segunda-feira, 30 de outubro de 2017

QUANDO BATE O DESESPERO: ALBANO PRA GOVERNADOR! URGENTE!

Os números do Anuário Brasileiro da Segurança Pública são desalentadores: meu pequenino Sergipe, aparentemente o melhor estado para se governar, com seus menos de 22 mil quilômetros quadrados e pouco mais de dois milhões de habitantes, com um terço disso na Grande Aracaju... está um caos em matéria de segurança. A capital, Aracaju, 66,7 assassinatos por cada 100 mil habitantes, é a capital mais violenta do país, e o estado corrobora estes números sendo o mais violento também do país com 64. Completa falência do Estado. Quando o Estado, que é o mantenedor da ordem é confrontado por Estados paralelos que demandam tal nível de desordem é porque o Estado deixou de existir. Nada justifica uma violência dessa, exceto a completa falência do Estado; de sua capacidade de comandar, de impor a ordem e a justiça. As justiças se não fazem, como alertava à rainha, D. Maria I de Portugal, o ouvidor-mor, Magalhães Paços no distante ano de 1799.
Quando se analisa os números coletados desde 1979, o primeiro ano do governador Augusto do Prado Pimentel Franco e também o primeiro da Anistia Política “Geral e Irrestrita”, ainda dentro do Regime dito Militar, e o que se descortina sobre 2016, muitas leituras se pode fazer, mas a principal dela é que o Estado vive sem o devido comando já há algumas décadas.
O gráfico aqui presente foi pacientemente construído com dados do Datasus, conforme as taxas de homicídios verificadas em cada domicílio, município a município, ano a ano e o que se depreende é que, uma vez terminada a Ditadura, o afrouxamento da segurança cada vez maior nos trouxe a este estado.
Os números da violência em Sergipe explodem, pela primeira vez no primeiro ano do segundo governo de João Alves Filho, um governo fraco, marcado pelo Acordão. Foi o tempo do “A Missão”, grupo de extermínio criado dentro da Polícia Militar para simplesmente matar supostos ladrões de gado. Um escândalo que abalou o estado internacionalmente trazendo a Anistia Internacional pra cá, o que significou fechamento da torneira do dólar das agências mundiais de fomento. E, com o país em descenso pelas agruras do governo Collor, governo federal também enfraquecido, 1991 cravou um crescimento de homicídios no estado, de estratosféricos 151 no ano anterior, para 317. Aumento de quase 110 por cento. Mas o pior estava por vir: 461 assassinatos em 1992, aumento em relação a 1990 de 205 por cento. Em 1993 manteve-se altíssimo, mesmo com queda pra 312 casos, voltando a subir em 1994.
O escândalo do A Missão, todavia, ao fechar a torneira do dólar do fomento mundial acabou por criar o milagre da recivilização forçada e, ao tomar posse em 1995, o novo governador, Albano do Prado Pimentel Franco levou consigo o advogado e membro da Anistia Internacional Wellington Mangueira. Mangueira instituiu um programa de redução de violência que, se em 1995 baixou apenas para 255 casos, em 1998, seu último ano como secretário de Estado da Segurança chegou aos 175 assassinatos ao ano, ainda bem acima dos 151 do último do último ano do governo Valadares, em 1990, e o dobro dos cinco por cento preconizados como aceitáveis pela OMS, mas quase um terço do festival de assassinatos do governo anterior.
Mas o que é bom dura pouco; e, ao não retorno de Wellington no segundo governo de Albano, o clima de inferninho, de cafua em que o estado foi transformado com as chamadas privatizações e suas compras de votos, e também a insegurança política e econômica do país, mais uma vez a violência explodiu e nunca mais parou de subir. Porém, a coisa ficou completamente descontrolada com os fracos governos Deda/Jackson Barreto. Do segundo governo Albano até a primeira metade do primeiro governo Deda, os números se mantiveram na estratosfera; com o esfacelamento político do governo Deda, a partir de seu terceiro ano de mandato em 2009 a espiral se descontrolou completamente, atingindo o primeiro ano do governo reeleito de Jackson Barreto, 2015, a soma de 1302 assassinatos no estado. E, segundo o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, 1.449 no ano passado. De dez assassinatos por cem mil habitantes em 1998 para 64 por cem mil no ano próximo passado. É guerra pra ninguém botar defeito.
E os números podem ser piores; haja vista que, o que o sistema de saúde colheu como 1302 casos em 2015, o Anuário Brasileiro da Segurança Pública deu como 1.286.
Obviamente que essa matança toda o é pelo livre trânsito das gangues. Não se trata de briga de bêbados, de esquentados torcedores de futebol ou brigões no trânsito, muito menos de maridos encornados; são acertos de contas de quem não tem como ir à justiça cobrar uma aposta de jogo do bicho não paga, ou um papelote de cocaína ou mesmo pedras de crack não devidamente ressarcidas. Crime! Crimes que desaguam noutros crimes, que realimentam outros e que corrompe a sociedade.
E não adianta se entocar em shoppings, condomínios, praias privês... uma hora tem que botar a cabeça fora. E na hora que botar, bala não reconhece status social.
Bem, pela experiência pregressa, só voltando Albano Franco junto com Wellington Mangueira pra ver se se bota alguma ordem nessa zorra.