando as coisas. Até onde me consta foram punidos, mas os maus exemplos, de uns e outros ficaram.
Quão difícil é ser nobre. Mas eu continuo acreditando que a nobreza eleva o conceito. Eis as diferenças entre os que deixam de ganhar e os que perdem.

Ondas.

Apesar do feitiço virar contra o feiticeiro percebe-se claramente que a invenção do neoliberalismo a partir da era Reagan-Thatcher foi um ardil dos países ricos pra segurar o enriquecimento dos emergentes. Essa onda de quebradeira dos ricos, mais uma vez tem que ser vista com cuidado. A milionário de cem milhões perder vinte deles, pouca diferença faz. Principalmente quando esses são valores pra lá de fictícios, pura engenharia financeira. Já no caso de um assalariado perder seu sofrido salário mínimo é perda total e sujeição a um mês de fome.
Ouvindo hoje a entrevista do prefeito eleito Luciano Bispo no Programa de Eduardo Abril na rádio Itabaiana FM, alguém tocou no assunto “crise”, tão maximizado pela mídia grande brasileira, como algo catastrófico e que afetará sobremaneira a administração pública. Ora, é impossível numa economia globalizada os efeitos de uma crise num único país, desde que esteja entre os vinte mais ricos não contaminar todo o planeta. Mas daí a pregar o fim do mundo existe uma diferença enorme.
“Crise se vence com trabalho”, já foi dito. E nisso eu acredito.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Falsas grandezas.

Nada há de mais fascinante do que a fantasia. As lendas se colocam como a essência dessa fantasia, todavia, quando algum fato vem determinar o desmentido de tal história é uma perda danada.
Aprendi no meu livro de Geografia de Sergipe do professor Acrisio Torres Araújo(1) que a Serra de Itabaiana era o ponto culminante do Estado de Sergipe com 860 metros. Vivíamos em Itabaiana o tempo do crescimento, inclusive dos egos, com um time de futebol “descendo a serra com alma e paixão”(2), e nos enchendo de alegria e orgulho. Caminhões cruzavam o Brasil levando o produto de nosso suor que gerava riquezas, dentre eles, a farinha de mandioca de cuja produção fomos o maior produtor nacional em 1966, quatro anos antes. E eu era um garoto, uma mente pra lá de receptiva a tudo que pareça fantástico. Quão grande não foi a minha decepção ao descobrir que a medida real era bem mais modesta. Depois viria a descobrir que a real importância da serra não está na sua altura, mas no simbolismo que representa para os itabaianenses e até no contexto da história brasileira com a lenda da prata.

O Ponto geodésico.
Desde há muito que ouço o murmurinho de que um pequeno marco que existe na Praça Fausto Cardoso, entre a Matriz de Santo Antonio e o coreto que fica no centro da dita praça seria o ponto geodésico de Sergipe. Nunca avalizei tal história por não encontrar documento algum, nem mesmo referências escritas a esmo que tal ponto ali se localizasse. O dito dado grafado num impresso(3) estilo guia turístico, todavia me levou a usar o GoogleEarth(4) e eis a conclusão:

A Praça Fausto Cardoso. Está localizada a 114 quilômetros de uma restinga próxima ao Cabeço, no município de Brejo Grande, foz do Rio São Francisco, direção leste; e a 90, 1 quilômetros de uma curva no rio Real, município de Poço Verde, coordenadas 10’49”16 Sul e 38’14”28 Oeste; a 144 quilômetros do encontro do rio Xingó com o São Francisco, na direção Norte; e a 101 quilômetros de uma curva do rio Real, no município de Cristinápolis, direção sul.

Para que o dito ponto fosse o centro geodésico do Estado de Sergipe, todas as medidas, seja na direção norte-sul, seja nas direções leste-oeste teriam que serem iguais respectivamente.
O ponto geodésico de Sergipe está nas proximidades da Caienda, no município de Ribeirópolis, ao norte do mesmo.

(1) ARAÚJO, Acrisio Torres. Geografia de Sergipe. 3º ano primário. p.21. Ed.06, nº 1742. Aracaju, 1970.
(2) Hino da Associação Olímpica de Itabaiana. Letra de Alberto Carvalho.
(3) Ponto Geodésico. In Guia do Comércio de Itabaiana. Atrativos turísticos. Pág.35. InfoGraphic’s Grafica e Editora. Aracaju, 2008.
(4) Programa gratuito de rastreamento por satélite em:
googleearth.com. É preciso instalar o plugin e só funciona quando se está plugado na internet.

Obs. Ponto geodésico é o ponto central de uma unidade político-administrativa levando em conta o ponto onde se encontram as duas linhas que a mede nos sentidos norte e sul; leste e oeste, pouco importa se deslocando uma delas ou ambas de suas respectivas trajetórias de retas.

Concorridíssimo.

A solenidade ontem na Câmara Municipal de Itabaiana onde foram diplomados os eleitos em 05 de outubro deu a dimensão do que espera do retorno de Luciano o seu eleitorado. Uma solenidade simples, convocada pela Justiça Eleitoral, prevista para durar apenas alguns minutos, e eis que compareceram por volta de oitocentas pessoas, numa quarta-feira, dia de feira livre em Itabaiana e às quatro da tarde, apinhando as galerias e corredores... e até os acesso externos da Casa. Foi muita gente. Outro aspecto foi a presença discreta, muito pouca do pessoal mais identificado com a prefeita Maria Mendonça que entregará o cargo no próximo dia primeiro. Lamentável, mas de certa forma compreensível foram as vaias ao atual presidente e principalmente ao vereador João Cândido. O primeiro porque vive como pipoca; o segundo porque, além das rusgas com Luciano Bispo quando execerceu seu primeiro mandato de vereador, não parou de abusar da retórica levando para o campo pessoal algo que deveria ater-se apenas às idéias. Nem mesmo o “companheiro” Erotildes, empossado como suplente, e que chegou à Casa recentemente como um furacão foi lembrado pelos apupos dos lucianistas o que demonstra que o problema de Cândido é ter levado a coisa pro lado pessoal.

Absurdo ditatorial resolvido.

Num lampejo ditatorial típico dos que sugam o poder através de manobras o STF do atual “augustulus” Gilmar Mendes – antes dele, obviamente – surripiou movido por intensa campanha da mídia grande os mandatos de milhares de vereadores pelo país inteiro. Na cabeça desse pessoal o mundo é deles, cheios de títulos, muitas vezes de origem duvidosa; e não de representantes do povo, bem ou mal, escolhidos por este. Num lampejo de redenção (já que há anos o Senado Federal anda pautado pela mídia grande), a casa legislativa brasileira aprovou ontem a PEC-20/2008 que recoloca a política como forma de resolver as questões políticas. E não pelas canetadas de quem se julga donos do mundo.

Mentiram.
No afã de defenderem suas posições de arrogantes ditadores disfarçados, e com isso angariar a simpatia dos incautos (ou invejosos) a mídia grande – Globo, Veja, Folha e Estadão à frente – defendeu que haveria corte de despesas na época do “decreto ditatorial” do STF da mesma forma que agora ameaça com o “fogo do inferno” do aumento nos “gastos públicos” com a correção do absurdo praticado. Tudo mentira. Nada do que está na Constituição acerca dos repasses às Câmaras municipais – de onde advêm os salários dos vereadores – foi modificado antes e agora. Mentira. Mentirosos. O ruim mesmo fica pra quem, como candidato a vereador torrou rios de dinheiro pensando em receber cinco, dez mil reais; e agora terá que dividir com mais gente. No caso de Itabaiana, com mais sete. No mais não muda nada. Toda aquela patacoada patrocinada ontem por Aloisio Mercadante é somente para atender à sua “magnânima”, “augusta”, onipotente mídia grande de quem o senador petista por São Paulo acha ser porta-voz (quando precisam de um vira-latas vão a Demóstenes).

Vivas à Democracia.
O povo tem todo o direito de errar. Direito de votar em Sukita, Trovoada, Chana, Peru, Pavão, Macaco, o diabo... o raio que o parta. Mas burocrata cheio de manhas e esquemas é que não tem o menor direito de mandar em mim sem o meu consentimento.
A Câmara Municipal bem como as assembléias e o Congresso Nacional é a cara do povo. Do povo brasileiro que está a anos-luz em vergonha, bondade e moral de malandros da elite, a pior elite do mundo. É só lembrar a diferença que fez no Brasil a universalização do voto ocorrido a partir da Revolução de 30. Bastou sair do restrito controle das mãos dos "eleitos", dos "divinos por natureza" e o país começou a andar.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sem palavras

Praça João Pessoa, frente do Banco do Estado de Sergipe. Itabaiana (SE), 17/12/2008. 11h37m.


Estacionar sobre o passeio público:
Multa leve - 50 Ufirs. 3 pontos na carteira.
(Art 182, Capítulo XV - Das infrações.
Lei 9.503 de 23/09/97. Institui o Código de Trânsito Brasileiro)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Aprendizes de ditador.

