sexta-feira, 15 de abril de 2022

"FAKE" IDEIAS

 

Charge (Guariba) meramente ilustrativa
 

A mídia nacional, via de regra é colonial. A cobertura da guerra na Ucrânia, que com polos contrários repete a intensidade a da guerra no Iraque é a prova disso. Tenho visto muita gente razoável e até cabeça, a perder a cabeça quando se refere ao conflito na Ucrânia, dado a gigantesca massa de informações semi ou totalmente distorcidas, de um lado só.
Como colonial nossa imprensa não cria nada; copia e reproduz acriticamente tudo que pega. Meros boletins. Um parêntesis: copia e reproduz quando se trata de material estrangeiro. Quando nacional, apimenta se vindo pelo estrangeiro, ou, maioria das vezes é emissora do fake news, mesmo.
E assim chegamos à palavra da moda: feique níus.
E o que é fake news mesmo? Simples: a tão conhecida notícia falsa; mentira, aleive, calúnia, injúria, filadaputice. Agora “sob nova direção”.

"Três anos de governo, Senhores deputados, é também duração excessivamente longa e martirizante para se suportar com paciência, calma, tolerância e coragem, as injustiças dos maldizente, as calúnias dos despeitados, as injúrias dos malandrinhos, e tudo se sofrer dentro da observância estrita de Lei, sem dela uma só vez exorbitar.” (MENSAGEM apresentada à Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe, na instalação da 2ª Sessão Ordinário da 10ª Legislatura pelo presidente do Estado, Exmo. Sr. José Rodrigues da Costa Dória. Aracaju, Tipografia d"O Estado" 1911, p 15).

O desabafo do governador Rodrigues Dória, ilustra bem o inferno que é para alguém viver com a produção industrial de maledicências, que, a bem da verdade é o que produz jornalecos ou sessões da grande mídia. Isso, seja hoje, seja em 1911 ou 1835, como observado na narrativa de viagem de naturalista inglês ao Rio de Janeiro e Minas Gerais. (1833-1835), Cap I. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol, 62, p.40, Rio, 1930:
“O redator de um dos jornais inferiores, homem de caráter notoriamente mau, tinha publicado uma série de calúnias atrozes contra o regente Lina e sua família (...)”

Ao fim da narração do episódio ele narra o também estúpido assassinato do boquirroto por irmão do regente e sua absolvição por falta de testemunhas.
Em tempo de controle da palavra, onde quase todos apenas se expressava a poucos, os jornais, e logo a seguir o rádio e a TV passaram a exercer um papel crucial na propalação de opiniões, quase nunca louváveis; veneno puro; porém, quase sempre com algum controle.
Na área há 40 anos, eu já vi coisas do arco da velha. O que existe na atualidade, em verdade é a sensação de perda de poder. Por aqueles que sempre se propugnaram por uma conduta ética e moralmente equilibrada; mas também pela maioria, de meros locatários da palavra para espalhar veneno aos quatro ventos; caluniar, difamar, denegrir; enfim, mentir diuturnamente. É que, especialmente o enorme grupo de mentirosos profissionais ganhou milhões de concorrentes com o advento da internet e especialmente das redes sociais.
E está difícil de repetir com êxito as recomendações de 4 de setembro de 1811, do Conde de Linhares, do gabinete real, na corte do Rio de Janeiro, ao Conde dos Arcos, governador da Bahia (ainda com Sergipe) para apreender uma prensa e duas caixas de tipos, embarcadas em Londres no navio Americana, destinadas ao Rio de Janeiro, denunciado pelo embaixador português em Londres (ANB-Rio, vol. 68, p176, Rio de Janeiro, 1948).
Logo, que faça imprensa séria quem puder; assim como salve-se das “fake news” quem puder.
A imprensa, ou mídia genericamente falando continuará ATÉ falando a verdade; mas é da sua natureza mentir.
É extremamente necessária; mas nada do que se leia, ouça ou assista deve ser tido como verdade absoluta. Nada.
Sem ela... é a tirania. A ditadura. Com ela? A necessidade de o máximo de cuidado.


quarta-feira, 13 de abril de 2022

O LADO ESCURO DO IDENTITARISMO.

