sábado, 5 de setembro de 2009

Fluidez

É, até que melhorou o trânsito no centro da cidade. Hoje pela manhã, sábado, hora de pico, salvo os baderneiros ou descuidados de sempre (como na foto), o trânsito fluía tranqüilamente por todas as vias que circulam a região da feira livre, inclusive nas sempre tumultuadas Campo do Brito e São Paulo. A quantidade de desafios é enorme. Na mesma Campo do Brito há uma construção tomando o leito da rua (além de cem por cento da calçada) há meses. E se andarmos um pouquinho pela cidade, veremos que a faixa de pedestres – o passeio público – continua servindo de terreiro de sítio(*), aquele apêndice comum nas casas de sítio onde antigamente se brincava de roda, acendia a fogueira no São João, se amarrava o cavalo, ou se deixava o carro de boi, etc., mas, como diz Leide Keite (personagem do Zorra Total da Rede Globo, a perfeição do novo rico: endinheirado, mal-educado, arrogante e prepotente) “bom, bom, bom não tá não! Mas tá bom!”




(*) Vamo vadiá, no meu terrêro; a cas'é minha, eu comprei cum meu dinhêro" (refrão de brinquedo roda comum até a década de 60 em Itabaiana).

Vinte anos depois

O primeiro caminhão coletor de lixo apareceu por aqui em 1953. Era um caminhão simples, numa época em que a cidade era pouco maior que todo o Bairro da Torre. Assim continuou, apenas aumentando as unidades. Em 1989 a Prefeitura adquiriu um caminhão coletor compactador que deu visão nova à administração. Eram tempos de esperanças, aqueles. Infelizmente, em 1996, ao apagar das luzes do governo de João de Zé de Dona um grave acidente matou gente e tirou de circulação o já velho caminhão compactador e voltamos aos tempos dos caminhões espalhadores de lixo. Notifica a Prefeitura (aqui) que agora retorna o serviço mais qualificado na coleta de lixo. Menos mal

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Udenismo velho de guerra.

Uma das características da UDN nos anos de chumbo contra Getúlio Vargas - que acabou por levar este ao suicídio - foi a sobrevalorização da honestidade, da moral e da ética, buscando colar nos adversários de esquerda e de centro a pecha de ladrões, enquanto seus membros, protegidos pelos tribunais e pelas redações deitavam e rolavam. Cá pra nós, a coluna de Diógenes Brayner em que tece um enorme rosário de elogios ao advogado Emanoel Cacho, como hipotético candidato ao Senado (aqui) enquadra-se perfeitamente no figurino da velha UDN, ora reencarnada como PSDB-DEM-PPS-PV. Mas é bom a neo-UDN não abusar. A notícia hoje não é mais exclusividade de redações viciadas. Um simples celular é um potente editor e publicador de notícias. No mínimo haverá um monte de estraga-prazeres a contestar com reproduções documentais e tudo.

Onde está a honestidade?

Certas perguntas se não faz. Em cocô se não mexe, pois, quanto mais mexido mais o desgraçado vai feder. Também se não pode dar a idéia de idéias cara-de-pau. O crime sofisticado se nutre de silêncio e nele se consolida; não da defesa do indefensável. A PF pegou Flávio Conceição e mais alguns. É fato! O que vai dar disso, é outra história! Agora essa de estar – com vem fazendo muita gente da política e do jornalismo-mula sergipano – tentando o “empurrismo”; de tentar fazer de conta de que é tudo intriga da oposição (leia-se “esse governo do PT”), aí não dá. Cinismo tem limite. Que me roubem! Mas pelo menos mostrem algum respeito.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A vingança de Baepeba

Quando Cristóvão de Barros invadiu a Itabaiana atrás de Baepeba, no seu último refúgio, toda a área além do Recôncavo baiano era conhecido como Arabó, cuja palavra o português aleijou para urubu(vem daí Cocorobó, Cabrobó, etc.). Por anos, mesmo depois da conquista, Sergipe foi conhecido como Sertões do Urubu de Baixo, depois perdendo o “Urubu” e ficando apenas como Sertão de Baixo. O urubu era então uma ave respeitada; a nossa águia. Esculacharam a pobre ave a ponto de que a tudo quanto é ruim hoje em dia, vem logo a exclamação: “Ah urubu!” Pois bem, furando o cerco de desmoralizações, e até mostrando o racismo resistente, o urubu albino que Percílio arranjou para o Parque dos Falcões, e que depois roubaram, virou notícia, (até internacional) merecendo primeira página no Uol de hoje(aqui). E não é que a velha ave altaneira dos primeiros habitantes do Brasil virou celebridade?

