sábado, 4 de julho de 2009

Clandestinos.

Há algum tempo atrás presenciei uma discussão interessante: um moto-taxista acusando outro de clandestino. O motivo, facilmente dedutível, é que o segundo havia se instalado muito próximo ao primeiro, naturalmente dividindo-lhe a clientela. Ambos estavam e ainda estão completamente ilegais, logo, pior do que clandestino, haja vista o serviço de passageiros não ser permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro em veículo de duas rodas. No máximo, um carona.
Hoje, 04 de julho, informa Edivanildo Santana em seu blog que taxistas e topiqueiros de duas cooperativas distintas fizeram o maior sururu lá pras bandas de Carira, confusão que teve como princípio a disputa por pontos de passageiros. No caso, o motivo primeiro seria a invasão dos taxistas na Estação Rodoviária daquela cidade. Não mentem os topiqueiros, ao menos no que se refere à segunda-feira, 29, passada, quando ali estive e me vi disputado entre três taxistas que ali faziam ponto e os topiqueiros que aguardavam seus respectivos horários para vir a Itabaiana.
Isso ainda vai dar um rolo sem precedentes. As autoridades constituídas – mediante eleições, claro - estão brincando com fogo. O fim da ordem determinado pelos governos neoliberais da era FHC, especificamente aqui, no setor de transporte vem se constituindo numa bomba cada vez mais ameaçadora, à medida que passa o tempo e as regulamentações permanecem frouxas, facilitando a vida dos mais espertos, dando margem cada vez maior a ressentimentos, e causando prejuízo aos menos afeitos à linguagem da força e ao usuário de transporte público em geral. Ninguém gosta de passar por otário; e quando falta a ordem, impera a desordem, o caos. Cada um por si e o diabo por todos.
O fim da organização, mediante a constituição de empresas responsabilizadas, em que pese o monopólio que a empresa Senhor do Bomfim exerceu por mais de vinte anos em Itabaiana, foi um tiro no escuro. Felizmente alguma organização mediante essas cooperativas, apesar de meio esquisitas, evitou que as coisas fossem bem piores. Todavia, a crise americana que o mundo ora herda mostra bem que o Estado, o governo tem que tomar conta da casa. Impor a ordem mediante a Lei, senão vira uma bagunça só. Já passou do tempo de se criar uma câmara intermunicipal que uniformizasse e, portanto, melhor organizasse, ao máximo possível, essas atividades que envolvem vários municípios como, destino do lixo, abastecimento de água, serviços de saúde e principalmente transporte público. Não dá pra Carira definir a bel-prazer algo que mexe com Itabaiana e Frei Paulo; nem Itabaiana impor condições que afetam diretamente Aracaju. Isso somente será possível em comum acordo. Como os governos neo-liberais acabaram com meio mundo de responsabilidades que eram dos governos centrais, restam aos municípios se organizarem de forma a suprirem a contento as deficiências criadas a partir de então.
A continuar da forma que está os choques serão cada vez mais freqüentes e violentos. E nem sempre o povo vai entender isso como “coisa de topiqueiros e de taxistas”. Podem interpretar também – e vão - como falta de comando; de quem tome conta. Falta de ordem.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Albano?!?!?!?!?!?!?!

"Será muito bom para Albano e seus aliados, que fique clara a sua posição política em relação ao pleito do próximo ano. "
A frase acima é de Diógenes Brayner em sua coluna Plenário.
Ninguém mais no Estado conhece a natureza da atuação política de Albano do que Brayner. E sabe muito bem que Albano sempre está decidido a não decidir. Quando assim o quer. Em 1982 - Brayner é testemunha disso, contado em várias escritas suas no Jornal de Sergipe - Albano azucrinou os ouvidos do pai até conseguir dele a aprovação para trazer João Alves Filho pro PDS e ganhar uma eleição quase plebiscitária. Interessava a Albano.
Todo mundo que se acha expert em política sergipana chama Albano de broco. Albano nunca perdeu uma. Todo mundo acha que Albano deve decidir. E Albano decide. Como já disse acima, decide não decidir. Passa banha em todo o mundo. Liso que só quiabo ensaboado, se dá bem até com Satanás.
No último segundo, do último minuto, da última hora do último dia do prazo, Albano baterá o martelo. Antes, só se já sinalizado - qualquer situação - que não há mais volta. Como em 1982.