É impressionante o quanto a elite(?) nacional consegue desprezar os ensinamentos de Maquiavel. E olha que quase todos vivem de meter a pua no mestre da ciência política, tachando-o de desumano. Para em seguida fazer pior. Pois bem, o CONTRAN-Conselho Nacional de Trânsito(que não manda em nada; jogaram toda a responsabilidade nas costas dos prefeitos), pela Resolução 298/08 resolveu ser mais real que o rei: quer acabar com uma cultura, qual seja a do mototáxi. Enquanto o IBGE constata que essa modalidade de transporte está entranhada nos costumes locais de 52 por cento das cidades brasileiras, os doutores da Lei, com 15 anos de atraso resolveram tapar o sol com a peneira batendo de frente com uma cultura. Nem mesmo na era do AI-5 seria possível a aplicação eficiente de tal ato legal. Já é cultura, oh magnânimos doutores! Deixaram enraizar porque quiseram. Agora somente um investimento gigantesco em alternativas viáveis poderia acabar com essa modalidade de transporte. O riquexá made in Brazil veio pra ficar como seu similar original da Índia. Soa idiotice tal resolução que todo mundo sabe, já nasce mortinha e enterrada. Simplesmente ridículo.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Vivendo perigosamente.

Trabalho que acaba de ser publicado pelo IBGE aponta para graves problemas estruturais nas cidades brasileiras onde, em 90 por cento delas, há problemas ambientais.
O quesito favelização, por exemplo, é o mais preocupante: uma em cada três cidades do país tem favelas, palafitas ou outro tipo sofrível de moradia.
Em Itabaiana, em que pese não termos uma área contínua e considerável de habitações que caracterizem uma favela, a lista de problemas é preocupante. Desde a coleta de lixo aquém das necessidades e com características que merecem cuidados, a assoreamento de córregos, desmatamento abusivo, esgotamento sanitário questionável.
Além do sítio urbano contínuo com algum beneficiamento, mesmo que incompleto, ainda temos formações urbanas na zona rural onde aglomerados vêm se formando sem absolutamente nenhuma estrutura, como é o caso clássico do povoado Mundés(também conhecido como Rio das Pedras) além de Carrilho, Mangabeira, Lagoa do Forno, Gameleira e Cabeça do Russo, entre outros. Nestes povoados não há um só metro de esgoto, muito menos uma lagoa de estabilização e o pior: todos eles estão colocados em nascentes ou a lado de cursos de água que abastecem as represas que nos fornece toda a água que consumimos, seja no consumo doméstico, seja na irrigação. O próprio sítio urbano central, a cidade propriamente dita, está localizada em nascentes que, apesar de secas na maior parte do ano, canalizam água para as ditas represas. A cidade de Itabaiana está assentada num divisor de águas onde parte de seu esgoto corre para a Barragem do Ribeira, da micro-bacia do Vaza-Barris; e a outra parte corre para as barragens Jacarecica I e II, da micro-bacia do rio Sergipe. É como se mijássemos em cima e apanhasse embaixo para beber.

Estatísticas.
A proliferação de problemas, doenças principalmente, em que pese não haver nenhum estudo sobre isso é perceptível só em analisarmos os parcos recursos estatísticos existentes. Em 1987, por exemplo, de cada cem exames coprológicos realizados no laboratório do antigo SESP, 65 apresentou algum tipo de parasito transmitido pela água no todo ou em parte. Em sessenta e dois por cento dos exames foi encontrado amebíase, inclusive do gênero histolytica e em quarenta em oito por cento foi encontrado giardíase, gênero praticamente transmitido pela água contaminada. É interessante lembrar que então a água da represa da Ribeira apenas começava a entrar no sistema e o abastecimento ainda era majoritariamente feito pela primeira represa, bem menor e praticamente descontaminada. Nunca mais esse levantamento foi feito, porém acreditamos que de lá pra cá os problemas não foram resolvidos por osmose; já que de forma concreta também não o foram. Pior: foi reduzida ainda mais a área de matas galerias, item elementar para filtragem do que adentra aos cursos d’água, além do que, como já apontamos, ter havido um enorme crescimento de estruturas semi-urbanas junto aos cursos de água e até em suas nascentes, sem o devido saneamento básico. É problema pra mais de metro, como se diria no popular.

Péssima tradição.
A grande grita popular ao fim dos anos 70 era de que Itabaiana era uma cidade mal cuidada. E era mesmo. O sítio urbano explodiu (já que cresceu sem nenhum planejamento) a partir de 1970, retomando o pique abortado em parte, de 1964 até aquele ano. Rendas municipais deficientes e inabilidades administrativas levaram a cidade a ter em 1988 quase setenta por cento de suas ruas ou outros logradouros sem um paralelepípedo e todos eles sem um metro de esgoto. A comissão do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo – SERFHAU, do Ministério do interior assim resumia o aspecto de Itabaiana em 1970: (item 4.1.2, Infra-estrutura Social) “Não há em Itabaiana, qualquer aproveitamento da paisagem, que se apresenta monótona, sem oferecer qualquer atração”. (In Relatório Preliminar de Desenvolvimento Integrado. Op cit. APES, cx. 21, doc.09). No quesito esgoto e demais problemas ambientais, nada diferente do já relatado.
Agora que se avizinha mais uma administração pública do Município é esperar que os problemas resistentes sejam solucionados. Avanços, especialmente depois de 1990, houve muitos. Todavia, muito caminho há ainda a percorrer até que se possa efetivamente vivenciar por aqui uma cidade de alta qualidade de vida.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

“Deprê”

Hoje pela manhã estive por breves minutos na tri-secular Câmara Municipal. Ainda não havia começado a Sessão marcada para as nove, mesmo que lá estivesse eu chegado às dez. Mas não foi isso que me chamou a atenção. É de praxe e já foi pior. O que me chamou a atenção é o clima nervoso que impera na casa. Fim de mandato, mesmo com próximo garantido é momento de tensão. Funcionários comissionados na berlinda, quase perdendo seus postos; vereadores não eleitos desapontados com o clima de fim de feira e, pra completar, essa confusão semeada pelo TSE pautado pela mídia grande, há mais quatro anos e que ninguém ainda engoliu a respeito das vagas. Como resultado, quem ganhou pensando em ganhar cinco pode ficar somente com três. Quem ficou de fora por apenas uns pouco votos, ficas na esperança de reencontrar-se com seu investimento. Tensão e tensão. Tá horrível.
Infelizmente essa percepção de tensão não se resume apenas à Câmara. É como se toda a cidade estivesse sobre um barril de pólvora. Se não vê alegria dos que ganharam, nem mesmo tantas esperanças como seria o esperado. Da parte dos que perderam a coisa é pior. Entre uma falsa esperança de permanência movida a canetada, logo desmentida; e a certeza de que acabou, é tensão e sobre-tensão. Não se percebe resignação, portanto aceitação por parte dos que perderam. Isso é ruim porque não é isso que se espera de um certame entre civilizados.
É o pior Natal de que me lembro por aqui.
Exaudi nos, Domine.

Contrastes: o luxo e o lixo.

A natureza rebela-se contra os “desadministradores” humanos e, mesmo diante da sequidão do que deveria ser um cuidado jardim, brota a beleza sublime contrastando a rudeza dos espertos como a lhes querer envergonhar pelo nefasto hábito do mal-querer.
Nada. Nem vidros quebrados há mais de dez anos; pichações de propagandas de péssimo gosto, paredes de pintura desgastada, grama seca, lixo... nada consegue ofuscar o brilho da natureza e suas flores.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ufa! Será que agora vai?

O Governo do Estado alardeia a constituição de uma tal de brigada estadual de combate às endemias no melhor estilo “propaganda pura”. Sequer apontou para simples mortais como esse parco escriba como tais profissionais foram ou estão sendo treinados. Teriam eles tido algum curso de entomologia, por exemplo? Estariam sabendo já diferenciar um barbeiro de um baratão? Aí vem a pérola: “(...)a Secretaria de Saúde (SES) iniciou nesta quarta, 10, a capacitação dos 600 CONTRATADOS pelo Governo do Estado para(...)”... e é assim, é? A dente de cachorro? Sem seleção por concurso? Claro, se é sem seleção por concurso deduz-se que serão “trabalhadores temporários”. E onde já se viu trabalhadores especialistas poderem ser temporários?
O DNERu, depois SUCAM debelou ou controlou malária, doença de Chagas, leishmaniose, esquistossomose e etc., contratando o pessoal quase todo indicado pelos políticos. Todavia não os pôs pra trabalhar no mesmo dia. Mesmo que as escolhas não tenham sido por concurso público esse pessoal teve treinamento intensivo de meses e até anos, até poder assumir um quarteirão. E aí vem nosso governo e contrata pessoal que deveria ser especializado como se contratasse estivador ou trabalhadores braçais.

Idéia boa com execução questionável.
A idéia de uma “força” estadual de combate às endemias é extremamente louvável haja vista vir corrigir um absurdo praticado contra o sistema de saúde a partir de Brasília: o de entregar a municípios despreparados, técnica e financeiramente, a tarefa de isolar focos de doenças transmitidas por vetores de alta mobilidade. Os ditos municípios não têm condições de realizar os vultosos investimentos de retorno demorado em capacitação de pessoal de que a área necessita. Também têm enorme dificuldade em compor com outros da região para uma ação conjunta o que aperfeiçoaria o processo. Como resultado, bilhões de reais jogados às traças e endemias que haviam sido banidas no início do século próximo passado, de volta e de forma descontrolada. O que se questiona aqui é que o modus operandum permanece: propaganda, auto-promoção dos gerentes(?) , gastos e mais gastos geradores de notas fiscais (comissões?), enquanto se não percebe concretude nas ações de fato necessárias.
Aliás, esses portais de governo (estaduais e municipais, principalmente) bem que poderiam trazer mais informações e menos promoção pessoal de seus titulares. Tá horrível, tanta cara deslavada a se promover (promoção de efeito questionável, por sinal), enquanto informações de suma importância para a sociedade deixam de ser publicadas.
Nota: O signatário também é laboratorista do SESP (extinto e com pessoal incorporado à FUNASA), do Ministério da Saúde desde 15 de setembro de 1982, com cursos internos de especialização em malária, leishmaniose, Chagas, Hanseníase e viroses tropicais em geral, entre outros.

