domingo, 23 de setembro de 2007

A companheira socialista Maria Mendonça

A coisa mais certa é que, ao sair do PSDB, a prefeita Maria Mendonça ingressaria num partido da base aliada do governo do Estado e do presidente da República. A questão era: que partido? Ora, modestamente, eu já sabia. O PSB. E porque o PSB? Além de um partido da base aliada – de primeira hora, frise-se - dos governos petistas no Estado e na União, o PSB tem três peculiaridades que favorece Maria quais seja o fato de ser um partido nanico em Itabaiana com alguns gatos pingados cheios de fé e vazios de votos – e de bolso - como o signatário que vós deita esta lauda; tem apenas Valadares como estrela no Estado já que os demais são do porte da Prefeita ou até inferiores em densidade de votos; e é o partido de Valadares, político simondiense, das Matas do Caiçá - como diria Sebrão Sobrinho, de boa cepa ceboleira antiga - com larga tradição de amizade com a família Teles de Mendonça. Em 1970 o jovem deputado foi o quarto mais votado no Estado com 5873 votos e boa parte destes foram transferidos a partir de Itabaiana sob a liderança de Francisco Teles de Mendonça que estava impedido de candidatar-se. Além de não poder candidatar-se, nenhum dos seus filhos tinha dezoito anos razão pela qual foi também impedido de apresentar algum deles como o faria quatro anos depois, em 1974 com José Teles de Mendonça. Em 1974 Chico apoiou o ex-governador Luiz Garcia para deputado federal que obteve 3.546 votos, 40 por cento dos votos para o cargo em Itabaiana. Valadares só conseguiu 12 votos para deputado estadual, porém, em 1978, o apoio de Chico rendeu a Valadares 5.450 votos, agora pra deputado federal, ou seja, cinqüenta por cento dos votos do município para o cargo.
Nos acordos palacianos Valadares assumiu a Secretaria de Estado de Educação e logo, a força dos Teles de Mendonça que já era enorme ficou ainda maior com toda a Educação sob o comando da família.

O hiato no relacionamento
A história só mudaria a partir de 1984.
Por um capricho da política houve um momento dificílimo no relacionamento entre Valadares e a família Teles de Mendonça. Deu-se quando o mesmo foi candidato ao governo do Estado em 1986, apoiado pelo então governador João Alves Filho, rompido com Chico desde 1984 e tendo este apoiado José Carlos Teixeira. Curiosamente, apesar de ser o governo de alguém tão ligado sob o ponto de vista pessoal, foi no governo de Valadares onde mais as portas se fecharam para a família Teles de Mendonça. Explica-se tal atitude de Valadares por ter sido ele um governador imprensado por um ex-governador que logo viraria ministro do Interior, um cargo vital para Sergipe; pela Assembléia Legislativa majoritariamente alvista e sob o comando de José Carlos Machado; e pela própria conjuntura onde depois da derrota de José Teles frente a Luciano Bispo em 1988 pareceu que seria ali o ocaso político da família Teles de Mendonça.

O reatamento

Porém, antes mesmo que saísse do governo Valadares costurou o acordão envolvendo Albano Franco e João Alves e todos os pesos pesados da política interiorana, inclusive pondo num mesmo saco o balaio de gatos chiquista e lucianista daqui de Itabaiana. Conseguiu algo inédito: inaugurar o Mercadão que leva seu nome em 1990 com a presença em palanque de José Teles e Luciano Bispo. Obviamente que ter também a presença do patriarca Francisco Teles de Mendonça já seria querer demais. Chico não apareceu lá.
Sob o ponto de vista do relacionamento pessoal, apenas no período de dificuldades políticas maiores ele ficou morno; nunca esfriado. Logo, seria de esperar a atitude da Prefeita, especialmente quando se sabe que a família não costuma atirar com a pólvora alheia. Fazer acordos com os irmãos Amorim, tudo bem. Mas é só isso. Os irmãos até poderão se apoderar de parte ou do todo do espólio eleitoral que é anterior ao próprio Chico. Mas, além de esperar muito vão ter que trilhar longo caminho.
Bem, enfim, saudações socialistas, Prefeita. Não sei se lhe interessa - e ao Senador - a minha permanência no partido, mas, por enquanto estamos(?) no mesmo barco.