Rio São Francisco - Dinossauros: soltos ou presos?


Essa pedenga sobre vazão do São Francisco, de tanta futilidade e manipulação de otário que existe sob e sobre o tema, parece até uma enquete que houve na TV há anos atrás, salvo engano no programa do Faustão. O apresentador perguntava sobre se os dinossauros deveriam ser criados soltos ou presos. Ganhou de goleada a opção de criar os dinossauros soltos.
O pior é que João Alves Filho na sua “cruzada santa” em defesa do velho Chico conseguiu fazer-se importante nesse tema, trazendo prejuízos eleitorais ao PT e a Lula, especialmente. E pior ainda é que tem gente séria que consegue acreditar em revitalização do rio (sequer sabe das condições anteriores para comparar), achando que é possível isso e manter a oferta de energia que o velho Parapitinga, ou rio do sumidouro, ou dos currais, nos oferece. Como o ex-governador adora.
Nunca o governo brasileiro vai resolver o problema de retorno das cheias sazonais rio abaixo, depois de Sobradinho; logo, o discurso fluminense de João sempre será fulminante e atual.
E, na inevitabilidade, até Deda já compra o assunto.

...
A gravura acima mostra o que era o rio de São Francisco em 1645. Basta ver o exército de Maurício de Nassau, governador holandês em Pernambuco, invadindo Sergipe atravessando o rio a pés. Para ver a gravura em tamanho maior clique aqui: Biblioteca Nacional de Portugal.
Pos-edição: ao contrário do que foi explicado acima, Frans Post representa nesta gravura, não os soldados holandeses a atravessam o rio, mas a fuga por este de Henrique Dias e demais componentes do destroçado exército de Mathias de Albuquerque, depois de deixarem Porto Calvo, em fuga por terra para a Bahia, em 1637.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Efemérides

309 anos, é a idade que completou hoje, 02 de setembro o primeiro cartório de Itabaiana, dado como presente a João Manuel do Cabo pelo Rei D. Pedro II, O Pacífico, aos dois de setembro de 1700, em agradecimento ao seu trabalho de guia no retorno para Portugal da Rainha de Paz da Inglaterra e Holanda, viúva, e que veio viver seus últimos dias em sua terra natal. O casamento da dita rainha foi um dos preços pagos por Portugal, nos apoios na luta pela sua independência da Espanha, em 1640.
O primeiro cartório de Itabaiana é o hoje conhecido como de 2° Ofício.

Correndo risco.