Mais vereadores.

Exultai, oh suplentes de vereadores itabaianenses, a CCJ do Senado da República acaba de aprovar a PEC 20/08, em parte, o que deverá aumentar o número de vagas em Itabaiana, resumido numa canetada pelos ditadores do TSE mediante pressão da mídia grande a apenas dez vagas. Se aprovada até o final de seu transcurso nas sucessivas votações vai deixar muito “investidor” - gente que gastou às pampas pra se eleger – no “preju”. Aguardemos, pois.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Bomba H ou “peido-de-véio”.

No domingo correu um zum-zum-zum pela cidade - pela enésima vez - semeando a idéia de que o prefeito eleito Luciano Bispo não assumirá. A promessa que rolava nos pés de calçada era de que o Jornal Cinform, na sua ediação de ontem, segunda-feira, 08, “detonaria uma bomba” contra Luciano. Porém nada foi repercutido, hoje, porém, vem a história de que o Ministério Público Federal entrou com ação contra o ex e agora futuro prefeito por improbidade administrativa. Infelizmente não há número de protocolo do processo na única matéria já publicada(veja mais aqui) para que se possa ser mais conclusivo sobre a realização da dita entrada ou não. Sem elementos suficientes para tal, mas, ligado o “desconfiômetro” acho que isso é mais um traque; um peido-de-véio como se chama no popular, ao mais popular dos traques soltos pela garotada nas festas juninas. Primeiro cabe perguntar: não estaria tal denúncia apenas requentando uma outra feita è época da inspeção da CGU (PROCESSO Nº 2004.85.01.000674-4), ora no STF? Estaria ela realmente sendo feita, mesmo que similar já esteja encaminhada e sobre o mesmo objeto?


A quem interessa?
O reesquentamento (é o que me parece) da matéria acima aparenta um factóide pra gerar um fato político. Nessa seara não há mocinhos. Quem sairia ganhando com tal notícia? Algum tubarão? Ou não passa de interesse de algum bagrinho?
Interessaria à prefeita, ora em visível, diria até inegável processo de reconquista de importante fatia eleitoral que lhe faltou em 05 de outubro? Não acredito. Isso configuraria golpe baixo o que desfaria toda a boa imagem conseguida com o pique do asfaltamento ora em curso. Ao governador Déda? Estaria o Governador mexendo os pauzinhos para pressionar Luciano? Por Luciano de joelhos? Não acredito. Macaco velho de Congresso Nacional Déda sabe muito bem que esse tipo de barganha, além de mais parecer banditismo, chantagem, não costuma funcionar. Ao deputado federal Albano Franco? Estaria o deputado fazendo valer seu poderio junto à Justiça para admoestar Luciano e suas possíveis quedas pelo governismo, sobre "quem está no comando"? Sei não, mas acredito que Albano é mais macaco velho do que Déda e isso responde a pergunta. Logo, julgando apenas pelos elementos até o momento disponíveis acho que isso é mais uma plantação, como costuma dizer minha mãe, “para a boca não feder”. E se tal denúncia de fato vier caberá a pergunta: e porque só agora? Estaria o MPF sergipano voltando a uma prática que foi comum a vários quadros do MPF a alguns anos atrás; a de buscar holofotes? Arrisco que não. Um detalhe: quando das inspeções da CGU, uma das suas obrigações é encaminhar as denúncias à Justiça. E não passar quatro ou mais anos para então fazer a dita denúncia. Aguardemos, pois.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Efeito radial

Lendo no blog de Edivanildo Santana que o governador Déda vai injetar três milhões de reais no perímetro irrigado da Ribeira (Itabaiana e Areia Branca), me veio à mente um versinho de uma música do cearense Ednardo: “Cada braça de caminho, um soluço de saudade; toda vereda de roça vai descambar na cidade”. (Ednardo - Estaca Zero).

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

“Fio” com a corda toda.

Das onze emendas parlamentares no Orçamento Geral da União, cujo dinheiro é destinado a uso dentro do município de Itabaiana, num valor de dois milhões e duzentos e oitenta mil reais, o ex-deputado José Milton de Zé de Dona abocanha através de sua Associação Serrana a bagatela de 460 mil reais, ou seja 20 por cento. Isso é mais do que o valor dos 400 mil reais destinados ao Hospital Regional Dr. Pedro Garcia Moreno. Abaixo apenas do destinado à Maternidade São José, no valor de hum milhão de reais na Emenda funcional-programática: 10.302.1220.8535.0134, proposta por dois deputados itabaianenses, cada um com a metade. Detalhe: das emendas destinando dinheiro à Maternidade e ao Hospital , até o último dia 10/11 nada havia sido pago. Já no caso das emendas à associação do ex-deputado, em ambas ele já recebeu 43, 48 por cento do valor, ou 200 mil reais.

Selo do UNICEF.

A profusão de municípios que ganhou a comenda do UNICEF, bem como a visível penúria dos setores municipais envolvidos, notadamente as secretarias de saúde bem o mostra o quanto está distante a seriedade na administração federal, responsável pela coleta, análise, inspeção e injeção de recursos nos mesmos municípios. O UNICEF nutre-se dos dados informados pelas secretarias de saúde ao sistema SUS. Sem fiscalização alguma desde no mínimo uma década. É um fabricar de números que é uma beleza.
O ganho da comenda pelo Município de Itabaiana, por outro lado, lembra outra, a de Município Modelo ganha em 1966 quando o município foi o primeiro produtor de farinha de mandioca do país. A comenda foi motivada pela característica fundiária itabaianense, apoiada no minifúndio bem difundido, ou seja, sua “reforma agrária” natural. De lucro concreto com isso somente a reativação parcial da estação agrícola da Fazenda Grande que prosaicamente deu na fundação do Rotary Club de Itabaiana. É que o maior motivador do dito clube de serviço em 1969 foi o encarregado da dita estação; talvez o único beneficiário com tal ato de governo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

De cargos e boatos

Antes mesmo de entregar a administração municipal a ainda prefeita Maria Mendonça já é alvo de especulações acerca de uma possível posse em Secretaria de Estado. Teria alguma vantagem pra Maria tal cargo? Seria possível ao governador Marcelo Déda fazer a tal "Reforma administrativa" (na prática substituição de dois ou três cargos)? Estaria Maria enfrentando a situação de um cidadão que conheço, e que, desde o início do mandato de João de Zé de Dona na Prefeitura de Itabaiana em 1993 "é nomeado" para alguma coisa, porém, sequer é convidado por quem de direito? Por quem detém o poder de nomear?

domingo, 30 de novembro de 2008

Porque o Itabaiana Futsal não empolga.

Ora, a legendária Associação Olímpica de Itabaiana é um trabalho de vários itabaianenses, principalmente um time dentre os quais Azer dos Santos; e depois de José Queiroz da Costa que completou a obra. Foi só o dito Queiroz assumir-se como político e acabou toda a magia ficando a lenda. Desconfio que parte do sucesso medíocre ou insucesso dos últimos dez anos se deva a isso: gente querendo aparecer mais que o time.
Wilson Cunha, o Gia, tentou emplacar carreira política usando o esporte; foi uma desgraceira só.
Eis que o nome que mais aparece na história do Itabaiana Futsal é o do ex-deputado Zé Teles de Mendonça. Não dá outra: mesmo estando entre os oitos melhores do país vem logo a identificação como "o time de Chico” ou “de Zé de Chico”. Dessa forma, o único préstimo real seria a lavagem de dinheiro com tem ocorrido no esporte mundial (vide Corinthians paulista). Como acho que não é o caso, politicamente, é o mesmo que chover no encharcado.

Duplica a área urbana asfaltada.


Ainda não dá para entender o porquê de tal obra somente agora vir a ser feita, mas é fato que a prefeita Maria Mendonça deixará o comando da Prefeitura Municipal no próximo dia 1º de janeiro com um marco: ter conseguido do governo do Estado o asfaltamento de uma área que duplica o volume de vias asfaltadas na cidade. De uma tacada só, são várias ruas ou seções delas já em andamento, perfazendo, por enquanto, quase oito quilômetros e meio lineares (8,38 km*). É necessário, todavia relativizar que uma Boanerges Pinheiro vale por duas Antonio Dutra; e que os 250 metros da parte da Olímpio Arcanjo de Santana equivalem a quase metade de todo o asfalto colocado no centro da cidade há cinco anos, tal a largura daquele logradouro.