 

A Alemanha suportou inflação de 25 mil cento, humilhações pós-Primeira Guerra, etc.; mas tudo veio abaixo quando tudo isso se juntou ao que para o cidadão médio significou as violentas quebras de costumes. A partir de 1935, imigrantes, os grupos identitários estavam em fuga ou em fogo: dos fuzis e dos crematórios. Selvageria.
 

A identidade é fator intrínseco ao ser humano. Por extensão, sua família, seu grupo parafamiliar, seja ideológico ou não, sua cidade, região, estado, nação; a identidade tem de existir. Do contrário, não passa de um indivíduo, inseguro e presa fácil dos próprios medos e de ameaças externas à sua própria existência.
A civilização é justo um mecanismo de sobrevivência macro, onde o ser se apoia em regulamentos ou convenções de grupos pluralizados, que se protegem; uma falange em quem os indivíduos se completam uns aos outros, em todos os momentos, gerando proteção geral e garantindo a sobrevivência.
Porém, quando grupos temáticos começam prevalecer prioritariamente, condenam-se eles e aos demais à extinção. Seja por aridez, esterilidade, improdutibilidade de suas ações limitadas e circunscritas a seus interesses reduzidos, naturalmente não absorvidos pelos demais; seja por naturais contrariedades destes. Questões até de vaidades. Daí a necessidade da política e dos seus agentes – os políticos - limitados nas suas ações por códigos de conduta, implícitos, através da educação social e seus efetivos costumes; e por explícitos, mediante leis e sistema de efetiva aplicação destas.
Sem os mediadores políticos a sociedade está perdida.
O Estado, que engloba todo o arcabouço é imprescindível e inevitável. Se um Estado é dissolvido, ou cai em desconfiança generalizada, gera insegurança e imediatamente outro, de qualquer natureza, até mesmo bandido assume o lugar. E aí, a sabedoria: o Estado não pode ser enfraquecido. Para evitar assaltes a seus tesouros.
O Estado é uma maldição/benção humana; mal necessário, eternamente. Sem ele está tudo perdido. Por isso não pode ser segmentado entre bandos ou grupos temáticos, sejam eles a princípio cheios das melhores intenções e projetos ou meros tiranecos a quererem abiscoitar o poder para suas restritíssimas finalidades.
A forma mais clássica de enfraquecer um tecido é desfiar-lhe fio por fio até que venha o grande rasgão. Irremendável. Numa nação, se a divide ocultando, sublimando todos os interesses gerais para concentrar-se nos mais egoístas, individualistas dos grupos temáticos que, mesmo que venham demonstrar zelo político pelo tema geral, isso mais servirá como justificativa dos antagônicos e respectivas resistências a qualquer formato comum, a bem de todos. São grupos condenados a vitórias mínimas ou nem isso; mas fator de derrota geral. Males necessários, portanto até certo ponto toleráveis; mas sempre mais males.