O vereador Arivaldo de Rezende, o Vardo da Loteca, em nossa modesta opinião está deitando falação sobre um assunto que ninguém mais do que ele conhece, mas, que manda o bom senso, é melhor manter a “omertá”, o código implícito de silêncio mantido pela irmandade criminosa da Sicília(mais aqui). Todo mundo sabe que existe jogo do bicho e muitos, mas muitos mesmo nele jogam. É uma cultura. Porém sua existência marginal serve exatamente aos propósitos da corrupção política e policial. A política tem ali o manancial de dinheiro “não contabilizado”, pronto para uso em tudo quanto é trapicola; e os setores supostamente de segurança e da Justiça, como caixa dois, para manter em vida de marajás a simples funcionários de Estado, às vezes já bem pago por seus cargos. É o vício das propinas da era feudal do Brasil colonial. Quanto mais miserável o lugar mais comum é a resistência dessa prática. Mas Vardo é um vereador; uma autoridade. Se apertar muito vai acabar tendo que provar o que diz, o que jamais poderá, mesmo que provas materiais as tenha. Também o vereador está a misturar interesses público com privados na sua “cruzada santa” pessoal contra o sub-tenente Melo. Não vai dar certo. Mesmo que venha a haver qualquer modificação na SMTT, quem mais acabará perdendo é Vardo. No mínimo vai ter que aumentar a “verba de representação”.
A menos que o vereador queira ser um mártir tal qual Lampião e outros menos famosos, é melhor acabar com essa retórica, porque, se isso fosse para “ter jeito” já teriam no mínimo legalizado o jogo do bicho. Se não legalizaram é porque o mesmo continuará servindo para gente da segurança e da Justiça fazerem seus investimentos. "Apês" de altos preços, carrões hollywoodianos, chácaras paradisíacas... ou/e manterem duas ou três mulheres extras com pensões que não mais acabam. Ou ainda políticos em geral terem um caixa dois perfeito pra pegar dinheiro e torrar na compra de votos.
Não é pra resolver. Vardo “está a atrapalhar os negócios”. Vai acabar perdendo o mandato, porque está misturando as coisas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sem medo de ser feliz.

O governo Deda volta à carga com a história do “canteiro de obras” e aponta para Itabaiana a construção de uma quadra poliesportiva. É muito pouco, Governador!
Como sugestão:

- Que tal um super-projeto de revitalização da bacia horti-frutigranjeira do Projeto Ribeira? Caberia aqui o asfaltamento das estradas estaduais... a que sai do Rio das Pedras, em Itabaiana, ao menos até o povoado Cajueiro, em Areia Branca; e a que sai do Gandu II até a Ribeira (tudo, 22 km, incluindo o acesso ao povoado Cajaíba). De quebra, a pavimentação dos povoados que fazem parte do perímetro e que não tem o serviço: Rio das Pedras (de Itabaiana), Mangabeira, São José, Gandu II e Mangueira em Itabaiana; e Boqueirão e Baixa Fria em Areia Branca. Tudo com saneamento básico. Afinal de contas, todos esses povoados jogam resíduos na Barragem do Projeto Ribeira.
- Ou, se o dinheiro não der, pelo menos que tal terminar a obra de pavimentação do centro de Itabaiana? Aqui onde o governo Déda colocou uma senhora capa asfáltica, faltou a sinalização horizontal que jamais a Prefeitura Municipal de Itabaiana vai ter condições de colocar, ao menos enquanto não dobrar sua arrecadação municipal, coisa improvável na atual situação. E garanto: da mesma forma que todo mundo sabe que “foi Deda” quem asfaltou, vai saber que “foi Déda” quem sinalizou. Agora, pela metade, não dá, né? Fica parecendo meio abandonado. E não adianta fazer beicinho em função das questões eleitorais-partidárias ou achar que quem perde com isso é Luciano Bispo. Não é!
- Ou, poderia ainda o governo do Estado fazer uma grande obra viária em Itabaiana, muito necessária. No caso, a abertura de uma avenida ao norte da cidade, possivelmente à margem sul do Açude da Marcela interligando a Rodovia Estadual “Estrada das Candeias” à BR-235, na região do Bairro Queimadas. Isso retiraria o trânsito rodoviário que já se faz intenso, de dentro da cidade. Claro, a avenida teria que ser uma avenida de verdade. Não como a Percílio Andrade, uma embromação do governo Augusto Franco.
-Ou, a materialização da Igreja Velha como atrativo de turismo histórico (antes que a idéia esfrie). Aqui seria bem baratinho. Um acesso asfaltado até a Agrovila (dois coelhos numa só paulada) de 3,3 km; e infra-estrutura com preparação para visitação.


Idéias e necessidades é o que não faltam em Itabaiana para o governo do Estado investir. Mas tem que lembrar os versos de Arnaldo Antunes:

“A gente não quer só comida; a gente quer comida, diversão e arte.(...) A gente não quer só dinheiro; a gente quer inteiro e não pela metade.”

E lembrar-se: todo artista tem de ir aonde o povo está.