Medidas (lineares) aproximadas:

Antonio Dutra, 1,2 km
Boanerges Pinheiro (c/ Praça Gen. João Pereira), 1,3 km
Euclides Paes Mendonça, 0,25 km
José Mesquita da Silveira, 0,3 km
Miguel Teixeira (c/ Praça Gen. João Pereira), 0,33 km
Padre Filismino (c/ Praça Gen. João Pereira) , 0,43 km
Jose Sizinio de Almeida, 0,14 km
Mons. Constantino, 0,25 km
Mal. Deodoro, 0,2 km
Tobias Barreto, 0,25 km
Rua do Sol, 0,15 km
Mal. Floriano Peixoto, 0,05 km
Travessa José Hermógenes, 0,08 km
Quintino de Lacerda, 0,2 km
Cap. Mendes,0,62 km
Prof Lima Junior, 0,25 km
Manoel da Lapa, 0,23 km
Baptista Itajaí, 0,12 km
Cupertino Dórea, 0,21 km
Campo do Brito, 0,21 km
Benjamins Constant (c/ Praça de Eventos), 0,4 km
Travessa Arthur Gois, 0,06 km
Travessa Francisco Porto, 0,9 km
Av. Olímpio Arcanjo de Santana, 0,25 (**)

(*) Estas medidas foram tomadas seguindo a numeração predial que segue o padrão métrico implantado desde 1963. Estão, portanto, sujeitas a revisão de até dois por cento, positivos ou negativos.
(**) Medida tomada pelo GoogleEarth.
P.S. Há ainda mais 110 metros da Rua Jackson de Figueiredo, correspondente ao trecho, Gen Calazans - Praça de Eventos; também não constante do mapa supra.

sábado, 29 de novembro de 2008

Leituras erradas.

Na última sexta-feira, em conversa com dois amigos ouvi deles duas opiniões diferentes, porém correlatas. Não apenas por ter epicentro na figura do próximo prefeito, mas porque em ambos os casos, acredito, estejam meus amigos errados em essência.
Num dos casos, o amigo em questão minimizou a liderança de Luciano com alguns adjetivos até deploráveis. Não entendi. O cab’a é eleitor do prefeito e não é nenhum burro. Fiquei com a pulga atrás da orelha: estaria ele me testando? Bem, mas, como é meu amigo argumentei com ele que o prefeito disputou sete eleições e ganhou cinco; sendo que numa delas, a primeira, quase se não pode dizer que concorreu. Logo, de fato, não conta.
No outro caso o amigo em questão nunca votou em Luciano e nas duas últimas eleições municipais foi eleitor de carteirinha da prefeita que sai, Maria Vieira de Mendonça. Sua afirmação é que Luciano tem a cara do povo de Itabaiana. Perfeito, afinal o prefeito foi eleito pela quarta vez prefeito do município, num espaço de vinte anos. Mas o que o meu amigo quis dizer não foi bem isso. O desfilar de personagens populares, porém de forma negativa, junto a Luciano mostrou que a dor de cotovelo do meu amigo o leva a ver o eleitorado como compactuante com “os erros de Luciano” que, segundo ele vão de “não pagar a ninguém” a deixar que uma ratazana infeste o poder público municipal. É típico de pessoas com algum nível acadêmico e alto senso humanístico essa tendência à ditadura do “certo”. O prefeito é indiscutivelmente um político. E em política, todos que se dizem certinhos estão a tentar desviar os olhares para erros alheios aos seus. Ou se é “medieiro”, literalmente “fazedor de média” com o povo ou se é um ditador, ou se nunca chegará ao poder. O diferencial está em não ser apenas medíocre. Ir mais além. “Forçar a barra” no rumo certo. Fazer e ser o diferencial.
Por ser o futuro prefeito um político, quem quiser se igualar ou dele passar terá “que ir aonde o povo está”. Repito aqui, o que já escrevi anteriormente: Maria perdeu porque se esqueceu de “ir aonde o povo está”. Esqueceu até que foi esse seu lado diferencial que apareceu já nas eleições de 1994, e que a colocou como algo "novo" e tonificou, fazendo reflorescer, a política de sua família. O resto são detalhes. Esqueceu ela que uma campanha política somente termina quando se entrega o mandato. O que muda depois da posse é a natureza dela.
Logo, acredito, meus amigos estão errados.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Nó górdio.

Um amigo meu, apontado como participante da futura equipe de trabalho da próxima gestão Luciano Bispo conseguiu me arrancar algumas gargalhadas ao sinceramente confessar: “não gosto de pagar imposto. E quando posso...” Conclusão da minha parte: ao menos neste setor já identifiquei uma pessoa bem colocada. Só sabe pegar sonegador quem sabe como sonegar.
Cobrar impostos em Itabaiana nunca foi tarefa fácil. A primeira rebelião política não indígena no Brasil contra o governo português ocorreu exatamente aqui, quando o Capitão-Mor Pestana de Brito (depois José Rabelo Leite) e o Ouvidor-Mor Bento Rabelo vieram cobrar os impostos do gado(*). Mesmo depois dos ataques holandeses à Itabaiana era aqui ainda o importante centro de criação de gado do Brasil e o lugar onde era mais fácil de ser o imposto cobrado. Dessa confusão nasceria tempos depois o município de Simão Dias, sob o nome do principal rebelde.
Durante dois séculos a sede municipal não passou de uma miséria só, haja vista que não havia feira ou outro tipo de comércio regular, e das atividades econômicas de então ninguém cobrava nada. Somente com o advento da República e simultaneamente a liderança de Batista Itajaí é que o município começa a cobrar algum imposto e seus frutos começam a aparecer timidamente. O apogeu deu-se com um comerciante de tez dura e força pessoal capaz de impor: Antonio Dutra de Almeida. Foi ele quem fez a primeira bateria de benefícios à miserável cidade que de tão miserável continuou sendo chamada pelos roceiros de vila. Dutra era temido, logo, detestado.
Por fim os impostos produzem a grande tragédia. É a sua cobrança o fermento da fúria exacerbada da oposição que leva, juntamente com a conspiração dos coronéis da política sergipana, ao desfecho de 08 de agosto de 1963, com a morte de Euclides Paes Mendonça e seu filho Antonio de Oliveira Mendonça. Euclides, o maior político de Itabaiana dos tempos republicanos até aqui, herdou uma situação privilegiada e ao mesmo tempo explosiva na arrecadação de impostos. Em 1952 passou a vigorar o dispositivo constitucional que colocava o IIP - Imposto de Indústria e Produção, correspondente ao ICMS atual - nas mãos das prefeituras. Estas, como não tinham estrutura para a cobrança, contratava a fiscalização do Estado mediante repasse de vinte e cinco por cento. Enquanto o governo do Estado foi responsável, ou do lado de Euclides, as coisas funcionaram, apesar da panela de pressão que cada vez mais ficava instável. Com a subida ao poder de Seixas Dória em 1962, este cortou os convênios com a Prefeitura de Itabaiana levando esta a realizar a cobrança por si própria. Como resultado, a criação de um corpo de fiscais próprios e ressurreição da então inexistente Guarda Municipal, já que ninguém cobra imposto – e é bem sucedido - sem mostrar que não está pra brincadeira. Duas polícias, na prática. Provocações, tiroteios, morte e a grande tragédia que abalou o país.
Meu amigo vai ter que dar nó em pingo d’água. E nem pode ir pela solução de Alexandre, o Grande: simplesmente cortar o nó górdio.
(*) As cobranças visavam "fazer caixa" para pagamento das dívidas contraídas durante a guerra de independência de Portugal contra a Espanha, principalmente com a Inglaterra. Na ocasião Portugal casou uma princesa com o rústico rei inglês na vã esperança de que o mesmo se convertesse ao catolicismo e cuja rainha teve o pomposo nome de Sereníssima Rainha de Paz da Inglaterra, Escócia e Holanda. A coitadinha foi abandonada em plena fria Londres até que decidiu terminar seus dias em Portugal. Seu condutor de volta, João Manuel do Cabo, ganhou de presente de Sua Magestade, pelos favores prestados o primeiro cartório de Itabaiana em 02 de setembro de 1700, o atual de segundo ofício (Cartório de Maria Helena).

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Do partido ou do bando?

Bandos e partidos são dois grupos parecidos. Não iguais. O bando é formando por bandidos, apressados, extremamente interesseiros, pragmáticos, imediatistas e tem como característica o saque, a tomadia, o tomar na tora e cair fora. O partido é formado de partidários, interesseiros, porém não apressados; de certo pragmatismo, porém não apenas imediatista (age também pelo longo prazo), e tem como característica a supressão da parte da verdade que de imediato lhe traga prejuízo, todavia, também a busca de consertar qualquer problema para que o objeto da dita supressão sequer venha ser percebido. Ao contrário do bando, o partido, por seus partidários, costumam ser solidários na bonança e desgraça, no repasto e na fome. Ao perder uma eleição, por exemplo, os partidários, se então no poder, costumam trabalhar quase normalmente até entregar o poder a seu futuro detentor. Ao contrário do bandido que, ao notar que não pode carregar o fruto do saque, o destrói para que ninguém dele possa usufruir.
Tenho visto com preocupação o comportamento de vários setores em algumas prefeituras da região em que os partidos no governo, perderam-no para o próximo mandato.
É um faltar de enfermeiros, técnicos de saúde em geral, carros para prestar assistência aos pagadores de impostos, remédios, material escolar ou pela escola... enfim, comportamento de bandido, não de um partidário de uma Res Publica. Uma clara demonstração que só esteve ali pela vantagem pessoal. Cessada esta, acabou qualquer mínimo interesse. Certas figurinhas ressabiadas pelo fim daquilo que considera um privilégio – e não um serviço prestado – precisam saber que até serem demitidas – se for o caso – permanecem, acima de ser de um “partido”, um funcionário pago com dinheiro do povo. Da minha parte, não hesitarei em orientar qualquer prejudicado a queixar-se ao Ministério Público. É preciso ser republicano. E a República está acima de interesses mesquinhos.
Conheço um ex-político que fez tudo certo ao fim do mandato depois de uma série de erros cometidos em quase todo o dito. Quando já estava praticamente absolvido pelo eleitorado, dois ou três escorregões ao apagar das luzes e nunca mais foi nada. Convém não abusar.

domingo, 23 de novembro de 2008

Erotildes... Já pensou se a moda pega?

De certa forma surpreendentemente, o suplente de vereador pelo PT assumiu o cargo no último dia 20, depois que uma fila de outros companheiros tiveram suas posições cassadas por esse esbulho plutocrático inventado no TSE, à moda dos tempos dos Ais, do 1 ao 5 (quando o resultado da eleição não agradava à Ditadura, seus dirigentes mudavam as regras do jogo). Nesta ordem, foram cassados o vereador eleito e empossado João Cândido Sobrinho e os suplentes imediatos, Jose Carlos de Santana, o Zoma, Givalda das Queimadas e Paulo de Mendonça, todos por troca de partido.
E Erotildes poderá retornar no próximo mandato nas mesmas condições. É que é dado como certa a busca de um mandato parlamentar no Legislativo sergipano pelo primeiro colocado na coligação proporcional da qual Erotildes participou, o também petista Olivier Chagas. Se Olivier vier a ser eleito, Lá irá Erotildes pela segunda vez assumir a vaga em 2011.

sábado, 22 de novembro de 2008

Qual é a de Luciano?

O prefeito eleito Luciano Bispo tem estado com freqüência no tradicional ponto perto da casa onde nasceu e se criou, e onde iniciou seus primeiros contatos políticos, tradicionalmente conhecido com Center Lanches. Até aí, tudo natural. Luciano sempre teve esse quê de povo e logo depois de sua primeira eleição em 1988, tão logo chegou da então tradicional viagem de descanso pós eleitoral passou a comparecer no dito local regularmente. Todavia, em bem menos freqüência que atualmente, mesmo que, erroneamente muitas vezes tenha feito ali suas reuniões de trabalho. Estaria Luciano “dando corda” ao séquito de puxa-sacos, palpiteiros ou torcedores do contra? Ou seja, enquanto ele os diverte, sua equipe, tranquilamente monta o esquema de trabalho? Não posso nem quero acreditar que venha repetir certo administrador público que recentemente “mandou buscar” um correligionário para assumir uma pasta de reconhecida relevância e importância a apenas duas horas do evento oficial.

Ritmo acelerado.

Remendando um equívoco, o de iniciar uma obra sabidamente proibida pela Justiça Eleitoral em momento impróprio, o Governo do Estado, em convênio com a Prefeitura Municipal de Itabaiana retomou logo depois da eleição e mantém o ritmo do asfaltamento de importantíssimas vias dentro da cidade. Cá pra nós, mesmo que o nosso pavimento a paralelepípedo tivesse sido feito da melhor maneira, mas, o asfalto é o asfalto. E a qualidade do atual, sinceramente dá de dez a zero no anterior feito em 2003. Naquela etapa, o centro ficou parecendo “coisa de gente grande”, todavia, o simples encostar de um estribo de motocicleta ainda hoje, transcorridos cinco anos, ainda provoca crateras no dito leito asfáltico. Nesse atual, não. É importante frisar, porém, que sem a sinalização, ao menos a das próprias pistas de rolamento (como ora se encontra), o impacto visual é quase nulo. Isso mesmo, quase nulo. A “levantada” depois da referida sinalização é quem vai ditar o humor dos beneficiados. Por falar nisso, se for pra retornar às imediações da Praça de Eventos bem como a esta é melhor andar rápido. A partir de no máximo mais duas semanas deverão começar as atividades típicas de Natal naquela área e aí o ritmo dos trabalhos ficariam comprometidos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

30 mi emPACados.

Trinta milhões, duzentos e dezenove mil e cento e vinte e nove reais é o valor que poderia caber à Itabaiana – ou ao menos à região, com fortes reflexos no município – previstos no OGU – Orçamento Geral da União para esse ano de 2008 que já está no fim. Trata-se das emendas de bancadas de funções programáticas 20.605.6003.7H17.0540 e 17.512.8807.7L66.058. Respectivamente para construção de um Centro de Abastecimento e para execução do aterro sanitário pelo Consórcio Público da Região do Agreste.
Isso fora uma relativa quantidade de outras emendas de bancada de menor valor, porém aplicáveis a Itabaiana, e as Emendas parlamentares, que somadas poderiam chegar a quase dois milhões de reais em investimentos diretos.
Atrasos na execução orçamentária da União em relação aos municípios, principalmente, é uma praxe. Falta de projetos, falta de conhecimento sobre a existência do dinheiro, falta de vontade de trabalhar e a natural barreira político-partidária leva a isso. Pra se ter uma idéia, dos recursos de R$ 41.185.307,00 alocados pelo Ministério das Cidades dentro do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, para Sergipe, até o último dia 10, apenas 20.870.943 haviam sido gastos, ou seja, 42.5%. É muito pouco em se tratando de tanta carência que existe por aqui.

E cadê a estrada?



Corre um zum-zum-zum por aí que um dos sonhos do prefeito eleito Luciano Bispo é pleitear junto ao governo do Estado a revitalização, na prática uma reconstrução, e em asfalto, da velha estrada colonial Itabaiana-São Cristóvão, também conhecida pelos mais antigos como estrada de Itaporanga(*). Então fomos ver o mapa rodoviário de Sergipe e o curioso é que nos mapas oficiais aparece uma outra estrada estadual, a SE-102, que partiria de Riachuelo até o Lagarto. Todavia, exceto por sua ligação com a SE-430 (a velha estrada real Simão Dias-Laranjeiras, à altura da Usina Pinheiro), a dita estrada simplesmente não existe, especialmente no seu trecho dentro dos municípios de Areia Branca, Itabaiana e Campo do Brito e até o Jenipapo, no município de Lagarto. Em tese, no dito trecho, partiria ela do povoado Manilha passando pelos povoados de Pedrinhas, Caroba e Cajueiro, ainda dentro de Areia Branca, internando-se no município de Campo do Brito, ao sul da serra de Cajaíba, ou, sairia do Rio das Pedras, na casa do doce, refazendo o caminho das boiadas do Lagarto a Laranjeiras, passando pelos povoados de Areias (Areia Branca), Mangabeira, Mangueira e Ribeira em Itabaiana e daí chegando até o Lagarto através de seu povoado Jenipapo. Ocorre que quando há estrada em qualquer um dos dois percursos essas são apenas estradas vicinais, muito distante de uma auto-estrada, mesmo que estadual.

(*) A renomeação popular para Estrada de Itaporanga ocorreu entre fins do século XIX e início do século XX quando, ao perder o status de capital de Sergipe em 1855, São Cristóvão também perdeu o vigor de sua feira livre, levando a novata vila da Itaporanga a ocupar-lhe o lugar (A feira livre de São Cristóvão foi criada por decreto do Presidente de Sergipe, Dr. Manoel Ribeiro da Silva Lisboa em 15 de junho de 1935 e efetivada no dia cinco seguinte). Tanto marcou essa fase que em 1957, ao indenizar casas para alinhamento da tradicional entrada da cidade conhecida como Rua do Fato, a Prefeitura a denominou de Rua de Itaporanga (foi reconhecida como apenas travessa pelo Código de Postura, Lei 236 de 16 de novembro de 1962).

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Êta mosquitinho abençoado!

Governador Marcelo Déda (mais aqui) reúne prefeitos “saintes” e prefeitos “entrantes” para traçar a estratégia deste verão contra o danadinho do Aedes aegipty, aquele da dengue que levou meio mundo de gente aos hospitais no início deste ano e alguns até morreram.
Pois bem, nas caixas registradoras municipais já começa a tilintar novamente a absurda verba torrada todos os anos pra controlar um mosquito que Oswaldo Cruz extinguiu no Rio Janeiro e depois no resto do Brasil na época em que se amarrava cachorro com lingüiça. É muito dinheiro! Pra nada. Em Itabaiana, até hoje tem ex-prefeito com direitos políticos cassados por mau uso da dita verba. No resto do Brasil é um gastar sem fim. Até 1990 ninguém ouvia falar nisso. Agora é prato do dia, quer dizer, do ano. De todos os anos. E o dinheiro continua rolando. Não faz muito tempo foi pego, Brasilzão afora, prefeito importando mosquito... trazendo mosquitos de outros lugares para sua própria cidade como forma de justificar a polpuda verba. E sua continuidade.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pitacaria.