Políticos como meros bonecos.
Tem sido missão da banca, dos financistas, há dois séculos: substituir os Estados acabando com sua alma – os políticos – e deixando seu corpo íntegro, gerido por burocratas robotizados, os Boris Johnson da vida.
Começou justo pela Inglaterra, onde a ascensão da Alemanha, fornecendo poupança, e dos Estados Unidos fornecendo investimentos e a armas deu segurança ao sistema. Enquanto isso foi tomando a periferia mundial, a começar pelo Brasil, em 1822. Depois continuou no entreguerras (1918-1938) com o medo do sucesso momentâneo do projeto soviético; a seguir explorou o medo americano até também tomar a maior nação do mundo em 1972. Impressiona até hoje as imagens de um agricultor íntegro - Jimmy Carter - na presidência americana esboçando a todo o momento seu ar de impotência diante do descalabro financista que já dava seus primeiros passos de definitiva tomada do poder. Em 1990, com finalmente o colapso do regime de Moscou veio a vitória total. E a promoção “científica” do identitarismo mundo afora, deslanchou, sem gastar um tusta a mais, já que o sistema esteve o tempo inteiro no comando da imprensa mundial.
Como nada é para sempre, e como não se esconde rato deixando do fora o rabo, destruíram o projeto soviético, mas acordaram um dragão que dormia há um século e meio, vomitando fogo a três por dois.
O exacerbamento desse caldeirão de movimentos temáticos, especialmente os identitários – logo centrados, egoístas e estéreis - tem produzido medo nuns, desmobilização noutros e reacionarismo doentio em quase um terço da população, onde a imediata vítima foi a política partidária, mas que não para aqui. Como dito, “A cadela do fascismo está sempre no cio”.
E esse grupo, o do fascismo, mesmo não englobando todos os outros, mas, empoderado é muita vezes maior.
Ah, o fascismo não é política; em contrário, é a negação dela. Por espertalhões e pelas legiões de desesperançados, apressadinhos ou preguiçosos que pensam ser possível a omelete sem ovos; a vida social sem dar trabalho.

terça-feira, 12 de abril de 2022

ESQUERDA BURRA.

Com uma esquerda burra como temos, Bolsonaro será reeleito, talvez no primeiro turno.
Imagina que a esquerda segue pautada pela mídia - TODA ELA não só de direita como golpista - especialmente certo setor da esquerda que faz a comunicação.
Hoje, 12 de abril, mais uma vez, a esquerda escandalizando - umas cinco referências, já li - "às grosserias" do Presidente ao responder a questionamentos inapropriados, de forma direta; sem subterfúgio.
Do modo como falou, todas as pessoas desprovidas de paixão irracional vão tolerar; e até achá-lo honesto nas referidas respostas. Quanto aos bolsomínios, a esses, uma bufa de um pós-cervejada com caranguejo do “chefe” é perfume de rosedá. Qualquer cousa é “mitológica”.
Essa técnica de escandalização de qualquer coisa foi e é abusada pela mídiazona, sempre a acusar a esquerda, ou nas escaramuças entre 'coronés', e funciona; com a esquerda é diferente.
A esquerda não tem cacife para impor uma mentira. Precisa ser inteligente. Não apenas douta, mas sábia. Usar o sistema alternativo COM SABEDORIA.
É proibido à esquerda ser burra. Ou será por toda vida mera mula da direita.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

O PODER DA ESCRITA

 


A semiótica americana é fantástica!
Nos anos de 1980, aproveitando o enfraquecimento do império soviético que sofria de baixo QI na sua elite dirigente quase toda, especialmente os maiores, com excesso de diplomas e carência de tirocínio político; e com duas providências fatais, quais sejam o aumento da propaganda anti-soviética e a introdução de um papa visceralmente anti-soviético – o polonês Karol Wajtyla – finalmente “o Ocidente conseguiu lançar por terra o regime que a tantos ricos aterrorizou. Mas foi durante os anos 80, de fato desde que a banca assumiu completamente o controle político mundial, 1972, obviamente terceirizando os maus momentos aos políticos tradicionais que a propaganda foi às alturas com o noticiário de ameaça do “terror soviético” e sua terrível máquina de moer gente, numa guerra nuclear e também na convencional.
Além do noticiário contaminado, teses acadêmicas aterrorizantes, filmes, livros, tudo fez parte daquela ideologia. Não deixou de contaminar a música pop mundial e até a nossa MPB: bandas e cantores de rock, como a alemã Alphaville e sua belíssima Forever Young (jovem para sempre), Zé Ramalho, com sua Canção Agalopada e a banda RPM, com Alvorada Voraz, entre dezenas de outras compuseram a trilha sonora da segunda metade da década de 70 e toda a década de 80.
Em 1991, o comunismo soviético – o que então interessava – acabou. E para louvar os novos tempos vem mais uma vez belíssima, triste, melancólica e geradora de incertezas Wind of Change (Vento da mudança), da também banda alemã Scorpions. Já nas artes cênicas desapareceu a enxurrada de filmes de fim de mundo de verve política para dar lugar à sectária, egoísta, limitante ideologia identitarista, muito mais controlável pelo sistema. A começar pela simpaticíssima ecologia: tema real e preocupante, mas devidamente sempre orientado para se nunca resolver, exceto o problema de caixa das empresas que passaram a lucrar caudais de dinheiro.
Corte rápido, os saudosistas e teimosos catastrofistas continuaram a produzir maravilhas que foram colocadas no fundo das prateleiras, mesmo contando com estrelas de primeiríssimas grandezas. Contudo, agora com a aterrorizante Besta do Apocalipse – a Rússia de Putin – de volta, convenientemente as prateleiras foram remexidas a retornam à baila para reforçar os boletins diários de terror, entre nós magistralmente interpretados pela grande portavoz americana em terras de Santa Cruz: a Rede Globo de Televisão. Claro que também pelos meios caudatários.
Antes de ontem assisti O Livro de Eli.
Dentro do gênero “terror de fim de mundo. Fantástico. De 12 anos atrás, porém reapresentado pela Netflix; à altura de um sempre excelente Denzel Washington, protagonizando Eli, espécie de mensageiro da palavra – toda a Bíblia – onde, mesmo finalmente assaltado por um pobre Carnegie (Gary Oldman) cego pela ambição do poder, decorou cada versículo de cada capítulo de cada um dos livros... escrito em libras. Logo, inútil a qualquer pessoa comum como o Carnegie. Que só tem força. E o mais interessante e que depois de restar aparentemente sem nada, ajudado por uma fã ocasional (Mila Kunis), Eli chega a seu destino, no ilhéu de Alcatraz onde o milagre da escrita e da sua proliferação do fantástico conhecimento está de vento em popa por um velho livreiro e sua tipografia.
O renascer grandioso da civilização, proporcionado pela imprensa e sua democratização de conhecimento!
Dá muito o que pensar, o filme.


domingo, 10 de abril de 2022

PLANETA GANÂNCIA

Restrições e mais restrições na rede. A internet, que já foi uma anarquia só, de tão livre que foi na primeira década deste século ganha cada vez mais ares de ditadura.
Visivelmente estão aplicando descaradas extorsões ao usuário; delas até imperceptíveis. Mais as restrições de fundo ganancioso: pagou pelo "serviço" tem passe livre; não pagou acostume-se com os inúmeros bloqueios, especialmente nas chamadas redes sociais.
Plataformas de streamings que prometeram mais, já começam a entregar menos. "A não ser que...".
É assim: prometem um canal, acessível até cinco ou mais usuários e, quando percebem certa fidelidade aí começam os esquemas de puxões de tapete. Desde as restrições do número de usuários a até mesmo de conteúdo, e especialmente espacial. "a menos que..." (fazemos qualquer negócio).
No YouTube tá uma gracinha, como diria a Hebe Camargo.
Depois de vasculhar nossas vidas (até as fotos de nossas casas hoje têm em seu banco de dados) agora até para se ver clips antigos, por vezes de cunho amador tá um inferno de tanta propaganda convencional dependurada. Mesmo vídeos particulares, que rodaram por dez anos livremente na plataforma agora virou artigo "financeirizado", com múltiplas propagandas: você começa a assistir e meio aparece um bloco de dois e até quatro propagandas, por vezes sequer sem o recurso do “pular anúncio”.
A ditadura profetizada por Aldous Huxley começou para valer.