Valores


Enquanto se faz o maior alarde para construir um super-estádio para jogos de uma Copa do Mundo que jamais virá pra cá, deixa-se cair patrimônios que, apesar da aparência de pequenos e frágeis, se constituiriam num excelente capital a ser explorado pelo turismo em Sergipe. Em tempo, as placas indicativas de sítios de turismo em torno da “Rota do Sertão” foi uma medida acertadíssima, todavia, tem tanta coisa pendente que, se levantada com menos pavonice e mais seriedade científica, deixaria o turista que viesse a Sergipe por no mínimo trinta dias ocupado só com o aspecto histórico do Estado.
A igreja caindo aos pedaços acima é parte do Engenho dos capuchinhos encontrado pelos holandeses em 1637 que o publicaram no mapa (detalhe) de 1646. Esta localizada à margem da BR-235, próximo a ponte desta sobre o rio Comendaroba, poucos quilômetros depois da entrada para a Boa Luz, sentido Aracaju-Itabaiana. Pela legenda do mapa principal da coleção, “Praefectura Paranabucae pars borealis”, trata-se de um engenho movido a roda d’água com capela. Logo, a igreja em ruínas não é de 1637, porém o sítio é histórico e a edificação que ora rui certamente foi construída antes de 1757, quando da expulsão dos capuchinhos.
A outra Igreja da Comendaroba, nos arredores de Laranjeiras, e em cujo solo do engenho abandonado a cidade se desenvolveu foi ereta pelos carmelitas - outra congregação, portanto - como atesta o relatório de bens eclesiásticos de 1764 (Anais da Biblioteca Nacional, volume 32, página 79).

O mínimo de Lula e o tucano

Mínimo ficará em R$ 506 a partir de janeiro (mais aqui) ou seja 266 dólares - cinco vezes o de 56 dólares que FHC deixou.
E ainda tem gente apostando que Lula é popular por causa do Bolsa Família.
It's the economy, stupid!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

De aniversários e partidas.

Completaram-se 22 anos no último dia 28 da inauguração da Rádio Capital do Agreste. Foi um grande acontecimento para a época e para mim em especial, já que foi ali o lugar onde mais me senti profissional de rádio, mesmo que por breves seis meses.
Infelizmente, ao lembrar do aniversário da Rádio Capital, tenho também que lembrar que no dia hoje, uma das vozes, mesmo que emprestada, que ressoou a marca registrada da Rádio – seu conjunto de vinhetas – o radialista Dermeval Gomes nos deixa aos 67 anos de idade(mais aqui). O trabalho de Dermeval, a quem tive o privilégio de dirigir foi um dos pontos mais altos que obtive no ofício de radialista. Jamais o esquecerei pois faz parte dos meus raros momentos de vitória.
Vai com Deus, amigão!

É falsa!

É inadmissível que numa pesquisa para a Presidência da República, mesmo em Sergipe onde muita coisa às vezes não faz o menor sentido, a até agora virtual candidata do PT não pontue; sequer tenha um mísero um ou dois por cento, como nessa pesquisa do jornal Cinform.
O Cinform desde seu início como noticioso e opinativo tem tentado imitar a Folha de São Paulo, inclusive no comportamento do jornalão paulista dos últimos anos. A Folha descaradamente, por seu instituto de pesquisas apresentou uma pesquisa criada e acertada no Palácio dos Bandeirantes duas semanas antes, junto com Sistema Globo, Veja e Estadão, que, publicada, foi desmascarada logo a seguir. O Cinform embarca na mesma linha.
Essa pesquisa é falsa! E pior, põe em cheque a credibilidade de todos os demais números. Eu até aceitaria que o cenário pra José Serra, ao menos no que toca a Itabaiana estivesse como apresentado pelo jornal. Da mesma forma quando se trata do governador Marcelo Deda que muito pouco tem feito na região para reduzir a forte rejeição/descrença de que por cá desfruta. Logo, confirmaria a tendência de favoritismo de João Alves Filho. Os números como apontados, são falsos. Tão reais quanto uma nota de três reais. Mesmo que não os fossem passariam a ser pela subtração de informações valiosas.