Num aspecto, ao menos, o futuro governo municipal de Luciano Bispo já se parece com o primeiro: o pitacaço. O nome é esquisito, mas é por aí. Se refere a pitaco, nome a que todo mundo está familiarizado. O ato de dar opiniões, requeridas ou não, sensatas ou não, racionais ou não. O pitaco é uma boa forma de exercer a democracia. Mais direto, impossível. Cabe, porém, ao gerente da coisa discernir o que é simples pitaco e o que é idéia realmente plausível. Eis o segredo. O primeiro governo, de 1989 a 92 foi um Deus nos acuda. Foi aí, inclusive que nosso personagem central consolidou a imagem de teimoso e imprevisível: o jegue. Era tanto pitaco que o então jovem político decidiu-se assim ser: teimoso e imprevisível. De vez em quando explosivo e até deselegante.
Tudo isso é só para registrar que tem um montão de gente contrariada com as indicações de Luciano para suas secretarias. Parte por pura inveja; por não ter sido ele ou ela a convidada. Parte por manias de pitaco; já que as alegações de responsabilidades na derrota passada sobre esse pessoal – que ora volta – são meros escapismos para problemas bem mais profundos. Luciano perdeu a eleição de Carlinhos há quatro anos por uma somação de erros, dos quais, o mais grave a atual prefeita repetiu em toda a sua grandeza: criar panela partidária. O curral. Os “meus”. Dividir ao meio por achar que tinha a maior parte. E com isso esquecer que, apesar de em Itabaiana ainda não caber a chamada terceira força, aqui também existe uma considerável parcela desvinculada daqueles compromissos seculares das famílias tradicionais de mil e oitocentos e cachimbo, que permearam os destinos da política local até o fim da hegemonia dos Teles de Mendonça em 1988. E são eles quem decide. Quanto aos demais, sim, já estão “enlatrados”(*) desde 1824.
Repito o que já postei anteriormente aqui: o que importa é o projeto. E esse eu ainda não vi. O que também não quer dizer que não haja. Esperemos, pois!

(*) Termo usado por um ex-vereador local, de poucas letras e muita inteligência na arte de politicar.

sábado, 15 de novembro de 2008

Vinte anos depois...

Há vinte anos, em 15 de novembro de 1988, Itabaiana rompia com uma nefasta tradição, a de ser violentamente sacudida a cada sucessão protagonizada pelos dois grupos políticos existentes desde as primeiras eleições pre-Independência, como a que selou o renascimento de Sergipe como unidade autônoma; e que desde então dividem as paixões e principalmente os interesses da população local. O processo de mudança que começou a partir de 1978 aqui se consolidou com adversários comemorando a vitória, porém sem revanchismos, enquanto outros amargavam a derrota, porém resignadamente com a certeza de que foram seus erros os responsáveis por tal derrota eleitoral. Enfim, uma derrota eleitoral, porém não moral. Ou uma vitória eleitoral em cima de idéias, porém ética dentro do possível na política e, como já dito, sem revanchismo. É emblemática a fotografia tomada por Jurandi Rosa durante a missa de posse de Luciano Bispo na velha Matriz de Santo Antonio e Almas de Itabaiana em março de 1989, quando aparecem lado a lado como dois velhos amigos que sempre foram, o prefeito João Germano da Trindade, saindo, e o pai do prefeito que o derrotou nas urnas, Jose Bispo de Lima, o Zezé Benvenuto (in memoriam). Mesmo que os cabeças do grupo político do prefeito em retirada não tenha ali aparecido, há uma clara mensagem de substituição de idéias; não a de bandos de vantagistas.
Lembro-me bem de um slogan usado em adesivo colocado em automóveis que circulou bastante naqueles tempos: “Não mude de Itabaiana; ajude Itabaiana a mudar”. Era comum desde os primórdios do município como unidade eleitoral, a diáspora dos “perdedores” com medo das retaliações, que sempre vinham. Uma eterna briga de foice onde aos vencidos não era permitido respeito e sim, no máximo clemência diante de pesadas humilhações.
Infelizmente nossa política sempre se pautou pela característica comum aos bandos. Com suas tradicionais apropriações de “posições”, no caso, cargos e empregos públicos. E não pela política de partidos onde orientações administrativas é que dão o tom. Na política do bando, os grupos rivalizam por posições, como já dito, ou seja, como no tráfico de drogas: por pontos de distribuição. Já na política propriamente dita, partidária, civilizada, a luta é pela imposição de idéias, as mais coletivas possíveis. Cargos e empregos públicos são meros detalhes operacionais.
Em 1989, a maior parte da faixa partidária que assumiu o comando conseguido nas urnas em 15 de novembro de 1988 vinha imbuída do sentimento de partido. Da universalidade. Da fuga daquela nefasta política de bando protagonizada desde a morte de Leite Sampaio, em 1829, nas diversificadas agremiações e suas denominações que, no fundo, permaneciam as mesmas: Conservadores e Liberais (Camundongos e Rapinas), Republicano e Conservador, UDN e PSD, ARENA 1 e ARENA 2, PDS 1 e PDS 2. Infelizmente. Houve lucros; porém, o espectro volveu-se pela rearrumação nos velhos e seculares esquemas com panelinhas se formando de um lado e de outro melindrando o progresso democrático e ferindo de morte mais uma vez o progresso material. Tudo que conseguimos de lá para cá foi mera manutenção da posição de segundo colégio eleitoral (agora o terceiro) do interior e segundo município mais populoso (agora também o terceiro) no interior do Estado. O arranque da primeira metade da década de oitenta desse século próximo passado foi tragado pelo jogo de conveniências do poder central no Estado e sua letárgica forma de atrasar o próprio Estado em detrimento dos “bandos” que dominam a política sergipana e que tambem (para mal) refletem em Itabaiana, fenômeno já notado nas brigas de Leite Sampaio e do Capitão Fontes contra os barões da cana, para darem a Sergipe uma Independência que os ditos barões não queriam.
Vinte anos depois estamos de volta(?) ao desafio. A curta experiência de retorno do grupo que perdeu em 15 de novembro de 1988 mostrou que alguma coisa mudou apesar de alguns recalques; porém, muito pouco. Por outro lado, o retorno que haverá em 1º de janeiro já nada tem a ver com os resultados de 1989. Há uma impressão de cansaço. A jovialidade e seu impetuosismo dão cada vez mais lugar aos arranjos milimetricamente dosados, o que retira cada vez mais a possibilidade de avanços, já que tudo vira mera manutenção. O jovem de 15 de novembro de 1988 já demonstra cansaço. Seus adversários acabam de demonstrar o mesmo, materializado na última eleição... “Ideologia, eu quero uma pra viver”. (Cazuza).



Vinte anos depois. E daí?


“Apesar de termos feito tudo, tudo o que fizemos...”

(Belchior in Como nossos pais)




É inegável que nosso padrão de vida melhorou. Mas nem tanto. E o que o foi, ocorreu pela melhoria geral. Fruto dessa mesma conjuntura geral – e a falta de respostas locais - perdemos cinema, o vigor de nosso símbolo maior no futebol que não consegue se levantar, nossas emissoras consagraram-se, via de regra em meros palanques prejudicando assim uma maior condição de nosso comércio; esportes amadores foram reduzidos quase a pó, e enquanto vimos cidades como a Capital investir pesadamente em qualidade de vida (esporte e cultura para o lazer) nós nos contentamos com porta-malas dos carros de mal-educados a nos ensurdecer com seus malditos decibéis de arrogância e mostração.
Não temos um projeto para Itabaiana já que, via de regra, trabalhamos unicamente pelo emprego de prefeitura ou de governo arranjado mediante politicagem. Como num grande mercadão, nossa perspectiva é ganhar algum dinheiro e ir embora pra civilização. A “velha loba” como costumava chamá-la Sebrão, o Sobrinho, resiste. Graças aos seus resistentes filhos que, por comodismo ou esperança vã apega-se às ultimas conseqüências a algum fio da dita esperança e de que a dita cuja não caia. E ela não cai. Mas sua população de maior poder aquisitivo e intelectual, sempre vai.
Há quem conteste a teimosia do IBGE em não nos colocar na faixa das cidades com mais de cem mil habitantes. Desde 1990 que essa “frustração” cada vez mais se materializa. O crescimento físico da cidade é visível, porém, a resposta está na população rural escorraçada de seus outrora vigorosos sítios pela marginalidade incontrolada com a ajuda da mão de politiqueiros porta-de-cadeia e acomodação do restante do aparato de Justiça. Uma cidade perigosamente entregue ao tráfico que ceifa em torno de quarenta vidas nos seus ajustes de contas todos os anos. Coisa de Rocinha, de Morro do Alemão e outras plagas famosas no Brasil pelo domínio da marginália. Quantos apartamentos, chácaras paradisíacas estão sendo compradas e mantidas com o resultado disso, se não sabe; quantas “garotas de programa” são mantidas por essa indústria também se não sabe; porém, sabe-se que desde 1980 que nossa estatística de mortes saiu da zona da briga de bar, de ciúmes ou cobranças políticas para o ajuste de contas da marginália. A geração de favelas tornou-se corriqueira. Cheias de gente com esperança na vida, mas também recheada de gente que vive da morte.
Nossa capacidade de geração de renda mediante a agricultura esgotou-se. Chegamos ao máximo. Nossos serviços estão longe de atrair gente pra cá já que sua base – a máquina estatal (prefeitura e Estado) – como já dito é mero local para poleiro de sinecuras na troca de emprego por voto. Industrialização como forma de geração de riquezas é coisa do passado; a China acabou com essa possibilidade no resto do mundo.
É, o ex, agora futuro - de novo - prefeito Luciano Bispo continua com os mesmo desafios de vinte anos atrás. Rezemos para que acerte.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Os números


Números da administração municipal de Itabaiana.
Clique na tabela para ampliar.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O "milagre" da multiplicação dos votos.


