terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Zé de Brió

Não tenho conversado com Francis de Andrade. Logo, não estou por dentro das suas inquietações; do que motivou sua ira sagrada recente contra os vícios de sempre que parecem nunca se querer consertar. Porém, tenho autoridade para tal e posso afirmar: não há ninguém em Itabaiana que possa acusá-lo de deslealdade. Em 1992 fez o que pode para rejuntar José Queiroz da Costa e Luciano Bispo. Nem Queiroz queria, muito menos Luciano que trabalhou direitinho o radicalismo de Queiroz, armando-lhe arapuca atrás de arapuca para que lhe sobrasse a pecha de radical. Queiroz ficou com a fama de homem mau e Luciano com a fama de coitadinho “que reagiu limpando sua honra”. Fiz parte disso. Mesmo sem o saber – porque se o soubesse teria agido de forma diferente – fui coadjuvante no processo. Atabalhoadamente, pela sua prepotência costumeira, Queiroz se deixou enlaçar pelas armadilhas de Luciano, se arrasando politicamente, queimando... deixando em cinzas, quarenta anos de serviços prestados a Itabaiana, desde sua participação na construção de uma Maternidade a um colégio e o mais visível de todos: o time de futebol. De longe o cara de Itabaiana que mais trabalhou por Itabaiana.
Mas voltemos a Francis. Encontrei-o, não uma nem duas vezes, mas inúmeras vezes postado em frente à Rádio Princesa da Serra, quando esta se localizava no cine Santo Antonio onde é hoje um supermercado na Praça João Pessoa... a postos, pacientemente aguardando que Zé Queiroz lhe desse um sinal de que podia trabalhar. Foram quase dois anos nesse lenga-lenga aguardando Queiroz decidir. E por que fez isso Francis de Andrade? Lealdade! Coisa que a maioria dos lupinos de dentes afiadíssimos que cercam o Prefeito passa dela a quilômetros.
Em 1994, depois de dois anos de pindaíba foi sondado por Luciano que não tinha Prefeitura nem governo, se achando num mato sem cachorro, e abandonado pelos “os profissionais” resolveu atentar para os “menos lupinos”, e os poucos amigos – essa gente que costuma dar trabalho, opinar, complicar e coisas assim – e formou-se a grande frente que contra tudo e contra todos quase faz a maior virada política da história de Sergipe desde sua Independência, defendida a ferro e fogo pelos vereadores de Itabaiana, como atesta a sessão extraordinária de 27 de dezembro de 1821, que a consolidou. Não deu. Mas permaneceu a união. E Francis tem sido leal, até mesmo quando algum lupino resolve mostrar-lhe os dentes afiadíssimos sem sequer um pito de Luciano. Sua reação recente, penso eu, é o desespero de mais uma vez ver a casa caindo e um monte de f.d.e. de dentes afiados concentradíssimos em seus enormes umbigos, sob a inércia ou condescendência do líder. De certa forma é um eco do que vomitou - aparentemente descontrolado - dias atrás o também radialista Eduardo Abril, prontamente condenado por todos os lupinos desde os de dentes mais afiados aos banguelos e por isso posto no meio da rua. É o eco do que se ouve de tanta gente que tem feito a diferença na hora do vamos ver; seu resmungado.
Eis porque certos líderes tem vôo de galinha; sequer alcançam a cerca em seu redor.
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Em tempo: só a um otário satisfaz a falta de uma liderança política sábia; com Sabedoria (não confundir com sabido, porque aqui essa palavra é sinônimo de ladrão).

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Serra, João Alves e Luciano.

