quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Grandes mensagens.

O tema da Campanha da Fraternidade deste ano promovida pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é uma daquelas idéias felicíssimas. Ela vai ao âmago da questão: só existe violência onde falta a Justiça.
Numa terra onde o juiz supremo da Corte Suprema solta um ladrão duas vezes com justificativas pra lá de injustificáveis, só mesmo pedindo a providência divina.
A pergunta básica é: convencerá a Madre Igreja por seus bispos aos seus fiéis ricos a parar de roubar? Somente neste caso haveria melhoria na autoridade de juizes isentos pra prender aos bate-carteiras, aos golpistas um degrau acima; e até a juízes, promotores e policiais que se associam ao crime pra viver acima daquilo que lhes permitem os salários.
Pater coelis Deo, miserere nobis.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Notícia “arretada”.

Notícia colhida pelo blogueiro e radialista Edivanildo Santana junto à deputada baiana Fátima Nunes, PT da Bahia, diz que Ministro dos Transportes teria garantido começar o processo de licitação para asfaltamento da sofrida BR-235, no trecho entre a divisa de Sergipe, logo acima de Carira, até o Juazeiro, às margens do São Francisco. Seria de fato a concretização da estrada tantas vezes sonhada pelos poucos sergipanos que pensaram estrategicamente desde Tomé da Rocha, mas que nunca foi além de fato de chegar até Jeremoabo.

Estrada real da perseguição.

Já no início do século XVII a estrada, de verdade apenas uma trilha, foi aberta entre Sergipe d’El-rey (São Cristóvão) e o São João do Jirimuabo, passando pelos lugares onde seriam depois plantadas as hoje cidades de Itabaiana e Carira, e, entre outros, os povoados de Alagadiço e Tanque de São Mateus, além do Cipó de Leite, já na Bahia. Foi ela durante quase dois séculos o meio de entrada dos capitães do mato na perseguição a todo o tipo de gente que se refugiava na caatinga, desde perigosos assassinos e ladrões a gente do povo que fugia da servidão nas fazendas próximo do mar. Ao menos nos seus primeiros tempos, e até o Jeremoabo, foi a estrada usada por Fernão Carrilho na caça a negros fujões das fazendas, e a índios para servirem de marinheiros na Real Marinha Portuguesa.
A trilha ampliou-se atravessando o raso da Catarina até chegar ao Registo do Joazeiro, local onde se contava as boiadas que vinham do Piauí, assim que atravessavam o São Francisco em direção a Salvador. O Registo, obviamente, é hoje o Juazeiro do inventor da Bossa Nova João Gilberto. E da pop star Ivete Sangalo.
O projeto de uma estrada federal saindo de Aracaju e chegando a Porto Nacional, então Goiás e hoje Tocantins, apenas se concretizou pra valer dentro de Sergipe. Como de praxe, ao menos até o Juazeiro, seu traçado segue a tradição da outra anterior que também nunca deu certo.

A nossa BR

Está certo o deputado federal itabaianense José Carlos Machado ao insistir na duplicação da dita BR desde o trevo com a BR-101 até Itabaiana. Está horrível e muito perigoso viajar a certas horas de pico pela mesma, dado o número de viaturas em trânsito. Todavia, se tiver de escolher, é melhor seguir as intenções de seus colegas baianos. Vale a pena lembrar que estradas são para o povo de Itabaiana como veias por onde corre o vital sangue. E foi o pequeno trecho daqui até o Jeremoabo que primeiro nos fez respirar com força ao entrarmos para a era do caminhão. E hoje, parte da riqueza que por aqui transita já é produzida na beira do Velho Chico, inclusive nos campo irrigados do Juazeiro e Petrolina. Será a redenção do norte baiano e a consolidação itabaianense.

Os "avuados"(*).


“Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! Não verás nenhum país como este!”

OLAVO Braz Martins dos Guimarães BILAC.

Os versos acima, uma clara exortação ao patriotismo; ao amor ao lugar que nos viu nascer, não passou sequer ao longe dos pensamentos dos vereadores de Itabaiana, da última legislatura (quase todos reconduzidos na atual), nem mesmo ao supostamente mais culto deles, o PROFESSOR João Cândido Sobrinho, quando aprovaram o fim da última réstia de homenagem a um personagem VERDADEIRAMENTE histórico e importante na construção de nossa Itabaiana: Simão Dias Fontes, traduzido por Francês pelos primeiros escribas a tentar ler as cartas de sesmarias de 1600 dadas em Itabaiana.
Foi aprovada em 14 de agosto de 2007, quase às escondidas, a Lei municipal 1.236 que anula a Lei Municipal 473, de 06 de Abril de 1976, que denominava a rótula recentemente ajardinada ao fim da Avenida Carlos Reis com Percílio Andrade, de Simão Dias.
Os politiquinhos de Itabaiana são interessantes. Sebrão tascou uma tal de Rua General Valadão na tradicionalíssima mais antiga via de Itabaiana, a Rua do Sol. E pra quê? Adivinha?... Advinha o que era o dito general na época?
Foi ainda da influência de Sebrão e de seu grupo batizar a Praça da Matriz de Fausto Cardoso. Talvez para amenizar a dor de consciência por ter deixado sozinho em hora gravíssima o neo-coroné, brilhante advogado Fausto Cardoso a tombar pelas balas assassinas nas brigas de coronéis da segunda década do século passado. Pra puxar o saco do alto-coronelato da política nacional batizou a nascente Praça no lugar da antiga rua da tenda de Pinheiro Machado. Tão logo este caiu em desgraça - e também o próprio Sebrão - e outro “puxa”, Silvio Teixeira, ignorou toda a história de Itabaiana e mudou o nome da dita praça pra João Pessoa, herói de fumaça gestado na intensa propaganda pro-Getúlio da década de trinta.
Somente com Euclides Paes Mendonça é que Itabaiana passa a homenagear seus filhos. Por total decrepitude intelectual e conseqüente desconhecimento de seu passado, somente aos novos.
Tomaram gosto pela coisa e atualmente nomeações de logradouros não são coisa de reconhecimento histórico e sim, moeda de troca por voto.
(*)Apátrida, sem juizo, banda-voou, ganancioso, irresponsável, desraigado, sem amor a nada, etc.