"Alguma está fora, fora da ordem mundial".

Caetano Veloso.



Como pode o município de Pedra Mole ter 2.353 eleitores (mais aqui) se sua população votante (acima de 16 anos) é de 1760 habitantes?



Obs. Há uma discordância de mais 100 habitantes verificados pelo próprio IBGE na contagem de 2007. Porém, muito aquém dos 593 “faltosos”, em relação ao eleitorado; sem levar em conta que tal valor é relativo à toda a população.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Recompensa.



Amanhã, mesmo que uns não queiram, será de outros que esperam, ver o dia raiar.
Guilherme Arantes, in Amanhã.


Pouco a pouco, Percílio, o “maluco” que alguns anos atrás resolveu domesticar aves de rapina num sítio ao pé da lendária serra de Itabaiana, ainda na região do Gandu, vai colhendo frutos de anos de trabalho, muitas vezes injustamente desprezado por pessoas de visão curta. A chamada de “capa” do UOL, maior provedor de internet na América Latina do dia de hoje bem ilustra a importância de seu trabalho.
Nem tudo está perdido! Ainda vale a pena sonhar.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sujeito cri-cri

É chato ser chato, mas, diante do frenesi criado com a anunciação de nomes para compor o secretariado de Luciano Bispo me vem a pergunta: apenas pelos nomes, muda o quê? Quem serão os operadores – a turma do segundo e terceiro escalões – os que vão estar frente a frente com o povo no dia-a-dia? Quais são os projetos? Isso, sim, me interessa como cidadão serrano. Nomes? Eles vêm e vão. Ao sabor das conveniências ou condições.

Em tempo:
Já vi várias vezes – nos dois principais portais de Itabaiana - a repetição de uma foto da dupla vencedora para a Prefeitura, Luciano e Lurdinha, captada provavelmente num comício. O uso da pose pode ter sido sem maldade alguma, mas que estar a parecer que os dois estão na mira de um assaltante, ah, isso tá. Alerto, pois, aos companheiros de rede - blogueiros, inclusive - que tomem cuidado com determinados cortes em fotografias.

O Monstrumento.

Monstrumento. Ou um monumento à monstruosidade. Perdoem o neologismo, mas é nisso que cada vez parece estarem Prefeitura e Governo do Estado a transformar a unidade de saúde do ex-SESP. É um fecha-fecha interminável. Janela, muros... fecha tudo!

Contra-senso. No mínimo.
Todos os manuais de Saúde Pública da OMS e conseqüentemente de todos os órgãos a ela filiados mundo afora, Brasil inclusive, afirmam da necessidade de iluminação e ventilação naturais em ambientes onde estejam seres humanos. Principalmente os de... Saúde! Ou de tratamento de doentes. Por isso conjuntos habitacionais – financiados e ou fiscalizados pelas agências internacionais (BIRD, ONU, OMS, et coetera.) - são construídos levando em conta certa distância entre as suas unidades (que a malandragem dos politiquinhos brasileiros diminuem no espaço geral para economizar os vinte(só?) por cento da gatunagem). Por isso os hospitais - antes da arrogância tecnológica subir à cabeça dos humanos – eram construídos em locais frescos, preferentemente altos, arborizados e, claro, muito ventilados. A arrogância acima descrita junto com a ganância de lucros e a conseqüente desregulamentação – se não nas normas; mas na prática – levou à instalação de instituições clínico-hospitalares em situações pra lá de desaconselháveis.
Bem, mas a observação aqui é sobre o novo perfil do posto de Saúde do SESP. Estão construindo uma muralha que mais parece para uma clínica antiga para doidos do que para pacientes comuns e atuais. Talvez o tamanho da muralha justifique o investimento de quase meio milhão de reais na reforma de um prédio que custaria possivelmente apenas o dobro disso(muros são sempre pra esconder). Mas o que chamou a atenção deste meio escriba e meio servidor dinossáurico da Saúde é que estão acabando com uma das principais coisas boas do prédio, feita exatamente para adequar-se às normas da OMS: a ventilação. Alguns, menos curiosos ou mesmo menos inteligentes hão de se perguntar por que a “besteira” de ter os engenheiros do finado SESP ali construído aquele prédio com uma base tão alta. Eis a resposta: ventilação. Ninguém; nenhum ser vivo vive sem ar. Por mais computadores, naves espaciais, aparelhos “de saúde” milagrosos que construa. O ar continuará sendo necessário aos pulmões com interrupções máximas de um ou dois minutos e raríssimas vezes. Também o tal muro assassino de ventilação não garante segurança absolutamente nenhuma, se é que é essa a alegação. Todos os manuais sérios de segurança atuais são unânimes em afirmar o perigo que é o cercar-se de muros, criando assim um esconderijo ideal para ladrões mais técnicos se aproveitarem da ausência do dono, especialmente as mais prolongadas. Mas, reclamar a quem, né? Os liberais liberaram tanto que acabaram dando tiros nos próprios pés. Como exemplo a atual enxurrada de quedas de preços de ações nas bolsas de valores. Os governos dos “companheiros” parecem não estar a fim de “contrariar” ninguém. E fiscalização com exigência de cumprimento de normas é o que mais irrita aos da liberdade ilimitada. Enquanto isso sobem monstrumentos, para dar vazão a gastos que deveriam ser investimentos. É o PAC do empacamento de tantas outras obras bem mais necessárias e urgentes num município tão carente. Geração de notas.
Oremus!

Conversa pra boi dormir.

E eis que, enquanto o TRE de Rondônia cassa mais uma vez o mandato de seu governador, Ivo Cassol, por aqui a ainda situação vocifera contra a vitória eleitoral da ainda oposição acusando esta de ter comprado votos nas eleições de 05 de outubro último. Pura maldade. Isso, em Itabaiana nunca aconteceu. Nem de um lado, nem de outro. Aí vem a o foco da acusação: títulos falsificados e eleitores declaradamente alfabetizados que usaram o polegar ao invés da assinatura. Quantos aos títulos falsificados, é outro absurdo. É mentira que havia um exército de cabos eleitorais comprando o que desse pra comprar; e que foi visto gente em pontos estratégicos a fazer tais compras; e que, muitos desses títulos e carteiras de identidades foram magistralmente falsificados e vendidos a otários metidos a espertos que os comprou.
No mais, tro-lo-ló pra deitar falsas esperanças em gente bem intencionada, mas que ainda tenta descobrir o que aconteceu. Já que sempre acreditou em histórias de Chapeuzinho Vermelho.
Se as provas consistentes para tal existir, e vier a funcionar, mesmo que meio incrédulo sou capaz de pagar promessa a qualquer santo em agradecimento pelo enorme avanço democrático que terá havido em Itabaiana.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Baepeba vive.

Seus filhos erravam cegos pelo continente, levavam pedras feito penitentes, ERGUENDO ESTRANHAS CATEDRAIS.

(Chico Buarque de Holanda – Vai Passar).



O aparato anunciado pelo Exército brasileiro sobre exercícios a serem realizados entre 1º e 07 de novembro (veja mais aqui) faz lembrar a logística de invasão e ocupação feita por Cristóvão de Barros em 31 de dezembro de 1590, na Serra do Pico, oficialmente a data da Conquista de Sergipe, e de seu início como unidade política. Baepeba – ou o Porquinho, como a ele se referia Frei Vicente do Salvador (História do Brasil escrita na Bahia em 20 de dezembro de 1627), foi o último grande cacique sergipano.
As Forças Armadas usualmente fazem esses exercícios, todavia, na forma como está anunciado na matéria do Portal Itabaiana-SE, mais parece uma repetição, em forma de treinamento, dos exercícios de ocupação feitos nas favelas cariocas há pouco tempo atrás e que foram fortemente influenciados pelo modus operandum aplicado no Haiti, ora ainda em curso já que nosso Exército por lá continua como Força de Paz da ONU. Estariam as autoridades nacionais alarmadas com nosso endêmico alto índice de violência? Haveria coisa muito mais grossa do que a plêiade de crimes que motivam tantos assassinatos por aqui? Teria isso a influência do bafafá recente onde até armas do alto mercado negro e naturalmente alto poder de fogo foram encontradas?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Em busca do endereço perdido.


Postei ontem - aqui e abaixo – um questionamento acerca de matéria sobre a inauguração de um novo e importante campo experimental agrícola em Itabaiana. Ninguém havia colocado o endereço do dito empreendimento, mesmo que no mesmo estejam envolvidos Emdagro, Universidade Federal de Sergipe e até o G. Barbosa (vide matéria abaixo: Pobre jornalismo pobre). Bem eis que no portal itnet o redator da notícia teve o cuidado de relatar o endereço nas proximidades de um motel. Eu que, tabaréu, não conheço de motel tive que ir à internet pesquisar e eis que encontro o endereço do dito motel: Saída para Moita Bonita, quilômetro 01. Ah, bom! Agora caiu a ficha. O importante empreendimento, salvo erro nas informações do Itnet localiza-se no povoado Tijolão, ladeado por um lado (oeste) pela Moita Formosa, hoje já em parte um bairro; deve estar, obviamente à margem direita do riacho Santo Antonio (antes da fazenda do saudoso Chico de Miguel), e possivelmente próximo do povoado Fazenda Grande, pela sua parte sudeste. Acho.
Continuo a achar – também - que o governo municipal de Itabaiana continua a dever a cobrança feita pelo governo de "Sua Magestade que Deos o guarde", D. Pedro II, o pacífico (o de Portugal; não o nosso imperador) em 13 de agosto de 1704, ao desembargador Joam de Sá Sotto mayor e à Câmara Municipal da Vila de Itabaiana: Um mapa. Um mapa do município para que se saiba (qualquer pessoa, e não apenas moradores locais) em que povoado, rua, estrada etc., etc., se está a pisar.
De nossa lavra - portanto não oficial - uma idéia da localidade. No gráfico acima.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Pobre jornalismo pobre.