A princípio, a única coisa que se tinha como certa sobre José Serra, o governador de São Paulo é que ele tem a Presidência da República como uma profecia para si; é seu destino. Além disso, suas manias de perseguições, confrontações desnecessárias, concessões a gente de comportamento duvidoso, (aqui)etc., etc., coisa de politiqueiro pequeno. O jornalista Luis Nassif, em post deste domingo em seu blog (aqui) escancara a realidade serrista: um governante teimoso, auto-suficiente, que apostou todas as fichas numa mega obra – a do Rodoanel – e, em detrimento de coisas inadiáveis em São Paulo está vendo cair por terra o ânimo de sua torcida, até mesmo em casa, com as sucessivas cheias inexplicáveis, salvo pelo fato do desvio de investimentos pro Rodoanel e outras coisas mais.
A via-crucis de Serra me faz lembrar o governador João Alves Filho – o João da água. João foi lançado na política por José Rolemberg Leite - o governador maior bemfeitor de Itabaiana em toda a sua História e a quem mais ingratidão aqui se presta – e, no seu governo teve que enfrentar as pedreiras que é, enfrentar a política rasteira e viciada sergipana, com seus esqueminhas horríveis desde a rebelião dos vaqueiros, em meados do século XVII. Foi um Deus nos acuda. Adaptou-se, sobreviveu, e tornou seus sucessivos governos tão pequenos quanto os que tinha sucedido e com certa dose de rancor. Perdido em meio à teia em que se deixou enredar, apostou tudo numa ponte que, deu um visual diferente, até bonito, à Aracaju, mas que até o momento muita gente se pergunta pra que serviu. Poderia ter sido a coroação de um governo profícuo; ficou como epitáfio de uma péssima experiência.
Ah, ia esquecendo: Luciano vai para sua segunda “mega-Micarana”. Dizem.

Ladeira abaixo.


Desmentindo os boatos ufanistas de que a cidade de Itabaiana está em crescimento acelerado, vê-se que, mesmo que se sinta algum crescimento na zona urbana, esta tem sido feita sobre o sacrifício do esvaziamento da produtiva zona rural, e, mesmo assim, o município, como um todo, perdeu o pique desde meados dos 80, inclusive em relação ao crescimento populacional do próprio Estado de Sergipe cujo já é dos mais baixos do país. E o pior, esse crescimento raquítico dá-se, não por redução no número de nascimentos, mas pela continuação da fuga de pessoas para outros Estados com melhores condições de vida. Em Itabaiana, os números mostram que essa fuga é ainda maior.

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Sobre o gráfico acima:

Até 1963 Itabaiana perdeu território para a formação de outros municípios em 1874 (Riachuelo com Malhador); em 1890 (Frei Paulo com Carira); em 1896 (Santa Rosa de Lima, Areia Branca, a parte à margem esquerda do rio Vaza-Barris, no atual município de Itaporanga d'Ajuda e a parte do município de N. S. das Dores à margem direitado rio Sergipe com S. Miguel do Aleixo); em 1912 (Campo do Brito com Macambira, Pedra Mole, Pinhão e São Domingos); em 1933 (Ribeirópolis com N. S. Aparecida; e em 1963, mais um pedaço para o Município de Areia Branca e o Município completo de Moita Bonita.

Isso mostra que a curva de crescimento realmente acaba a partir de 1980.
A população do Município de Itabaiana em sua área original, como em 1775 era de 227.780 habitantes em 2007.
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P.S. Corrigindo os valores citados na última observação: onde lê-se 227.780, entenda-se 235.125 habitantes. O primeiro era o número projetado pelo IBGE para o conjunto de municípios que, ao contrário do Município de Itabaiana, surpreenderam a previsão "pra cima", na Contagem da População do mesmo instituto realizada em 2007.

Melhor não abusar.

De vez em quando, na ânsia de atingir adversários, politiqueiros de todos os quilates, diretamente ou por intermediários resolvem deitar falação sobre assuntos, digamos espinhosos. Em princípio cheio de razão, contudo, de conteúdo extremamente explosivo já que o falador tem um rabo de palha colossal, com problemas sérios, mas muito maiores, do que aquele a quem acusa.
Em alguns casos, manda a malandragem cigano-cristã nova ibero-americana, é melhor se fingir de morto, do que cutucar o cão com vara curta.