Tabaroices

Coisa de tabaréu abusado. Meia noite e meia, um time de futebol do caixa-prego ganha um campeonato e aí alguns gatos pingados - talvez até gente de realce social no meio - resolve que milhares de pessoas que vivem de trabalhar e engrandecer a esse lugar (pelo menos tentar) e precisam dormir pra pegar no batente logo cedo tem que partilhar de suas alegrias pra lá de fabricadas, insossas, disparando rojões a torto e a direito além da barulheira com buzinas de carro. Quanto vazio na alma (cabeça?) de tanta gente!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Curiosidades


Perguntar não ofende, então, por que a placa referente às obras do prédio do SESP perdeu toda informação exigida por Lei(*)? Inexplicavelmente alguém arrancou o adesivo e ficou por isso mesmo. Por que será?
Num site, presumo que do Governo do Estado (já que o mesmo aparece completamente apócrifo), estão listadas todas as obras do mesmo em Itabaiana nos últimos três anos. Dá pra ver, por exemplo, quanto o Governo do Estado investiu em asfalto por aqui. A reforma do SESP, ou Clínica da Família não aparece ali(ver aqui).
...
(*) As fotos acima se referem ao dia 17 de outubro do ano passado, no momento em que estava começada a reforma; e 16 de deste junho findo respectivamente. Depois, colocaram-na pra fora, fixando-a na pista de rolamento da rua, onde ainda se encontra.

Um pouco antes, havíamos estranhado o fato de ali estar uma placa relacionada a um outro tipo de obra e em outro local(veja aqui).

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Velhas tragédias.

Interessante esse dilema, sobre quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Se a dívida da Associação Olímpica de Itabaiana com o Fisco existe porque a Prefeitura não fez o repasse da subvenção prometida; ou se a dita subvenção não saiu porque o clube está sem a certidão negativa de débitos(ver mais aqui).
Se o problema é falta de certidão negativa, que me desculpe a diretoria do Itabaiana, mas a Prefeitura está cobertíssima de razão. Como diabos eu irei pedir farinha na casa alheia e sequer levo o saco?
O Itabaiana é um patrimônio de Itabaiana, todavia, não basta boa vontade de uns poucos abnegados. Por outro lado, quem pede tem que no mínimo ter o cuidado de não criar condições para quem doa poder negar.
Ainda sobre Itabaiana, o Itabaiana, a cidadania, e o suposto amor à própria terra, quão interessante é também lembrar de um fato histórico: Aníbal Barca, general cartaginês, a ponto de acabar de vez com as ladroagens no mar Mediterrâneo, praticadas pelos piratas romanos, arrasando sua capital, Roma; do outro lado, os cidadãos “podres de ricos” de Cartago, todos “mão de figa”, aguardando que o grande general na sua solidão e abandono fizesse milagres à sua própria custa. Pelo que ficou da história, Aníbal não destruiu Roma, que em seguida destruiu Cartago, matando, escravizando, levando toda a riqueza dos “podres de ricos”; e até salgando o solo para que nada nele nascesse desde então. Também se tornou a dona do mundo por mil anos, como império regular, e por mais mil como império religioso. E ainda hoje reina.
A tragédia da administração da coisa pública por aqui parece não ter fim, nem limites.
O Itabaiana é a única marca realmente potencial que temos. E é tratado dessa maneira. Por enquanto, ainda bem que "São" Percílio e seus falcões dão alguma visibilidade a isso aqui. Como sempre, iniciativas meramente individuais. Desaparecido seu criador, desaparecida a criação.
Lembrete: o futebol sergipano, mesmo com toda a mutretagem dos cartolas da Federação, só melhora quando o Itabaiana vai bem.

domingo, 28 de junho de 2009

Limpeza.

Não sei se foi por intenção do redator ou desleixo, mas da forma como foi escrita a matéria do Itnet sobre a reação do secretário de Segurança (aqui), já insinua atenuar, minimizar os efeitos, reduzir o impacto da responsabilidade do criminoso em questão. Daqui a pouco ninguém se lembrará das garrafas de uísque dentro do carro mostrada em foto, nem da flagrante embriaguês do “homem da Lei”, no momento em que cometeu o crime.