Uma notícia positiva(aqui, aqui, aqui e aqui): Itabaiana ganha Fazenda Modelo. Não é a primeira vez; já que tivemos aqui por décadas a Fazenda Grande a cumprir tal papel, mas, vamos lá. O que deixa triste é a pobreza jornalística percebida nas entrelinhas da matéria acerca da informação. Diz lá que a Fazenda está localizada em Itabaiana a 56 quilômetros de Aracaju. Sim, mas, em que povoado? Rua? Estrada?

Esta pobreza na qualidade informativa nos leva a duas conclusões: a matéria nos portais Infonet e Itabaiana-SE, além de no blog do Adiberto é um release; dessas matérias de propaganda que as empresas jogam nos meios de comunicação pra ver “se cola”; segundo, quem fez o tal release sequer tem qualquer noção de onde fica Itabaiana e do que se deve fazer com informações desse tipo, já que, em tese, um município é bem maior do que uma cidade e muito mais do que uma fazenda. Não custaria nada colocar a mais ali: na "localidade de", ou na "Rua X”... alguma coisa com que a nós simples mortais, viventes e torcedores pelo sucesso de nossa terra fosse possível localizar exatamente onde se encontra o empreendimento. Até mesmo porque aí tem dinheiro público, no mínimo de renúncia fiscal. E a isso cabe fiscalização pelo povo; pelos que pagam impostos.

domingo, 26 de outubro de 2008

Ganhou!

Serra acaba de confirmar a reeleição de Gilberto Kassab à Prefeitura de São Paulo. Ele, os maiores jornais, revistas e redes de televisão do país, todos ali sediados; além da FIESP, OAB/SP, ASCOM/SP e outros menos influentes. E, suspeito, também acaba de dar adeus ao sonho de ser Presidente da República daqui a dois anos. O tempo dirá se a velha fórmula ainda terá validade.

Eppur si muove!

Com esta expressão Galileu Galilei, o grande cientista italiano do século XVI vingou-se dos “doutores da Lei” da Igreja que o acusavam de heresia, naturalmente querendo com isso assar-lhe numa fogueira (para limpar-lhe a alma ímpia antes de “ir pro céu”). “Entretanto, se move!” Foi a tréplica do grande cientista ao sujeitar-se a praticamente desmentir aquilo que então ensinava. No fundo, a expressão reconfirmava o que antes afirmava e, temporariamente teve que mentir. Os brucutus que o acusavam, apesar de cheios de tantas leituras eram incapazes de pensar por si só e não entenderam de imediato a afirmação. Quando vieram a entender era tarde. No mínimo soaria ridículo se quisessem retomar o processo. Galileu morreu de velhice e a ciência foi salva de sofrer duro golpe pela ignorância e suas companheiras inseparáveis: malandragem, desídia e arrogância.

Venâncio, Heleno e sanguessugas. E Serginho.

Eppur si muove! Digo eu. Não no tempo e espaço desejado, mas a Justiça, como condição fatal, não falha. De alguma forma ela chegará. Não discuto os méritos de... ou o porquê de tanta gente achar que é possível roubar o dinheiro público e safar-se livremente, sem se questionar, porém, que de alguma forma vai cair.
Sobre os porquês, a corrupção eleitoral é a mãe de todos os roubos. Inicia-se pagando dívidas de campanha até não mais ter controle algum. Em geral, salvo algum muito malandro que intermédia o sistema, todos acabarão como os salteadores, senão atrás das grades físicas, atrás das terríveis grades da insociabilidade, aquela onde o sujeito vive sempre sobressaltado com medo de alguém lembrar “eu sei do que você fez o ano passado!”
Sobre os méritos, só os tolos acham que é possível ficar rico de roubo e não pagar alto preço. Isso quando fica realmente rico. Em geral trata-se de um espírito paupérrimo que acredita “na força do dinheiro” e o máximo que consegue é servir de boi de piranha pro reais malandros; os que nunca aparecem. É aqui que entram os politiqueiros.
Não quero discutir o mérito de, ou o porquê de Venâncio e Heleno estarem encalacrados com as ambulâncias de Vedoin e de Zé Serra (que a Folha de São Paulo e toda a mídia grande de São Paulo – especialmente - esquece completamente nas matérias pertinentes), mas o fato é que o status quo até pode livrar Serra de alguns constrangimentos, mas Vedoin e os venâncios e helenos da vida vão dançar. Aliás, por falar em Serra, ambulâncias... isso nos remete à corrupção na Saúde - o queijo suíço por onde tudo é possível (desde prefeituras a estados e até União) – e aí cabe a pergunta: como andam aqueles processos movidos contra a administração da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe há alguns anos atrás? (mais aqui, aqui e aqui).
Da mesma forma Jose Sergio de Oliveira, o Serginho de Glória, recém-eleito prefeito de Nossa Senhora da Glória não poderá tomar posse e, se o fizer, terá que deixar a Prefeitura assim que o Pleno do TSE julgar a decisão do ministro Joaquim Barbosa. Crime? Trapalhadas com o dinheiro público. Repito, na maioria das vezes a matriz de tais trapalhadas é a corrupção eleitoral que vai desde a compra do título ou voto diretamente à troca por sacos de cimento, dentadura, etc., e etc. O vale tudo. Mas chega o momento em que isso há de bastar. Na última eleição para a Câmara Federal mais de vinte por cento dos deputados sequer se candidataram à reeleição ou candidataram alguém. É caro o voto corrupto. E a conta chega, mais cedo ou mais tarde. Nesse roldão de maluquices e irresponsabilidades nem mesmo os financistas - que esperam quais lobos de dentes afiados a visita de um desesperado candidato - levam tranqüilidade. A qualquer momento poderão receber a visita da PF. Afora a quantidade de dinheiro gasto em propina pra defender-se de outros tipos de urubu: os que militam nas comunicações e na Justiça, principalmente. É coisa de maluco. O preço pago por Venâncio, Heleno e Serginho é o resultante por atos impensados ou mal pensados do tipo: se quero, posso; se posso, faço.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Grande futuro!


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Especulando.

Já que a história anda por aí, vou dar o meu pitaco. Conforme o jornalista Claudio Nunes(ver "Afagos"), os afagos entre Luciano Bispo, seu irmão e deputado Arnaldo Bispo e o pessoal de Déda aponta para ampla possibilidade de enlace político entre eles. Na minha modestíssima opinião, se Luciano tiver juízo fará acordo com Déda e já. Se Déda tiver juízo, fará acordo com Luciano e já. Com a derrota de Maria Mendonça fica claro que é inevitável o ocaso político dos Teles de Mendonça. Com a derrota antecipada dos chapões Alves-Albano em Aracaju, e o avanço ganancioso dos irmãos Amorim sobre quem quer que seja fica claro o ocaso do alvismo em Sergipe. Sergipe deve uma eleição de senador ao ex-governador. Se tiver juízo (e eu acho que ele tem) ocupará sem muita força a vaga de sua esposa. Pro governo do Estado seria o fim antecipado. Aí, no Estado se tende a fazer reagrupamentos em torno de Albano e de Déda com especuladores pelo meio, como sempre. Pessoalmente não sei da extensão dos acordos de Luciano com os tucanos paulistas via Albano com relação à eleição que acaba de ganhar, porém, uma coisa é líquida e certa: Déda se reelegerá e Luciano, com a terceira pior arrecadação municipal de Sergipe só tem a perder – ele e Itabaiana – se continuar na oposição aos governos centrais. Já em relação ao Governador, mesmo que Luciano venha fazer a pior das piores administrações do mundo é improvável um rejuvenescimento dos Teles de Mendonça a ponto de viabilizar um bom apoio nas eleições de 2010. É uma questão de ciclos circadianos. Logo, ao exemplo da dupla Machado-Alves no início dos 80, Déda poderia apostar no nascimento de uma nova liderança – o que é muito temerário dado à exigüidade de tempo – logo, o mais provável é ir com aquele que, mesmo sob desgaste, retornou ao centro do teatro político. Já Maria Mendonça terá votos suficientes para eleger-se, sem apertos, mais uma vez à Assembléia Legislativa. Quanto a polarizar e sozinha dar a Déda uma vitória em Itabaiana é quase impossível. E não seria a primeira nem última vez em que caciques locais brigam entre si mas tem o mesmo norte quando se trata da esfera estadual.
E só um governo feito por idiotas para rejeitar apoios, especialmente os gratuitos ou menos caros. Quem tem que brigar por exclusividade, e portanto pela "pureza partidária" são os apoiadores; não o apoiado.
Em tempo: aos românticos e sonhadores com a possibilidade dos irmãos Amorim virem a querer a Prefeitura de Itabaiana, repito o que disse antes: esta é a terceira pior prefeitura do Estado para se administrar. E emendo: alguém aí acha que Edivan prega prego sem estopa?