sábado, 13 de março de 2010

De congratulações.

O saudoso João Andrade - o João de Manoel Teles - dizia que Leandro Maciel, ex-governador, ex-senador, ex quase tudo em Sergipe morreu sem deixar inimigos: matou a todos. Bem, conta também o anedotário sobre o mesmo Leandro que, ao encontrar o correligionário Pedro Gonçalves de Lima, o Pedrinho do Brejo, logo depois de sua vitória pra deputado federal lhe foi ao abraço. Pedrinho do Brejo não durou seis meses. Deu um piri-pafe e lá se foi, não um inimigo, mas um correligionário concorrente de Leandro. Tóc-tóc-tóc na madeira, nada a ver com certas felicitações recebidas por Edivanildo Santana que está de volta dia 22 na... depois eu digo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O Feriado de N S do Bom Parto

LEI Nº 849/97
DE 14 DE OUTUBRO DE 1997

Dispõe sobre a instituição de feriado municipal e outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE ITABAJANA, ESTADO DE SERGIPE, NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS.

Faço saber que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art 1º — Será feriado municipal o dia 18 de Dezembro, data consagrada à padroeira da Paróquia de Nossa Senhora do Bom Parto, além daqueles instituídos pela Lei Orgânica Municipal.

Art.2º — Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art.3º — Ficam revogadas as disposições em contrário.

Registre-se, Publique-se e Cumpra-se.

Gabinete do Prefeito Municipal de Itabaiana/Se, em 14 de outubro de 1997.

Luciano Bispo de Lima
PREFEITO MUNICIPAL

José Nivaldo dos Santos
SEECRETÁRIO MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO


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Eu sabia que isso devia ser obra desse povo de Chico que Luciano bota na prefeitchura. Oi aí o Zé Nivaldo!
O coitadinho do Luciano acreditando...
Hehehehehe! Hai que rir para no perder la ternura jamás!

terça-feira, 9 de março de 2010

Estranho!

Há algo de estranho nessa pesquisa do Cinform divulgada ontem(mais aqui): como é que Deda tem apenas cinco pontos à frente de João Alves na pesquisa induzida se na espontânea a diferença dá mais de onze?
Será que o sergipano tem assim uma mente tão fraca que já anda a esquecer de João Alves, no centro da política do Estado desde 1975, prefeito da capital por quatro anos e depois governador em dezesseis, somando vinte deles de cargos dentre os 35 anos possíveis?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Alerta total

Atenção Carira, Monte Alegre, Jeremoabo e João Sá: perigo à vista. A empresa inglesa Staff Work vai recrutar 700 brasileiros para trabalhar em seus navios de luxo (mais aqui). Antigamente, nos tempos de Fernão Carrilho isso significava prisão por rendição (depois de várias mortes) de inúmeros índios e mestiços dos sertões do entorno da Serra Negra. Na época, para abastecer a enorme Real frota portuguesa ou das companhias de comércio por ela protegida.
Mas desta vez, ao menos na propaganda, os candidatos serão selecionados por vários outros quesitos, inclusive o de falar inglês fluentemente. E salários que vão de 1.100 a 4.000 reais. Ainda bem que alguma coisa muda.
...
Fernão Carrilho foi um capitão das entradas, um entradista, um capitão do mato, com base em São Cristóvão e posto avançado na Itabaiana (ainda não existia a povoação, hoje cidade) que dizimou a população cariri do entorno da Serra Negra até próximo de Canudos por apreensão com alta taxa de mortandade de índios, especialmente do sexo masculino, em geral para servir nas galés portuguesas, entre 1660 e 1680. Também dizimou o Quilombo de Palmares deixando o caminho livre para o paulista Domingos Jorge Velho, e depois Capitão-Mor do Ceará, onde morreu.

domingo, 7 de março de 2010

Replicando puxões de orelha

Essa é pra todo mundo que decidiu ficar só fingindo ser feliz.

"O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO…

“Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.

Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.

– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.

E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.

– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando- nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro… casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.

Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:

– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.

Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite… tudo sobre a mesa.

Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança…. Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam…. era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade…

Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos… até que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail… Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:

– Vamos marcar uma saída!… – ninguém quer entrar mais.

Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.

Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite, do Carinho, do Afeto…

Que saudade do compadre e da comadre!”

José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João Del-Rei."
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Colhido aqui: