sábado, 12 de dezembro de 2009

Mossoró vai bem?

Há a algum tempo atrás o radialista Rosalvo Soares ocupava os microfones da emissora em que trabalhava aqui em Itabaiana para denunciar o abuso dos poluidores sonoros, na época com quartel general entre a Praça Fausto Cardoso até proximidades do Velatório do Cemitério de Santo Antonio e Almas, pela Avenida Ivo Carvalho. Pessoalmente, cheguei a presenciar três carros, potências descomunais de som, virados uns para os outros a competir quem subia mais o nível de barulho. Não era sequer música de péssima qualidade. Era competição de tabaréu endinheirado (ou que se julga como tal), mesmo. Daí ele puxou o velho chavão do saudoso Coroné Ludugero, misto de cantor e ator humorista dos anos 60 que sempre perguntava sobre Mossoró (A carta da véia Filomena, Coroné Ludugero), que no caso nada tinha a ver com a bela cidade potiguar, das terras de Felipe Camarão a quem Sergipe hospedou durante a ocupação holandesa; e sim com um cabaré, um então famoso bordel da capital alagoana.
Bem, volta e meia o abuso aumenta, mesmo já sendo abuso.
Recentemente o próprio companheiro radialista voltou a reclamar através do blog do também companheiro radialista e blogueiro Edivanildo Santana.
Sinceramente, quem põe uma aparelhagem de som aquém da que vem normalmente no veículo desde a fábrica... não quer ouvir som. Quer mesmo é incomodar. É um marginal. Já que contraria todas as leis sobre bons costumes e convivência civilizada.
No município de Itabaiana já era proibido fazer barulho nas posturas municipais de fins do século XIX. Havia horário pra carro de boi trafegar com eixo seco, fazendo aquele som tradicional que os de menos de trinta por aqui não conhecem. Durante o Estado Novo o Conselho Consultivo tinha posturas sobre horário de buzinar (o carro havia acabado de chegar em Itabaiana), bem como de instrumentos de sopro e até o sino do padre era regulado: salvo num incêndio, só das 5 às 22 horas. A Lei 88 de 05 de novembro de 1952; a 236 de 16 de novembro de 1962; e a 371 de 08 de abril de 1970, pra não ir muito longe, todos, Códigos de Posturas, condenaram o abuso de som.
Mas a Lei só não basta. É preciso homem (ou mulher) de coragem, determinação e responsabilidade pra fazê-la cumprir.
Pessoalmente acho que o abuso só terminará, e consequentemente se entrará pra civilidade no dia em que houver confisco. Isso mesmo: pegou som além do tradicional, especificado desde fábrica – feito pra gente normal, não pra loucos ou marginais – confisca sem direito a nada. Sem prejuízo da multa. Do mesmo jeito que se confisca bens contendo narcóticos. Lógico, se está na marginalidade tem que ser tratado como tal. Quem quer carregar um som no carro para uma festa, por exemplo, leva-o como se levasse qualquer coisa; e não como acessório do carro. Como acessório é porque é marginal. Está à margem da Lei.
Ah, pra isso é preciso que alguém aprove tal Lei – que não há impeditivo constitucional algum. Alguém, vereador, prefeito, se habilita?

Direto ao ponto.

Por volta de 1200, com uma Europa mais esfomeada que nunca (ainda não haviam aprendido a pilhar mais distante), Sua Santidade e todos os santos fiéis em nome de Cristo resolveram assaltar em nome da fé, e criaram as Cruzadas. Mas no meio havia alguns honestos que acreditavam piamente em “salvar almas”, mesmo que as deixassem mais leves de bens materiais. Bem, dizem que o Legado Papal, o Abade Arnaldo Amaury, ao ser indagado sobre como distinguiriam entre Hereges e não hereges, ele teria dito: “matem todos; no céu Deus escolherá os seus”.
Guardadas as devidas proporções, situações e ações pertinentes é mais ou menos nessa linha o que impacientemente, a qualquer momento o povo vai dizer da administração Luciano Bispo e da administração Deda – e seus porta-vozes já beirando o cinismo - em relação às clínicas emperradas.
Alguém tá fazendo o povo de moleque.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Fantasmas que assustam. Porque sempre voltam.

Numa noite quente, não lembro se de setembro ou outubro, residindo pelo primeiro ano na Casa do Estudante, em 1975, por volta da meia noite e trinta acordei sobressaltado. Um tiro, dois, três... acho que houve um quarto. Incontinenti, a putada e freqüentadores do Sambão saíram em polvorosa pela Rua Quintino Bocaiúva em direção ao centro. Não demorou e um carro também passou, em velocidade média, com o motorista em atitude típica de quem de nada sabia. Só que dentro dele vinha um cidadão a quem as putas em correria, antes dele, já havia denunciado de ter o mesmo matado um cicrano. O Sambão era um inferninho, um brega que funcionava na saída para Aracaju e Campo do Brito, ao fim da Rua Quintino Bocaiúva, em frente à rótula desta rua com a Avenida Manoel Francisco Teles. Soube que se tratava do fulano porque um colega, também conterrâneo seu, lívido, chegou ao meu lado e disse: Fulano é aquele assim, assim, que passou no carro.
Ah, até onde sei, o Fulano nunca foi sequer denunciado. A história morreu aí. Mas a memória de um garoto de 15 anos permaneceu ocupada, lá num cantinho, com tal cenário.
A Casa do Estudante, na sua seção masculina (tinha a casa das moças, também, onde atualmente funciona a Secretaria de Ação Social), ficava de frente ao SENAC atual, a 100 metros do Sambão.

Sinaes(*) de "Progeço"

Ou, da série: "agora quem manda 'é nóis'!"


(*) Grafia dos tempos de D. Pedro II.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A quem interessa?

Tomei um susto! A cidade não é mais do povo que paga impostos; é de Luciano Bispo. A marca do prefeito, a cor laranja está agora até em vasos sanitários. Coisa pra nenhum Odorico Paraguaçu botar defeito. Quantos votos a mais ganhará Luciano por isso? Absolutamente nenhum. Perderá? Talvez. Afrontando o bom senso do modo como está sendo feito perderá certamente os cinco por cento que realmente são eleitores naquilo que se prega ser o típico de um eleitor. No mínimo a maior parte deles.
Bem, como não acredito em burrice total por aqui, e sim excesso de esperteza que acaba por se converter em burrice, já estou achando que o motivo é outro.
Agnus Dei qui tollis peccata mundi, miserere nobis!
Em tempo:
É um belo cartão postal para uma cidade que está numa rota de turismo, inclusive internacional.
(mas como já disseram por aqui, que aqui a Lei era diferente do resto do Brasil...)